Especialista avalia ser seguro a flexibilização do uso de máscara no DF

O equipamento deixou de ser obrigatório em ambientes ao ar livre no dia no dia 3 de novembro / Créditos de Imagem: Freepik

Isadora Mota

Postado em 11/11/2021

O infectologista Hemerson Luz explica que a pandemia já apresenta evidências de controle, com taxa de transmissão abaixo de 1,0 e média móvel diminuindo de forma sustententada, por isso, considera seguro a retirada da máscara em ambientes abertos, mas com protocolos, como a constante higienização das mãos e a distância de aglomerações. 

O uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI) vinha sendo exigido desde abril de 2020 como forma de conter o avanço do vírus na capital. Como mostram estudos produzidos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o EPI reduz em 87% a chance de contrair Covid-19.

O uso das máscaras de proteção contra a Covid-19 deixou de ser obrigatório em ambientes ao ar livre do Distrito Federal. A estabilização no número de casos e o avanço da vacinação na cidade abriram margem para a decisão de flexibilização da utilização do equipamento. O acessório, no entanto, permanece sendo obrigatório em todos os espaços públicos fechados, estabelecimentos comerciais, transporte público coletivo e áreas comuns de condomínios residenciais. 

O infectologista Hemerson Luz explica que a máscara é uma barreira importante que tem a capacidade de diminuir muito a transmissão do coronavírus / Créditos de Imagem: Freepik

A decisão foi publicada pelo governador Ibaneis Rocha no Diário Oficial do Distrito Federal. O decreto também permite que os restaurantes reduzam a distância entre as mesas, de 2 metros para 1 metro, além de desobrigar a medição de temperatura na entrada de feiras, mercados, cultos religiosos, shows e eventos na cidade. 

Em relação aos ambientes fechados, o especialista salienta que o equipamento ainda é necessário. “A variante Delta tem uma maior transmissibilidade e passa mais facilmente principalmente em lugares fechados. Quando uma pessoa usa máscara está protegendo os elos mais frágeis da cadeia de transmissão, principalmente crianças, pessoas com imunodepressão e idosos, os quais podem apresentar quadros mais graves”, esclarece. 

O que acham os brasilienses?

Lara Lima, 20, estudante de pedagogia, é a favor da flexibilização e se sente segura em não usar a proteção em ambientes abertos: “Tento ainda manter um distanciamento de pessoas que não estejam utilizando [a máscara]. Acho que as pessoas não ficam tão vulneráveis ao vírus nesses espaços por conta da circulação do ar”. A jovem ainda acrescenta que o decreto não implica a proibição do uso: “Quem não se sente seguro, pode continuar usando”. 

Para Jorge dos Santos, 22, estudante de farmácia, a insegurança e o medo da infecção pelo vírus ainda o privam de respirar o ar livre da cidade. O estudante argumenta que, mesmo com a estabilização no número de contaminados e com a maior parte da população vacinada, a melhor forma de extinguir o vírus é manter os procedimentos de higiene e proteção: “A máscara tem que ser literalmente uma das últimas coisas que a gente deve parar de usar, se a gente parar de usar. Eu vou ser adepto ao uso de máscara mesmo nos pós pandemia, em mercados, transportes públicos e eventos”, comenta.  

Por de pegar o vírus pela segunda vez, Jorge se mantém alerta aos procedimentos básicos de distanciamento social e uso constante de máscara / Créditos de Imagem: Arquivo pessoal

É o fim da pandemia?

O infectologista Hemerson Luz reforça que a pandemia está sendo controlada, mas ainda não acabou. Luz explica que quanto mais o vírus circular, maior será o risco de ocorrer transmissões e o surgimento de novas variantes, por isso as atividades sociais devem ocorrer sempre sob protocolos. “Contar com grande parte da população vacinada, evitar aglomeração e manter a higienização das mãos e superfícies são medidas que devem continuar por mais algum tempo”, destaca.