Tendências vêm e vão, mas os discos de vinil são eternos
Clubes de assinatura de discos de vinil estão aquecendo o mercado e a paixão de entusiastas
Postado em 04/07/2022
O bisavô do MP3 está de volta ao universo musical, em nova roupagem, mais atraente sem perder a tradicional classe. Recentemente artistas em ascensão ou consagrados no cenário musical mundial lançaram álbuns em vinil, como: Adele, Tim Bernardes, Criolo, Harry Styles…
O disco de vinil é um formato de áudio, fabricado em policloreto de vinila (por isso, vinil), criado pelo engenheiro húngaro, Peter Goldmark em 1948. Sucesso absoluto entre as décadas de 1960 à 1980, a mídia foi perdendo lugar para tecnologias como a fita cassete, CD e o atual formato, MP3.
Entretanto, segundo a MRC (antiga Nielsen SoundScan) o vinil cresceu pelo 15º ano consecutivo e atingiu 27,5 milhões de cópias comercializadas apenas em 2020 nos EUA. Nos primeiros 6 meses de 2021, as vendas mais que dobraram por lá em relação ao mesmo período de 2021.
O comerciante Luís Moreira, 53, proprietário da loja de discos existente há sete anos no Conic, a Fun House, relata: “Durante a pandemia a procura por discos e aparelhos de discos aumentou, porém já estabilizou. O vinil voltou como nicho de mercado.” Luís sugere, ainda, cautela: “O vinil não volta como mídia de massa, mas como um item colecionável.”
Tratando-se de um item colecionável, atualmente o Brasil dispõe de três clubes de assinatura de vinil: Três Selos, Vinil Brasil e o maior clube da américa latina, o Noize Record.
A Noize Record Club surgiu em 2014, com o intuito de “dar à música o protagonismo que ela merece”. Além dos discos de vinil de diferentes cores, acompanhados de encarte e capa única, cada edição mensal acompanha uma revista exclusiva, recheada de histórias, entrevistas e bastidores. Tudo para atrair novos públicos.
Diferente dos tradicionais sebos, os clubes de assinatura de vinil são compostos por curadoria própria para o lançamento de novos artistas/álbuns e reprensagem de obras musicais como o álbum “Opinião de Nara”, da artista Nara Leão, lançado originalmente em 1964, reprensado recentemente pela Noize Record, em comemoração ao dia 8 de março (dia internacional da mulher).
“Pelas mãos dos nossos assinantes, já passaram reedições de álbuns históricos e dificílimos de se achar em sebos, como: Os Afro-Sambas (1966), de Baden Powell e Vinicius de Moraes; o álbum homônimo Gilberto Gil (1968) e Tem Que Acontecer (1976), de Sergio Sampaio, além de termos feito a primeira versão em vinil de 9 Luas (1996), d’Os Paralamas do Sucesso. Também lançamos vários álbuns que se tornaram clássicos contemporâneos, como Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos (2009), do Otto; ; Em Noite de Climão (2017), da Letrux; o homônimo BaianaSystem (2009), Dancê (2015), da Tulipa Ruiz; Tônus (2018), do Carne Doce; Japan Pop Show (2008), do Curumin; Xenia (2017), de Xenia França, e Lá Vem a Morte (2017), do Boogarins.”
Dante Oligare é colecionador, aficionado por discos de vinil: “Minha paixão é hereditária”. Orgulhoso, Dante afirma ter herdado a paixão do seu avô: “Os domingos na casa dos meus avós eram sonoros. Em meio a correria com os primos, barulho da panela de pressão e os cachorros latindo, lembro do meu avô calmo, sentado em sua poltrona na sala acompanhado dos Beatles, Queen, Miles Davis, Jimi e Neil Young.”
Seja por tendência ou amor herdado, o vinil sempre terá um local cativo nos corações apaixonados por música.
O Conic (Asa Sul Edifício Venâncio IV-V) realiza dia 9 de julho, a tradicional Feira de Vinil do Conic, das 10h às 18h.
Conheça:
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