Como está sendo a adaptação das atividades esportivas durante a pandemia da Covid-19
Conseguir se adequar à nova realidade do coronavírus está sendo um desafio para atletas profissionais e amadores
Durante o começo da pandemia as práticas esportivas estiveram suspensas, principalmente nas modalidades coletivas e de contato. Segundo pesquisa realizada pela Opinion Box, durante a etapa mais acentuada da quarentena as pessoas que praticavam esportes e exercícios físicos caíram de 59% para 39%, muitas estavam impossibilitadas devido ao isolamento. Passados sete meses desse período e com a flexibilização, o esporte vem, aos poucos, retornando as suas atividades em todo país.
No que diz respeito aos esportes praticados em grupo e com impacto a adaptação a essa nova realidade não é uma equação simples, já que envolve diversos fatores externos. Para o professor do Centro Universitário IESB e especialista em Gestão de Esporte, Sergio Maraca, o contágio com o vírus nessas categorias é de fato provável de acontecer do que em esportes individuais.
“Por mais que se tenha protocolo para praticar esportes nas grandes competições, como NBA, Campeonato Brasileiro, Superliga, Campeonato de futsal, todas as confederações estão com seus protocolos montados para prática de modalidades esportivas. A única instituição que não teve proliferação do vírus até o momento foi a NBA. Em todos os outros ambientes aconteceram pessoas contaminadas. ”
Sérgio também explica como foi o procedimento para que a NBA conseguisse evitar o contágio dentro da competição. “Foi criada uma ‘bolha’, na qual todos os atletas passavam por testes semanais onde nenhum deles poderia sair ou entrar na ‘bolha. ’ Esse foi um protocolo muito rígido e que não houve nenhum caso de contaminação ao longo das finais da NBA. ”
Antes de retomar as atividades competitivas do futebol a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) chegou a fazer 2,7 mil testagens em jogadores das séries A, B e C, nos quais cerca de 16% apresentaram anticorpos para o coronavírus. Mesmo com essa pré-avaliação, no retorno das partidas em agosto, 40 casos de contaminação do vírus foram notificados. No mês de setembro, o Flamengo apresentou 16 casos de jogadores contaminados no clube.
Modalidades individuais
Os esportes individuais também foram afetados pela pandemia, muito praticantes dessas categorias tiveram que se adaptar de alguma forma ao coronavírus. Werveson Ferreira, jornalista e servidor público, pratica ciclismo há algum tempo e conta como está sendo essa mudança para se adequar às medidas contra a contaminação
“No começo, falaram sobre uma grande distância entre as pessoas da corrida e do ciclismo porque as partículas de ar se espalhavam facilmente. Pensaram até em proibir a prática dos esportes, mas isso caiu por terra. ” Ele ainda exemplifica como está fazendo para praticar o esporte e se proteger do contágio. “Eu sempre faço meus treinos no Lago Sul, então opto por pedalar sozinho, mantendo o distanciamento de quem encontro no caminho, além de evitar parar em locais durante o treino, como: postos de gasolina e conveniência. Eu acabo alternando o uso de máscaras em alguns locais, principalmente se estiver sozinho, e tenho evitado bastante participar de pelotões de ciclismo.”
Ele ainda pontua sobre a importância de praticar esporte mesmo no período de isolamento social. “A prática do ciclismo me ajuda desde sempre. Além do condicionamento físico, tem o auxílio na saúde mental que com certeza foi um dos problemas causado durante a pandemia, a competitividade do esporte, desde que consciente, auxilia em vários pontos do nosso corpo. A endorfina está aí como uma bela explicação da prática esportiva. ”
Esportes de contato
As lutas também fazem parte da categoria de alto risco na pandemia, ainda assim, os organizadores de esportes como MMA utilizaram de protocolos de segurança para não pausarem as competições. A ‘bolha’ criada na NBA também foi realizada nos eventos de UFC.
Dentro do segmento dos esportes de contato direto o professor de Karatê, Cássio Dantas, explica como funciona esse protocolo na prática. “Temos seguido o protocolo de segurança com álcool e máscara. Anteriormente estávamos treinando com distância de 2 metros, somente agora, após 3 meses, voltamos a ter contato e cada turma com apenas 10 pessoas. No início o uso de máscara atrapalhava muito, até porque trabalhamos o condicionamento e ela incomoda bastante nessa questão, mesmo assim conseguimos nos adaptar às circunstâncias que o momento exige.”
Segundo ele a melhor forma de praticar o esporte é presencialmente, mesmo que na fase mais rigorosa de paralisação ele tenha utilizado o recurso da live. “Nenhum dos meus alunos chegou a contrair Covid-19 durante esse período. Agora estamos aumentando a intensidade gradualmente e os que estão desde o início tem sentido a melhora de condicionamento e bem-estar. Cheguei a fazer live no começo, pois, tenho uma turma de crianças, mas não acredito em um resultado eficaz por live. Não tem como corrigir, sentir a intensidade dos alunos e observar a melhora deles nesse formato. Fiz a live para não perder contato de rotina com eles.”






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