Melhor fiscalização precisa ser implementada para acabar com fraudes no auxílio emergencial

Desde quando a pandemia da covid-19 chegou ao Brasil, decretos foram implementados como formas de não haver um alastramento da doença na sociedade. Mas o fechamento do comércio não trouxe boas notícias e deixou muitos cidadãos em vulnerabilidade. Pessoas que já viviam em estado de calamidade, agora, estão numa situação ainda pior. Com toda essa problemática o Governo Federal resolveu implementar um formato para ajudar essas pessoas. É aí que surge o tão falado auxílio emergencial.
O auxílio emergencial já está em vigor há mais de um mês. Famílias ainda se encontram a ver navios, no caso, não receberam nem a primeira parcela, e se mantém com o cadastro em análise. Não sabem mais onde pedir ajuda, o que fazer para reverter a situação na qual vivem nesses tempos. Sabemos que o isolamento social é um dos melhores meios, no momento, para todos se manterem em proteção contra o coronavírus, só que a reclamação pelo fechamento da economia anda repercutindo, desemprego aumentando, porém é o que tem para o momento. É aí que o país deveria ter uma boa preparação. Claro que todos os outro países não tinham de fato boas políticas, mas comparando ao Brasil, souberam contornar melhor a situação com a ajuda da população.

Presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães: com relação às fraudes a Caixa informou para alguns veículos que apenas faz o pagamento do auxílio emergencial.
Foto: Agência Brasil
Assim, além da crise na saúde mundial com essa pandemia, em que outros países estão mais controlados, no Brasil vivemos uma crise política. Dentro de um mês e uns dias, o auxílio começou a dar problemas, absurdos com a elegibilidade das pessoas, não as identificando, como se a pessoa não estivesse viva. Muitas fraudes, inclusive com nome de famosos, pessoas que não precisam e se passam por necessitados, incluindo servidores públicos, famílias com condições financeiras recebendo os R$ 600, entre outros. A situação precisa ser revertida.
As pessoas se aglomeram nas filas das agências da Caixa Econômica por todo o país atrás de respostas. As que não têm condições tecnológicas para acompanhar o andamento da inscrição e precisam comparecer a uma agência, correm risco de vida por possivelmente serem contaminadas pela Covid-19. Nas favelas são cerca de 39% sem receber o auxílio ou sendo recusadas ou vítimas de fraudes. Uma completa injustiça. Inclusive, segundo a Caixa, fraudes no Auxílio Emergencial ficaram “só” em 25% do esperado. Como assim só? Na verdade não deveria ter, tinha que ser zero fraudes. E, infelizmente, não é esta a realidade.

Com esse auxílio, que é temporário, a falta de informações concretas gerou uma grande aglomeração nas filas das agências da Caixa
Enquanto muitos fraudadores estão prestes a receberem, se não já não receberam, a segunda parcela do auxílio, os pobres continuam com os seus filhos sem ter o que comer. A análise do Tribunal de Contas da União – TCU mostra um risco de que exista cerca de 8,1 milhões de fraudes, ou seja, pessoas que deram entrada no pedido e foram aprovados sem precisar. Em contrapartida, cerca de 2,3 milhões dos cidadãos que fazem parte do Cadastro Único acabaram sendo excluídos e são pessoas que se enquadram completamente nos requisitos pedidos para obter o auxílio.
Todos os dias fala-se dessa situação. Como que uma pessoa que é acusada de participar de roubo no valor de 60 milhões de reais, nunca foi preso pelo crime, mas está na lista do beneficiados? Leomar de Oliveira Barbosa, o Léo Playboy, com condenação de 36 anos de prisão, braço direito do Fernandinho Beira-Mar, que há quase três anos é procurado pela polícia, também recebeu o benefício? Olha quanta falta de organização e de fiscalização desse benefício. O governo literalmente tem se desligado para a situação. Dizem que estão investigando, mas as fraudes só aumentam.
O presidente Jair Bolsonaro informou que haverá um prolongamento do auxílio, porém com um valor menor, cerca de 300 reais. Com isso, todos esperamos que as fraudes tenham uma diminuição até a marca zero e pessoas que realmente estão aptas e necessitam do auxílio possam recebê-lo Pode ser difícil chegar à marca zero pois infelizmente surgem, sem mais nem menos, fraudadores, mas é uma forma de mostrar que o Brasil, com ações emergenciais, precisa ter um olho mais vivo para um povo que necessita e, às vezes, resta a eles apenas o apoio governamental.
* Este texto é de inteira responsabilidade do autor/autora e sua opinião não representa a do Portal de Jornalismo Iesb






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