Mar vermelho

Menstruação, palavra cercada por mitos, medos, dificuldades, limitações e desinformação. Um período que faz parte do ciclo feminino que, para além de todos os preconceitos, significa saúde. Mulheres que menstruam, desde novas, foram ensinadas a terem vergonha de suas regras e a se safarem de situações constrangedoras que poderiam surgir.  por Amanda Sales, Giovana Cardoso […]

Reportagem especial

Postado em 29/06/2022

Menstruação, palavra cercada por mitos, medos, dificuldades, limitações e desinformação. Um período que faz parte do ciclo feminino que, para além de todos os preconceitos, significa saúde. Mulheres que menstruam, desde novas, foram ensinadas a terem vergonha de suas regras e a se safarem de situações constrangedoras que poderiam surgir. 

por Amanda Sales, Giovana Cardoso e Mariana Saraiva

Um mundo onde a palavra ‘menstruação’ precisa ser sussurrada. – Crédito: Canva

Falar que está menstruada? Nem pensar! Não, “vou ao banheiro retocar a maquiagem” ou até mesmo “só me olhar no espelho”. Seja qual for a justificativa, o verdadeiro motivo das idas mais frequentes ao sanitário não é comentado. Em épocas do ensino fundamental e médio, a morte parecia ser melhor do que deixar alguém desconhecido perceber que estava menstruada. Um grupo de amigas se reunia “discretamente” ao redor para que a garota pudesse colocar rapidamente o absorvente dentro do bolso.   

Você já percebeu que na maior parte dos comerciais de absorventes as mulheres estão felizes e saltitantes? Mas será que isso acontece na vida real? Além disso, essas propagandas não mostram o sangue, substituem por um líquido azul, flores e até mesmo glitter. Será que de certa forma isso alimenta a ideia de que o sangue menstrual é sujo e vergonhoso?  

TABU MENSTRUAL

Menstruação? Cuidado! Para alguns, esta palavra é contraindicada para quem quer evitar constrangimentos, cabeças baixas e parentes indiscretos. Imagine o seguinte cenário: em uma tarde fresca de outubro, você começa a sentir uma pontada na barriga e vê uma mancha escura na calcinha. Menarca. Como se fosse um estalo, menstruação se torna uma palavra proibida no seu vocabulário e pode ser substituída por “chico”, “aqueles dias” ou “mar vermelho”. Outra coisa que você precisa saber, não falamos sobre aquilo que não deve ser mencionado. Afinal, qual foi a última vez que você viu uma mulher falar sobre aqueles dias no mês em uma roda de conversa? Para muitos, a menarca é sinônimo de sujeira, nojo incômodo. 

De onde veio isso? Talvez, dos anos e anos de patriarcado, segundo o qual o corpo feminino é visto como algo impuro. E porque justo um processo fisiológico natural do corpo feminino viraria tabu? A verdade é que mulheres, ainda, são vistas como inferiores e suas “características’’ são usadas como justificativa para rebaixá-las. 

A grande consequência disso é uma nova geração que também tem pensamentos retrógrados e negativos sobre o corpo feminino, que acabam reforçando o tabu, fazendo com que cada vez mais adultos fiquem sem educação sexual e conhecimento sobre a própria natureza do corpo. A psicóloga comportamental Caroline Montanieri conta que diversos pacientes relatam deixar de ter relações sexuais por conta da menstruação, em sua maioria, por acharem algo sujo e nojento. Talvez por isso, segundo a pesquisa feita pela Sempre Livre, da Johnson & Johnson, em parceria com a KYRA Pesquisa & Consultoria, em 2018, 57% das brasileiras sentem-se sujas durante a menstruação (40% no âmbito global) e mais de 40% ficam inseguras e se sentem pouco atraentes.

Compreender o próprio corpo e seus processos fisiológicos é essencial, mas como ter esse entendimento, estando rodeado por uma sociedade que vê a menstruação de forma negativa? Ainda segundo a psicóloga, o primeiro contato das mulheres com o seu ciclo menstrual pode ser traumático, isso por conta de uma carga cultural e estrutural de que a menstruação é algo muito negativo para a mulher. “Tem muitas mulheres que odeiam menstruar justamente por trazer esse pensamento inconveniente”, completa Montanieri. Um estudo feito pelo Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef), em 2021, revelou que  a menstruação ainda não faz parte do quadro escolar, uma vez que cerca de 71% das mulheres que menstruam nunca tiveram aulas, rodas ou palestras sobre o assunto.

A própria mídia distorce a cor do sangue, evitando usar a cor vermelha nos comerciais de absorventes. Crédito: Erol Ahmed

No livro The Function of Ethnicity, Income Level, and Menstrual Taboos in Post-Menarchal Adolescents’ Understanding of Menarche and Menstruation, de Lisandra White, a falta de conhecimento sobre ciclo menstrual traz malefícios a essa mulher que, cada vez mais, vai  ter vergonha de compartilhar sobre o assunto. Mas será que aquela propaganda de absorvente, onde a mulher aparece sorrindo em um campo de flores enquanto libera um líquido azul , é realista? Será que quando o slogan prega palavras como “liberdade” e “autoestima” estão falando sobre menstruar? 

Uma pesquisa exploratória, sem validade estatística, feita por esta equipe de reportagem, mostrou que ao menos 32 mulheres já escutaram dizeres populares sobre a menstruação. Falas como “não poder fazer bolo durante o período menstrual, para que ele não fique solado”, “não poder cortar o cabelo” e até mesmo “colocar um algodão com álcool no umbigo para passar a cólica”. É evidente que o assunto menstruação ainda é um tema cercado de falácias e mistérios.  

Carolina Montanieri, psicóloga comportamental. – Reprodução/ Instagram

ESTADO E MENSTRUAÇÃO

Nos últimos anos, o termo “dignidade menstrual” vem ganhando destaque. Até certo tempo,  não era possível imaginar as dificuldades que diversas mulheres poderiam enfrentar durante o seu ciclo biológico natural. No Brasil, cerca de 4 milhões de meninas sofrem com pelo menos uma privação de itens mínimos de higiene, isso inclui falta de acesso a absorventes e instalações básicas nas escolas, como banheiros e sabonetes – é o que mostra dados obtidos pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), em 2021. Você já pensou em como mulheres em situação de vulnerabilidade social conseguem manter sua saúde íntima ? 

A ausência de condições sanitárias mínimas para que as mulheres possam lidar com sua menstruação afeta a dignidade, a integridade corporal, saúde, autoestima e bem-estar, sendo um desrespeito aos direitos humanos. Ainda de acordo com a Unicef, no Brasil, cerca de 713 mil meninas vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio. 

Na hora de fechar as contas do mês, absorventes e coletores passam longe de ser a prioridade da camada mais pobre, uma vez que a alimentação e sobrevivência passam a prevalecer nesta disputa. Um pacote de absorvente de uso diário, em média, custa R$15 e o protetor noturno, em média, R$25, com 30 unidades cada. Pensando em uma família que vive com um salário mínimo de R$1.212,00, e que um período menstrual pode durar até 10 ou mais dias, uma mulher pode gastar cerca de 32 absorventes durante seu período, ou seja, cerca de 30,3% do salário iria para a compra do item. Pensando nisso, surgiu um projeto de Lei  4.968 de autoria da deputada Marília Arraes (SD-PE), que prevê a oferta de absorventes gratuitos para mulheres em situação de rua, presidiárias e estudantes de baixa renda matriculadas em escolas públicas.

De acordo com uma enquete feita em 2021 pela Unicef, 62% de crianças e adolescentes disseram já ter deixado de ir à escola ou a algum lugar que gostam por estarem menstruadas, e 73% já se sentiram constrangidas pelo mesmo motivo. 

No Brasil a implementação de políticas públicas relacionadas ao manejo menstrual é visto como algo cada vez mais urgente. Em 2014, a ONU (Organização das Nações Unidas) passou a considerar o acesso à higiene menstrual como uma questão de saúde pública e de direitos humanos. Mas como as políticas públicas podem ajudar neste cenário?  

A política pública é um mecanismo usado pelo povo para reivindicar os seus direitos e solucionar problemas que afetam toda a coletividade. Para a cientista política Giovanna dos Santos, o estado deve passar a ver a pobreza menstrual como um problema público e deve passar a fornecer anticoncepcionais e outros recursos relativos à higiene para as mulheres. “As políticas públicas são elaboradas para atingir toda a sociedade de forma geral ou em muitos casos grupos, que sofrem desigualdade e reivindicam alguma coisa”, disse a cientista. 

Mas como lutar por um direito feminino em um lugar onde a soberania masculina lidera? Como um homem pode entender um problema feminino? De acordo com dados obtidos pela Agência Brasil, das 513 cadeiras ocupadas na Câmara dos Deputados, apenas 77 são preenchidos por mulheres, o que corresponde a apenas 15%.   Para Isabela Rahal, cientista política e fundadora do projeto “Elas no poder”,  a predominância de homens à frente de decisões políticas afetou diretamente os direitos das mulheres, uma vez que os mesmos não eram entendidos como direitos porque eram femininos. Rahal ainda ressalta a importância da dignidade menstrual ser tratada como uma prioridade, visto que é dever do estado prover para aquelas mulheres que não tem condições, os absorventes. 

Isabela Rahal, fundadora e diretora de articuladora política do elas no poder. Reprodução/ Instagram.

Distrito Federal

No Distrito Federal, uma ação coordenada pela Secretaria de Justiça e Cidadania arrecadou mais de 155 mil itens de higiene para mulheres. De acordo com a pasta, foram atendidas 5 mil estudantes da rede pública de ensino. A campanha Dignidade Feminina também focou na realização de palestras sobre a desconstrução de tabus sobre a menstruação, conscientização sobre a saúde da mulher, pobreza menstrual, autoconhecimento e outros. 


Apesar do incentivo e de uma lei já aprovada na capital, em que garante o acesso e distribuição de absorventes em escolas públicas e Unidades Básicas de Saúde, ainda falta a ação do Estado para prover mais ações assegurando esse direito fundamental. Segundo o movimento “Livre para Menstruar DF”, a lei em questão, não está sendo de fato cumprida.

SAÚDE GINECOLÓGICA E EDUCAÇÃO SEXUAL

Papel higiênico, miolo de pão ou folha de jornal são algumas das alternativas utilizadas para conter um ciclo. Segundo a ginecologista Brunely Galvão, a falta de itens básicos para a higiene é prejudicial à saúde da mulher, que pode vir a desenvolver candidíase, fissuras na região íntima, dermatite e vaginose. Outros problemas podem surgir com a precariedade de elementos essenciais para higiene. No caso da carência de um banheiro, as chances de contrair fungos e bactérias é maior, visto que a mulher fica impossibilitada de descartar o absorvente, ficando com ele por mais tempo além de não conseguir fazer uma higiene correta.

‘‘Eu diria que a maioria das mulheres não conhecem o seu próprio ciclo. A maior parte das mulheres tenta suprir esse ciclo, falando que odeia menstruação, fala que não gosta e tem nojo de sangue.’’. A médica destaca que esse tipo de pensamento pode ser muito prejudicial à saúde da mulher por ela não conhecer o próprio corpo e não conseguir identificar os sinais de doenças como endometriose, insuficiência corpo lúdica além de não entender o seu ciclo. “A falta de conhecimento acaba fazendo essas mulheres ficarem muito perdidas e acabam medicalizando seus corpos mais do que deveriam.”

As mulheres do Brasil cuidam da sua saúde ginecológica? Entendem que essa prática previne doenças? Cerca de 5,6 milhões de brasileiras não costumam ir ao ginecologista-obstetra, 4 milhões nunca procuraram atendimento com esse profissional e outras 16,2 milhões não passam por consulta há mais de um ano, indicou uma pesquisa, de 2019, da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) em parceria com o Datafolha.

De acordo com as informações da pesquisa, entre aquelas que não costumam ir ao ginecologista, as razões mais alegadas são ‘não preciso ir, pois estou saudável (31%)’ e ‘não considero importante ou necessário ir ao ginecologista (22%)’. Há ainda aquelas que dizem não ter acesso ao médico ginecologista ou não haver esse especialista na localidade onde residem (12%), ter vergonha (11%), ou não ter tempo (8%). Quando falamos em saúde ginecológica estamos pensando além do  cuidado com a saúde reprodutiva, disponibilizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde)  por exemplo, pré-natal e parto. 

O ideal é que essa menina vá pela primeira vez ao ginecologista um pouco antes de sua primeira menstruação, ou logo em seguida, pois a partir disso ela se torna fértil, sendo capaz de gerar uma vida. E é na escola e em consultas que essas meninas podem começar a ter acesso a informações como saber mais sobre o funcionamento do corpo durante a menstruação, como lidar com cólicas, entender o próprio ciclo, como prevenir a gravidez e as doenças sexualmente transmissíveis.

Outra justificativa para este atraso na primeira consulta ao ginecologista pode ser pelo medo que alguns pais têm de conversar ou “incentivar” a vida sexual das crianças. Essa defasagem na procura de consultas pode resultar em adultas sem conhecimento. Mesmo sem ter uma vida sexual ou ainda longe de iniciar, o acompanhamento médico é necessário.   

É neste contexto que a educação sexual, termo utilizado para se referir ao processo que busca proporcionar conhecimento e esclarecer dúvidas sobre temas relacionados à sexualidade e ao próprio corpo, se torna algo essencial. Este processo de educação sobre sexualidade tem sua importância relacionada à prevenção situações indesejadas, como DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), gravidez na adolescência e experiências sexuais traumáticas. A ONU (Organização das Nações Unidas) considera que a educação sexual está relacionada à promoção de direitos humanos, direitos das crianças e jovens e o direito que toda pessoa tem à saúde, educação, informação e não discriminação. Por essa razão, a ONU é favorável à implementação de um currículo para educação sexual nas escolas.

Segundo a ginecologista Mariana Gudim,  a importância dos pais e das escolas tratarem sobre o assunto e introduzirem essa educação sexual se encaixa em explicar para as meninas as mudanças que vão acontecer no seu corpo, as alterações que vão acontecer durante toda a vida, como ela vai lidar, como usar corretamente o absorvente, é trocar e manter sua higiene pessoal. Parte disso é a preocupação da introdução da educação sexual na grade curricular escolar. 

A educadora sexual Alessandra Araújo acredita que a educação sexual já deveria estar inserida nas diretrizes básicas da educação. “O que a gente percebe é que muitas crianças crescem, recebendo informações de uma forma errada e enviesada, direcionando a criança e o adolescente para práticas que não são adequadas nem para idade, e nem para seus amadurecimento mental e cognitivo”. A educadora ainda afirma que a nossa cultura muitas vezes não permite que os pais se sintam à vontade nessas situações, e acabam negligenciando os temas a respeito da sexualidade. “Falar sobre sexo com crianças é dar as respostas que elas precisam”, conta. 

Se o assunto não é tratado pelos pais ou profissionais, ele acaba sendo introduzido por meio de rodas de conversas de amigos, e informações distorcidas podem acabar sendo repassadas, uma vez que o jovem pode não ter um conhecimento adequado sobre o tema. Alessandra ainda fala que o assunto tem que ser desenvolvido a partir de uma linguagem apropriada para a faixa etária, e conforme as curiosidades vão surgindo, o responsável ou educador deve sanar os questionamentos que a criança tem.  

Segundo uma divulgação feita pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), em 2010, a falta de uma educação sexual adequada pode deixar os jovens mais suscetíveis a coação, exploração sexual, gravidez indesejada, infecções ou doenças sexualmente transmissíveis. No Brasil, a orientação sexual nas escolas ainda não está definida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, apesar disso, as escolas têm a autonomia para decidir quais assuntos serão discutidos com os alunos.  

REFLEXO DENTRO DAS RELAÇÕES

No ambiente familiar, com a mudança hormonal das meninas, é possível que os pais fiquem cada vez mais distantes da “vida real” das filhas. Muitos acreditam que a maturidade está atrelada ao primeiro período e esperam comportamentos mais maduros dessas meninas, que muitas vezes podem se sentir pressionadas e acabam se isolando durante o período.  

‘“Agora você já é uma mocinha, tem que se comportar como uma’’,  “os meninos vão começar a te tratar diferente, fica atenta’’, “nossa como você cresceu’’, essas são algumas das frases que meninas de 8 a 14 anos escutam assim que tem a menarca. Dentro de casa, os hormônios à flor da pele e um novo estilo de vida se transformam e podem  moldar aquela futura ‘‘mulher’’.

São muitas mudanças acontecendo ao mesmo tempo, além de aprender a lidar com o sangue e as cólicas, os seios começam a surgir, pelos pelo corpo passam a crescer, e a gordura corporal passa a ser distribuída de forma diferente e nesse momento que os parentes começam a comentar “Nossa, como seu corpo mudou”.

Relatos

Conforme o ciclo chega é comum que muitas  mulheres passem por constrangimentos. Os “micos” não fazem distinção com idade, horário ou habilidades que a mulher possa ter com um ciclo menstrual, para algumas a primeira menstruação pode ser marcada com experiências traumáticas e desesperadoras, como  foi o caso da estudante de psicologia Giovanna de Freitas, que disse ter tido seu primeiro ciclo durante uma aula na escola. “A cadeira estava toda suja …quando eu fui ao banheiro vi que estava com sangue. Cheguei em casa, liguei para minha mãe, mas meu pai quem atendeu, depois ele passou o telefone para ela”, disse a estudante.  

Pensando em desmistificar o assunto dentro de casa, a animação “RED: Crescer é uma fera” produzida pela Disney, traz a história de uma menina de 13 anos que se transforma em um panda vermelho sempre que fica nervosa. Trazendo uma referência a menstruação, a comédia conversa diretamente com as meninas mostrando o conturbado período da puberdade, além de relatar como a relação com família pode mudar com esse “amadurecimento”.

A advogada Andreza Sales comenta que, após a menarca, conversava muito pouco e superficialmente sobre o assunto com sua mãe, e que nem cogitava ter a mesma conversa com seu pai. ‘‘Eu menstruei muito cedo e não tive um apoio forte familiar, me senti um pouco perdida e todos me viam como uma adulta, tive que me virar’’. O afastamento entre essas meninas e os pais pode acontecer por vários motivos, para Sales além da falta de conversa o que também pesou foram os comentários. 

Durante as famosas TPM (tensão pré menstrual), a brasiliense não se sentia acolhida por sempre ouvir que precisava se acalmar. ‘É muito chato ter que ficar explicando que sim estou de TPM e é muito ruim quando os pais acham que é só isso. Não sei nem explicar a quantidade de hormônio envolvido, não é como se a gente conseguisse controlar’’. 

Apesar da grande jornada que as mulheres passam durante o ciclo menstrual, é aparente que alguns avanços já foram feitos na sociedade. É cada vez mais necessário que a palavra menstruação seja dita sem vergonha e preconceitos, para que, talvez, no futuro as mulheres se sintam mais livres para menstruar e o tema deixe de ser um tabu.