Pessoas com deficiência ainda enfrentam desafios para serem incluídas na sociedade
Dificuldades na acessibilidade e a falta de inclusão são algumas dentre as várias barreiras encontradas
Postado em 23/04/2024
A população com deficiência no Brasil foi estimada em 18,6 milhões de pessoas de dois anos ou mais. Esse número corresponde a 8,9% da população dessa faixa etária no país, segundo dados da Pnad Contínua 2022. No estudo feito pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) em 2021, 113.642 pessoas com deficiência residiam no DF, correspondendo a 3,8% da população com dois anos ou mais. Dentre esses números 43,2% possuíam deficiência visual, 22,6% múltipla, 19,8% física, 7,2% auditiva e 7,2% intelectual/mental.
Diante de todo esse cenário não dá para deixar de falar sobre os desafios e dificuldades que as pessoas com deficiência enfrentam no decorrer da sua vida. A sociedade carece de um preparo melhor para poder incluir todas essas pessoas sem que ninguém se sinta mais excluído.
Foi criada em 2000 a Lei n° 10.098, conhecida como a lei da acessibilidade. Ela trata de diretrizes e normas para que edificações, transporte, comunicação e outros elementos sejam projetados e adaptados de forma a permitir o acesso e a utilização por todos. Através dessa lei é possível quebrar algumas das barreiras encontradas pelas pessoas com deficiência durante sua vida e ajudá-las a se sentirem autônomas e incluídas.
Pessoas com PcD na escola e no trabalho
Para conseguir acesso ao mercado de trabalho é preciso ter uma boa base de escolaridade, então ser alfabetizado é muito importante para essa inserção não só de pessoas com PcD mas para as que não têm também. Mas com todo o preconceito e obstáculos na vida dificultando esse processo, algumas pessoas com deficiência acabam deixando a escola de lado e tentam a sorte no mercado de trabalho.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD/2023) a taxa de analfabetismo para quem tem deficiência é de 19,5%, sendo que a maior parte dessas pessoas com 25 anos ou mais sequer completaram o ensino básico, 63,3% não tiveram instrução ou têm fundamental incompleto e 11,1% completaram o fundamental, mas não o médio. E apenas 25,6% tinha concluído o ensino médio e 7% o nível superior.
Esses números interferem diretamente na busca por um trabalho, porque pelo simples fato de já possuírem uma deficiência as oportunidades são limitadas sem o devido nível de escolaridade elas ficam quase que inexistentes.
Vivência no ambiente acadêmico
Para ajudar nessa situação existe o Niop – Núcleo de Inclusão e Orientação Psicopedagógica (Universidade Católica de Brasília), que tem o intuito de desenvolver ações de apoio para Pcd, ajudando na inclusão e adaptação no ambiente acadêmico.
Marina Magalhães, 25 anos, é formada em jornalismo e também é PcD, ela conta os desafios encontrados ao longa da vida e o que fez para superá-los. “Eu já nasci com deficiência motora e com um pouco de dificuldade na fala, mas nada disso me impediu de seguir meu caminho mesmo com todos os obstáculos que foram aparecendo”. Continuou dizendo que sua família e amigos foram muito importantes para se sentir incluída na sociedade.
Ela que sempre estudou em escola pública conta que sempre se esforçou para estudar e terminar os estudos. “Consegui terminar meus estudos e entrar na faculdade para cursar jornalismo, gosto de expressar minha opinião e também contar um pouco do que vivi”. Finalizou dizendo que terminar a faculdade foi um momento especial e gratificante e espera que mais PcD´s façam o mesmo que ela.