A revolução digital no setor da saúde avança a passos largos, impulsionada pela crescente adoção de dispositivos vestíveis, como relógios e pulseiras inteligentes. Esses aparelhos, antes associados exclusivamente à prática de atividades físicas, passaram a desempenhar um papel crucial no monitoramento de sinais vitais e na promoção de uma saúde preventiva. O impacto dessa tendência, cada vez mais popular e acessível, está transformando a forma como as pessoas cuidam de sua saúde, com foco na detecção precoce de condições e intervenções mais rápidas.

Os wearables são dispositivos compactos e conectados que monitoram uma série de indicadores, como frequência cardíaca, níveis de oxigênio no sangue, pressão arterial e até mesmo eletrocardiogramas (ECG). Este ano, a integração de tecnologias como aprendizado de máquina e inteligência artificial (IA) oferece uma visão mais detalhada e precisa do bem-estar dos usuários, permitindo diagnósticos antecipados.

Impacto no cuidado preventivo

A principal vantagem dos wearables é a sua capacidade de fornecer dados contínuos sobre a saúde do usuário. Com isso, tornam-se ferramentas valiosas não apenas para pessoas que buscam melhorar sua qualidade de vida, mas também para a prevenção de doenças. “Hoje, as pessoas estão mais conscientes de sua saúde, e os dispositivos vestíveis oferecem uma maneira prática e eficiente de monitorar condições como hipertensão, níveis de oxigênio no sangue e até doenças cardíacas”, explica Paulo Henrique Sousa, educador físico.

Além disso, a disseminação dos wearables está mudando a dinâmica entre pacientes e profissionais de saúde. “Esses dispositivos permitem um acompanhamento remoto mais eficiente e em tempo real, o que é um grande avanço para a medicina preventiva”, destaca. A coleta contínua de dados pode ser compartilhada com médicos, facilitando intervenções rápidas em caso de alterações preocupantes nos sinais vitais.

O mercado em expansão e os novos avanços tecnológicos

O mercado global de wearables, avaliado em 62,92 bilhões de dólares em 2024, projeta um crescimento robusto, atingindo 75,90 bilhões de dólares em 2025. O avanço da tecnologia também reflete um aumento na demanda por dispositivos que integram mais funções de monitoramento. Os smartwatches, por exemplo, são cada vez mais sofisticados e já incluem sensores para monitoramento de ECG e pressão arterial, além de contadores de passos e de calorias. O lançamento de novos modelos, como o Huawei Watch D2, que é o primeiro smartwatch com Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA), exemplifica a evolução desses dispositivos.

As inovações não se limitam à tecnologia em si, mas também ao design. As marcas estão investindo em modelos mais modernos, buscando agradar a um público mais amplo. “O mercado não está mais limitado a pessoas que praticam esportes. Hoje, os wearables são vistos como acessórios de moda, combinando estética e funcionalidade”, explica Maicon França, gerente de vendas do Fujioka no Taguatinga Shopping. A Huawei, por exemplo, se destacou ao lançar modelos com longa duração de bateria e funções avançadas, consolidando sua posição como líder no mercado de dispositivos vestíveis.

O futuro da medicina e a integração de dados para saúde personalizada

Além das funções básicas de monitoramento, os wearables estão se tornando essenciais na criação de um cuidado mais personalizado. Parcerias, como a realizada entre a Fitbit e a Quest Diagnostics, estão explorando como combinar dados de dispositivos vestíveis com exames laboratoriais para melhorar a avaliação da saúde metabólica e prevenir doenças crônicas, como diabetes e doenças cardíacas.

Paulo César, morador do Guará e usuário de um smartwatch, explica como o dispositivo o auxilia em seu dia-a-dia. “Além de monitorar minha frequência cardíaca e pressão arterial, o relógio também me permite acessar contatos de emergência e receber notificações discretas durante reuniões de trabalho. Ele é uma ferramenta essencial tanto para o bem-estar quanto para a produtividade”, comenta.

A acessibilidade e os desafios para o consumidor

Com a popularização dos wearables existem hoje opções mais acessíveis no mercado. “Hoje, modelos da Huawei e outras marcas com funcionalidades avançadas estão disponíveis por preços um pouco mais baixos, o que facilita a adesão de um número maior de pessoas”, comenta Maicon França. No entanto, o preço ainda é uma barreira para algumas faixas da população, com modelos premium ultrapassando os R$ 2 mil.

Apesar dos desafios econômicos e a concorrência acirrada, com gigantes como a Apple e a Samsung no mercado, a tendência é que os wearables continuem a evoluir e a desempenhar um papel cada vez mais importante no cuidado à saúde. “Eles estão se tornando uma extensão do nosso corpo, monitorando e protegendo nossa saúde de maneira inteligente”, conclui Paulo Henrique.