Como é ser atleta em meio à uma pandemia?
Com os jogos e competições canceladas, o futuro dos esportes ainda é uma incerteza para os brasileiros

O mundo parou por conta da pandemia. Com eventos e partidas canceladas, os esportes são apenas um dos setores do Brasil que enfrentam desafios, em meio ao contexto atual. O novo coronavírus resultou em uma série de mudanças, uma delas foi a paralisação dos campeonatos de futebol, basquete e vôlei. Os profissionais que vivem dos esportes, como os atletas, para manter o alto rendimento, eles precisaram fazer adaptações em suas rotinas e investir nos treinos em casa.
Segundo estudos, os prejuízos no setor dos esportes podem chegar aos U$ 15 bilhões. Esses são os dados fornecidos através de uma pesquisa realizada pela Sports Value. O cálculo realizado pela empresa leva em conta os gastos dos eventos cancelados, soma dos ingressos que não foram vendidos, direitos de televisão e também a redução dos patrocínios.

Eliezer Dutra é um exemplo de profissional que batalha por seus objetivos mesmo em meio à pandemia || (Foto/reprodução: Eliezer Dutra)
Os atletas que dependem dos esportes vivem uma realidade rodeada de incertezas e desafios. Para resolver isso e continuar em busca por seus objetivos, eles tiveram que construir novos hábitos. Eliezer Dutra é um exemplo. O mestre em artes marciais tem 53 anos e trabalha na academia Gracie Barra situada na cidade de Valparaíso de Goiás. O professor explica que para se manter no ritmo teve que adotar novos métodos em sua rotina, como uma forma de preparação para as competições futuras.
“Tive que adaptar um trabalho de movimentos técnicos do jiu-jitsu, que simulassem uma luta. Como lutador sempre busquei ter uma boa alimentação e estar em forma. Atualmente, para as competições, estou aguardando uma nova posição da federação brasiliense e confederação brasileira até que elas abram o calendário novamente” – cita.
Além de Eliezer, também existem outros exemplos de atletas que tiveram que reinventar suas rotinas durante a pandemia. É o caso de Jobson Costa e Paulo Ferreira.
Jobson Costa, mais conhecido como Bynho, tem 41 anos. Trabalha como professor de aulas coletivas em academias. Na opinião do educador físico para os esportes, um dos maiores impactos sofridos durante a pandemia foi na forma de praticar.
“Eu espero que o esporte ganhe muita força após a pandemia. Um dos maiores impactos que tenho encarado tem sido no jeito de praticar. Como forma de solução tenho buscado transformar meus objetos de casa em equipamentos de treino” – explica.
Paulo Ferreira tem 30 anos e também é outro exemplo de profissional. O professor no Centro de Treinamento Force pratica musculação e crossfit. Além do mais, conta que para se reinventar em sua rotina, uma das alternativas foi tentar continuar os treinos de forma parecida com à anterior a pandemia.
“Tenho tentado manter a minha rotina como era antes. Deixo meus horários de treino no tempo regular, mantenho a boa alimentação com uma reeducação alimentar pois neste período um dos maiores desafios tem sido manter uma dieta exemplar” – explica o educador físico.
Nos campos
Quando se fala dos esportes, o futebol é um dos assuntos mais comentados. Recentemente, segundo um relatório divulgado pela Federação Internacional dos Jogadores de Futebol (FIFPro), os atletas profissionais apresentam uma ansiedade crescente diante do contexto de isolamento social.

Com um sorriso no rosto, a atleta Raylanne da Silva define o futebol como um estilo de vida || (Foto/reprodução: Raylanne da Silva)
Raylanne da Silva é profissional no Goiás Futebol Clube. Com 22 anos de muita garra e força de vontade, mesmo em meio aos medos e desafios, a atleta observa a arte do futebol como um estilo de vida.
“Para mim, o futebol é como se fosse tudo, na verdade, um sonho. Nós, mulheres, somos guerreiras, porque o feminino não é tão visto quanto o masculino. Quanto as competições futuras, estou com muitos projetos, como o Brasileirão A2” – argumenta.
No mesmo relatório do FIFpro, os dados mostram que 22% das mulheres e 13% dos homens demonstram sintomas como o diagnóstico de depressão. Enquanto informa que 18% das mulheres e 16% dos homens denunciam ter problemas de ansiedade.
Kaio Araujo também é atleta desde os 4 anos de idade, tanto no futebol, quanto em outras modalidades. Para o estudante de educação física, manter a prática dos esportes e exercícios é muito importante.
“Eu comecei primeiro com a natação, depois o judô e adicionei o futebol. Cada um deles é importante, por exemplo, a natação me ajudou controlar a respiração, nas artes marciais observei como válvula de escape para o stress e uma forma de aprender a agir com disciplina. E o futebol trabalha toda a coordenação motora, também exige o raciocínio lógico” – explica.
Para o agente social Mario Garcia, que pratica danças urbanas, capoeira e futebol, desde os 10 anos de idade. As atividades esportivas e culturais são grandes ferramentas para melhoria do ser humano em coletividade.
“A capoeira é um instrumento de diálogo corporal, onde a música te faz capaz de minimizar dificuldades de sobrevivência em nossa realidade. Jogar futebol, para mim, é trabalhar constantemente em equipe por objetivos comuns” – finaliza.

As atividades que estimulam o desenvolvimento corporal também são grandes aliadas no combate a doenças como a depressão e a ansiedade || (Foto/reprodução: Mario Garcia)
Dicas para exercícios físicos
Segundo os especialistas, uma das alternativas para manter a boa forma física são os exercícios em casa. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda, em média, ao menos 20 minutos semanais de atividades físicas moderadas para manter uma boa saúde. Para você que ficou com dúvidas, algumas dicas para exercícios físicos em casa são:
- Encontre um cômodo confortável para praticar;
- Comece com uma atividade leve que não exige alto preparo físico;
- Transforme objetos que você tem em casa em equipamentos para treinos;
- Assista vídeo-aulas no Youtube ou em outras plataformas;
- Por fim, mantenha o cuidado adequado e hidrate-se sempre.






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