Amor ao esporte motiva atletas do fisiculturismo em campeonatos

O bodybuilding para campeonatos tem altos custos, em contraposição aos baixos valores de premiação, mas atletas encontram motivação no amor pela prática do esporte

Sofia Dorta

Postado em 21/06/2024

Campeonatos movimentam mais de 20 mil atletas em todo o Brasil. Imagem: reprodução Facebook Febrafim.

O fisiculturismo é um esporte que tem como objetivo  o desenvolvimento do tamanho muscular em modos de definição, proporção, simetria estética e harmonia. Muitos dos praticantes do esporte participam de competições, movimentando no Brasil mais de 20 mil atletas, de acordo com a Federação Internacional de Fisiculturismo & Fitness (IFBB). Apesar de cada vez mais populares, os campeonatos de fisiculturismo exigem muitos gastos dos atletas, que encontram no amor ao esporte a motivação para se manter ativo nas competições.

Para participar de um campeonato de bodybuilding, o atleta deve pagar uma taxa de inscrição no valor médio de R$ 300, além da taxa de filiação à federação do estado. No caso do Distrito Federal, a filiação à IFBB requer um investimento de R$ 378 por ano. Os campeonatos têm também uma série de regulamentações, exigindo um padrão de vestimentas, de pintura corporal e de coreografias nos palcos. Tudo isso custa, em média, R$ 900. 

Porém, para chegar ao nível de competidor, são muitos os gastos na preparação, com dietas rigorosas, suplementação alimentar e horas exaustivas de treinamento com personal trainers e treinadores para as categorias específicas. Vinicius Piffardini, atleta e treinador de fisiculturismo, contabilizou em seu blog os valores investidos em diferentes categorias 1 mês antes dos campeonatos: para atletas fisiculturistas das categorias masculinas, o investimento pode chegar a R$ 4.470 e, para as mulheres, os valores podem chegar a R$ 3.810.

Apesar de tantos gastos, a premiação nos campeonatos estaduais é, geralmente, apenas 1 estatueta da categoria para os atletas classificados no pódio e medalhas para os classificados até entre os 6 melhores. Também há brindes dos patrocinadores, como passaportes nas academias ou acessórios para os treinos. Mas, financeiramente, não há nenhuma bonificação para os vencedores.

Então, o que motiva os atletas a continuarem competindo em alto nível? Aline Barcellos, atleta da categoria wellness, que avalia atletas que têm coxas e glúteos volumosos mas com pouco percentual de gordura, conta que o amor ao esporte faz tudo isso valer a pena. “Na hora que chamam o nosso número e o nosso nome, quando pisamos naquele palco, a gente sabe que vale a pena. Por isso seguimos no esforço”, diz. 

Aline competindo no Campeonato de Estreantes, em abril de 2024. Imagem: reprodução Facebook Febrafim.

Quem também é apaixonada pelo fisiculturismo é Renata Silvestre, atleta e também treinadora na categoria wellness. “Eu não me vejo de fora do fisiculturismo. É uma paixão que me ajuda e me motiva no dia a dia”, afirma Renata.

Tanto Renata quanto Aline não vivem exclusivamente do esporte. Renata, além de treinadora, é também advogada. “Eu adoro a advocacia, mas me identifico mais com o fisiculturismo, como personal. Ainda tenho carteira vigente na OAB mas a minha realização é sair de manhã e treinar pessoas. É o que eu amo, o que eu gosto de fazer”, conta a treinadora. Já Aline é jornalista. “Eu amo o Jornalismo, é a minha profissão e o que me sustenta para participar de todos esses campeonatos. Mas eu também me apaixonei pelo fisiculturismo e quero levar as duas coisas”, conclui.

XVI Campeonato Brasiliense de Fisiculturismo

Campeonato Brasiliense movimentou diversas equipes em mais de 13 categorias durante 8 horas de evento. Imagem: Sofia Dorta

No dia 16 de junho, aconteceu o Campeonato Brasiliense de Fisiculturismo. Foram mais de 200 competidores ao longo do dia, nas mais de 13 categorias vigentes na IFBB. Aline foi vice-campeã na categoria Wellness até 1,67m de altura e levou o bronze na categoria Wellness geral.