Pouca oferta de linhas e horários prejudica quem mora em Vicente Pires

Quantidade de linhas de ônibus dentro da cidade é baixa e com grandes intervalos entre as horas de passagem dos ônibus

Renato Teles

Postado em 01/04/2024

Com 80 mil habitantes, a Região Administrativa de Vicente Pires carece de linhas de ônibus com destino à região central de Brasília. A quantidade de linhas de ônibus que tem como rota passar por dentro da cidade é relativamente baixa, com 10 tipos de rotas, sendo apenas 3 dessas com destinos ao centro do Distrito Federal.

Os horários, dependendo da linha, são escassos, como, por exemplo, a linha 0.962, que vai da Vicente Pires para a Rodoviária passando pelo SIG. Só existem horários de segunda à sexta e com apenas duas possibilidades na ida, saindo de Vicente Pires com dois ônibus logo pela manhã; e depois, na volta , apenas com dois ônibus pela noite.

A segunda linha de ônibus é a 0.953, que segue mais ou menos o mesmo itinerário da linha 0.962, cuja rota é Vicente Pires/Asa Norte, com apenas dois horários de segunda a sexta saindo de Vicente Pires logo pela manhã e uma pela noite saindo da Asa Norte.

Pessoas entrando no ônibus – Foto tirado por Renato Teles

Com a terceira e última linha, a 0.946, Vicente Pires/Rodoviária passando pelo Eixo Sul a história já é bem diferente. A variedade de horários é melhor, assim, além de ter ônibus de segunda à sexta existe a possiblidade aos sábados com um horário de saída pela manhã e dois horários na volta de noite. Ainda tem aos domingos e feriados com um horário saindo cedo e com dois horários voltando à noite.

Todos os ônibus são geridos pela mesma empresa São José. A reportagem procurou a empresa, mas não obteve nenhuma reposta.

Plataforma inferior da rodoviária – Foto tirada por Renato Teles

Passageiros encontram dificuldades

Gabriel Lopes, 19 anos, é estudante de Análise de Desenvolvimento de Sistema. Ele pega ônibus todo dia para ir à aula.  “Eu só pego ônibus de manhã porque na hora que estou voltando para casa é o horário em que não passa nenhum direto para Vicente Pires” – continuou dizendo que dependendo do dia os ônibus não chegam a ter uma grande lotação mas outras vezes que tem bastante gente.

Também foi perguntado para Gabriel como que fica a logística em dias em que o ônibus demora para passar ou em que ele perde. “ Tem vezes que eu pego o ônibus dentro da Vicente mesmo, mas se ele estiver demorando muito ou acontecer de eu perder, tenho que descer até a EPTG e pegar um outro”.

Parte lateral da rodoviária e carros passando – Foto tirada por Renato Teles

Julia Mayara Serra, 19 anos, estudante de Biomedicina, tem um pouco mais de dificuldade. Ela conta que dependendo do dia o ônibus atrasa bastante e tem que descer andando para uma outra parada ou esperar até a hora em que, finalmente, o ônibus vai passar e chegar atrasada na aula. “Não tem tanta gente pegando esse ônibus, então vai tranquilo. Na hora da volta sempre é complicado porque nunca dá para pegar o ônibus que vem direto, então paro no lugar mais perto e vou para casa andando“.  Ela ainda conta que, quando vai para a EPTG, espera passar pelo menos dois ônibus porque eles estão muitos cheios e não consegue entrar.