Os brasileiros estão cada vez mais conectados pelos smartphones
Com o crescimento das redes sociais e do acesso à tecnologia e internet mais veloz a população está aderindo aos celulares como ferramentas de trabalho, entretenimento, estudo e relacionamentos pessoais

O Brasil possui cerca de 230 milhões de smartphones em seu território. De acordo com a Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, da Fundação Getúlio Vargas, realizada em 2019, o número de celulares é maior que a população do país, que atualmente é de 209,5 milhões habitantes (IBGE).
O número de aparelhos que têm acesso à tecnologia 4G já ultrapassa 24 milhões de habitantes segundo a Telebrasil, o que facilitou esse crescimento em áreas de difícil acesso e dessa maneira muitas pessoas estão cada vez mais inseridas no campo virtual.
A professora e empreendedora Gerciane Salles, dona das lojas online VSmoodas e FundoGaragem.Store, ambas administradas em redes sociais, relata que as funcionalidades dos smartphones ajudam no momento da venda. “Os celulares têm mais aplicativos e funções e têm sites que abrem muito mais fácil no modo mobile, além de simplificar o contato pelas redes sociais. Consigo fechar muito mais rápido com os clientes dessa maneira e assim estimulo mais vendas também. ”
Ela pontua que o uso de um só aparelho diminui os gastos, como o consumo de energia e a facilidade de poder levar o aparelho para todo lugar. “A pessoa tem facilidade em receber ligações dos clientes, e conversar com possíveis compradores em diversas plataformas de mídia como Facebook, Instagram, Twitter, Whatsapp, OLX, Mercado Livre etc. Tudo em apenas um aparelho, o que é um facilitador na correria do meu dia.”
Para a estudante de jornalismo Adriely Karina Santos, o aparelho celular se tornou um grande aliado em sua aprendizagem. “O celular é a ferramenta que mais tem me ajudado na faculdade, até por conta do trânsito e da correria do dia-a-dia. Ele facilita muito o acesso aos materiais de estudo sempre que tenho um intervalo. ”
Adriely afirma que usufrui muito das ferramentas disponíveis no celular, assistindo inclusive aulas no aparelho. “Eu utilizo muito a gravação de áudio, costumo fazer um resumo do que eu entendi dos textos que eu li e uso bastante a ferramenta de ensino da faculdade, porque facilita nessa dinâmica de abrir textos para ler dentro do ônibus e em outros momentos de pausa. Um problema é que nessa pandemia o celular meio que me deixou dispersa na hora de assistir as aulas online, já que o acesso às redes sociais está em um mesmo aparelho e, por muitas vezes, eu deixava de acompanhar as aulas para ver o que estava acontecendo nas redes.”
Relacionamento amorosos
Os smartphones também estão ajudando nos relacionamentos amorosos. Os brasileiros costumam dispor de apps de relacionamento para conhecer parceiros amorosos e sexuais, como é o caso do atendente de telemarketing Histenyo Amaral. Ele conta que recorre aos aplicativos de relacionamento por falta de tempo e que se a conversa evolui existe uma troca de telefones para contato no WhatsApp.
“Para conhecer mais pessoas os aplicativos são mais fáceis, pois com o corre e corre do dia-a-dia acabo sem tempo para nada, nem para conhecer alguém. Quando a conversa começa a ficar mais íntima existe a troca de WhatsApp, mas isso só acontece quando estou realmente muito afim de conhecer e ver se rola algo mais sério.”
O número de usuários de aplicativos de relacionamento aumentou na pandemia, principalmente no período do fechamento de locais de lazer como: bares, restaurantes, boates etc. Uma recente pesquisa realizada pelo app Happn revelou crescimento de 18% na troca de mensagens entre os seus usuários, além do que 75% desses clientes acreditam que a interação nesse momento ajudou a aprofundar mais as conversas pelo aplicativo.
Criação de conteúdos
A criação de conteúdo e desenvolvimento para redes sociais passou a fazer parte de um novo formato de trabalho, dessa maneira é possível entender o impacto que os celulares geram na vida e no cotidiano das pessoas. Camylla Lott, designer e social mídia, trabalha na Escola Nacional de Administração Publica (Enap) e conta um pouco sobre a sua rotina e como seu trabalho tem impacto direto no público.
“Eu acredito que lidar com uma persona de forma efetiva, falar diretamente para ela, não apenas através de posts estáticos, mas principalmente através de vídeo, pode ser fundamental para humanizar a marca. Seja quando está falando do seu conteúdo, do seu produto ou das rotinas da sua vida, as pessoas gostam de sentir que as marcas são humanas, que existe alguém por trás delas. As pessoas gostam de sentir que fazem parte da sua vida e que conhecem um pouco de você no mundo virtual. ”
E ainda destaca que o celular é fundamental nesse processo de trabalho entre público e marca. “Hoje eu utilizo o celular como ferramenta principal de trabalho, ele é uma das ferramentas fundamentais para interação com meu público, seja através de conteúdo, engajamento entre outros. ”
Todo esse excesso de tecnologia pode acarretar problemas psicológicos, por isso é preciso ter prudência quando estiver utilizando o aparelho. O professor e doutor em psicologia do Centro Universitário IESB Gilson de Assis Pinheiro explica sobre a relação entre os usuários e a tecnologia. “A dependência faz com que a pessoa viva no mundo virtual tendo dificuldades de se relacionar com as pessoas fora da web, o que consequentemente vai gerar: obesidade, ansiedade, depressão, distúrbio do sono, tendinite etc., afetando o indivíduo em seu rendimento escolar ou profissional. ”
Ele ainda aponta que o fato de estar inserido no meio tecnológico não torna o sujeito adicto, visto que o mundo e a geração atual já estão integrados organicamente a ela. “O ser humano é um ser racional, todos nós precisamos nos relacionar com o mundo e também com as pessoas. A tecnologia apresenta como vantagem facilitar a comunicação, estreitar distâncias; estar conectado é uma necessidade e não a prioridade na vida das pessoas.”





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