Como se proteger de golpes nas redes sociais
Especialista sugere combinação de medidas técnicas, comportamentais e legais
Postado em 27/05/2024
De acordo com o FortiGuard Labs, laboratório de inteligência e análises de ameaças da Fortinet, em 2023, o Brasil registrou 60 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos. Apesar da segurança dos aplicativos, algumas informações pessoais acabam ficando soltas como, por exemplo, o número de telefone. E isso se torna um problema quando se trata de segurança de dados.
Ellen Travassos, jornalista, foi uma das vítimas. “Já se passaram por minha advogada três vezes para me aplicar um golpe. Essa situação traz uma insegurança em saber que, a qualquer momento, uma pessoa pode obter seu nome completo, telefone entre outras informações”. Ela sofreu uma tentativa de estelionato por meio de mensagens bem produzidas com informações pessoais no Whatsapp que, segundo o relatório produzido pela We Are Social e Meltwater, no Brasil, foi a rede social mais utilizada em 2023.
Na internet, é possível operar de diversas formas e lugares, algo que dificulta a aplicação da lei a esses crimes. Além disso, com a contínua evolução tecnológica, os criminosos adotam métodos cada vez mais sofisticados.
“Após o primeiro episódio tentaram o mesmo golpe duas vezes, mas como já havia caído em um, logo identifiquei. Acredito que uma boa solução, em casos como o meu, por exemplo, é entrar em contato com o advogado e confirmar se esse contato é verdadeiro ou uma fraude”, destaca Ellen.
Como podemos nos proteger dos crimes cibernéticos? Lucas Karam, professor e advogado especialista em direito digital, responde. “As melhores maneiras de proteção contra esses ataques incluem uma combinação de medidas técnicas, comportamentais e legais. Primeiramente, é essencial que indivíduos e organizações mantenham seus sistemas e software originais atualizados com os últimos patches de segurança. A utilização de senhas fortes e a adoção de autenticação multifatorial são medidas eficazes para dificultar o acesso não autorizado”.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor em 2020, é um caminho importante para a garantia do direito à privacidade e à proteção de dados pessoais dos usuários.
“A LGPD exige que as empresas adotem medidas de administrativas e técnicas de segurança, como, por exemplo, a criptografia de dados e a implementação de políticas de segurança da informação, reduzindo assim o risco de ataques cibernéticos bem sucedidos”, ressalta Lucas.
A importância da criação de campanhas de conscientização pública se tornam fundamentais para garantir que informações sobre proteção de dados cheguem a todos, incluindo escolas.
Lucas revela dicas para evitar que a vítima caia novamente em um crime cibernético. “O caminho a trilhar é diferente a depender do crime praticado. Inicialmente, é crucial que a vítima entre em contato imediatamente com a sua instituição financeira, com a sua operadora, caso o telefone tenha sido afetado, altere senhas mais importantes e, por fim, deverá contatar um advogado especialista no âmbito de direito digital ou cibercrimes para tomar as medidas cabíveis”.