Padrões de beleza impactam a saúde mental

Com as redes sociais a cobrança por um corpo perfeito está cada vez maior, porém as consequências disso são drásticas

Giovana Ferreira

Postado em 29/11/2021

A maneira como uma pessoa enxerga seu corpo impacta diretamente em sua saúde mental. A imposição e pressão da sociedade para seguir um padrão estético corporal acaba por fortalecer a necessidade de aceitação no meio social, contribuindo assim para a eclosão de diversas doenças psicológicas. É certo que as redes sociais auxiliam na constante exposição de figuras “perfeitas”, favorecendo pessoas a se tornarem escravas da mídia e a cairem em um ciclo de autocobrança. 

Para a psicóloga Amanda Moura, a idealização de um determinado corpo faz com que muitas pessoas se submetam a procedimentos extremos buscando alcançar uma satisfação e felicidade. “A pessoa não busca o corpo, mas sim o que ele promete. Quando entra no campo da comparação, a pessoa começa a se diminuir, podendo levar a comportamentos restritivos, buscando um padrão idealizado e inalcançável”, disse Amanda. 

A especialista ainda comenta a respeito da importância de saber a diferença da questão do “querer fazer” e “ter que fazer”, tentando identificar os possíveis impactos de determinada mudança. O sentimento de cobrança pode acarretar diversos problemas de saúde, como depressão, distúrbios alimentares e ansiedade, interferindo na saúde mental da pessoa. “A imposição não gera mudança. Se passarmos a nos cobrar a aceitação do corpo e a amar tudo que vemos, mas na realidade não gostamos, acabamos nos sentindo mal novamente e caindo no mesmo ciclo”, comentou.

Preconceitos enfrentados 

Em determinados casos, atitudes radicais são tomadas para alcançar a meta desejada, este é o caso da influenciadora Danubya Costa, de 29 anos,  que discute como a pressão estética afetou a relação com seu corpo fazendo-a realizar dietas totalmente restritivas. Gastrite, transtornos alimentares e ansiedade são alguns dos distúrbios que foram desenvolvidos por ela; buscando melhorar isso ela afirma como o processo de autoconhecimento foi fundamental para a sua auto aceitação. “A pressão estética é tão grande que faz a gente se submeter a certas coisas dolorosas. O processo do auto amor não é do dia para noite, temos que nos autoconhecer para poder nos amarmos”, disse Danubya.

É certo que o ambiente das redes sociais é favorável para críticas e comentários destrutivos. A esteticista e influenciadora Jéssica Reider, de 30 anos, expõe como já sofreu diversas formas de preconceito por conta de sua aparência. “Por eu ser gorda, já falaram que o meu profissionalismo não era bom, que meu trabalho não era suficiente. Falaram como eu poderia fazer algo para perda de medidas, mas eu era gorda. Já me julgaram demais e isso me abalou muito”.  

A esteticista e influenciadora Jéssica Reider sofreu inúmeros preconceitos por conta de sua aparência. Crédito: Jéssica Reider

A psicóloga Amanda Moura relembra que os padrões de beleza sempre irão existir, vão continuar impactando na vida das pessoas e para isso as pessoas devem sempre procurar ajuda para passar por esse processo de comparação e sofrimento.