Câmara Federal entrega prêmio a pessoas e instituições que lutam pelos direitos da pessoa idosa

O Prêmio Zilda Arns existe desde 2017 para homenagear os combatentes dos direitos dos idosos. Este ano foram cinco agraciados

Por: Brunna Feitosa, João Vitor Rapousa, Audrey R. Mendes e Rafael Magalhães

Postado em 29/09/2021

A Câmara dos Deputados entregou dia 29 de setembro o Prêmio Zilda Arns. O prêmio é uma forma de reconhecimento às pessoas e instituições que contribuíram ou contribuem para a defesa dos direitos das pessoas idosas. A premiação consiste em um diploma de menção honrosa, concedido anualmente para cinco homenageados. Em 2020 não houve premiação devido a pandemia, e este ano a premiação aconteceu de forma virtual.

A honraria criada em 2017 homenageia a Dra. Zilda Arns Neumann, médica pediatra e sanitarista, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosos no Brasil. Devido ao seu vasto trabalho humanitário a doutora foi indicada ao Prêmio Nobel, vindo a falecer em 2017 em um terremoto no Haiti.

Os cinco agraciados deste ano foram o Padre Júlio Lancellotti (SP), Karla Giacomin (MG), Lidiane Charbel (MG), Obras Sociais Irmã Dulce (BA) e Sociedade Cultural e Beneficente Monsenhor Alonso (ES).

A Sociedade Cultural e Beneficente Monsenhor Alonso, do Espírito Santo, é uma Instituição de Longa Permanência de Idosos (ILPI) que exerce ação de proteção e abrigo a moradores de rua na cidade de Vitória. A instituição trabalha percorrendo ruas para localizar homens idosos, que se encontram em situação de abandono. O administrador do lar, Padre Reuber Cogo Daltio, foi quem recebeu a premiação. “Receber esta premiação nos enche de alegria, pois é um reconhecimento do trabalho realizado ‘com muitas mãos’, principalmente neste período de pandemia, quando os idosos foram os mais vulneráveis” disse.

Assim como a Sociedade Cultural e Beneficente Monsenhor Alonso, as Obras Sociais Irmã Dulce (BA) também é uma ILPI, onde funciona um dos maiores complexos de saúde ligado ao SUS do país. São aproximadamente de 4,5 milhões de atendimentos por ano. Destacando-se pelo Centro de Geriatria e Gerontologia Julia Magalhães, único complexo do estado da Bahia a oferecer, ao mesmo tempo, atendimento ambulatorial e internação hospitalar para casos graves e pacientes crônicos. São 16 leitos de pacientes com patologias agudas, 16 leitos de cuidados paliativos, 24 de reabilitação, 88 de patologias crônicas e  72 de longa permanência.

Padre Júlio Lancellotti é paulista, nascido em 1948. É pároco na igreja de São Miguel Arcanjo no bairro da Mooca, em São Paulo. Também é responsável pelas missas realizadas na capela da Universidade São Judas Tadeu. Atua junto a menores infratores, detentos em liberdade assistida, pacientes com HIV/Aids, populações de baixa renda, em situação de rua e na atividade paroquial de idosos.

“Receber o Prêmio Zilda Arns é pra mim um motivo de muita alegria pelo fato de ter conhecido, convivido, colaborado e fazer parte da história deste trabalho tão importante que deixou como legado para todo o mundo. Então receber este prêmio é como tê-la próxima novamente e com ela partilhar a vida e a luta de cada dia”, relatou o Padre Júlio Lancellotti sobre receber o prêmio.

Lidiane Charbel atua junto à Comissão do Idoso na Câmara Municipal de Juiz de Fora (MG) e participa também de um grupo de pesquisa da Frente Nacional de Fortalecimento das Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) que tem como figura importante Karla Giacomin. Karla é especialista em Geriatria e Gerontologia pela Universidade Louis Pasteur (Strasbourg), atua na coordenação de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa de Belo Horizonte e é consultora para Organização Mundial de Saúde na área de políticas para envelhecimento.