Animais de estimação auxiliam no tratamento de doenças psicológicas

Pets podem contribuir na melhoria da qualidade de vida de seus tutores

Dayhane Chaves

Postado em 16/05/2022

Os animais de estimação, também conhecidos como pets, fazem a alegria de muitas pessoas. E tem companhia para todos os gostos. Além dos bichos mais comuns como cachorros, gatos ou passarinhos, há quem prefira criar animais exóticos como cobras e até gambás! Mas você sabia que os animais de estimação podem ser grandes aliados no tratamento de doenças psicológicas?

A estudante Ana Vitória tem a companhia da Teresa, sua cadelinha. Diagnosticada com depressão, Ana conta que o carinho e a atenção da pequena parceira contribuem muito para seu bem-estar. Teresa é atenta; se percebe que sua dona não está bem, logo procura chamar a atenção para Ana se distrair. “Ela sempre fica muito perto de mim, se eu choro, ela começa a lamber meu rosto na mesma hora. Nos dias que vem a recaída ela coloca todos os brinquedos na cama e só para de latir quando eu levanto para brincar”.

Na medicina, esse auxílio é conhecido como zooterapia. Segundo a psicóloga Sabrina Cabral, este é um tipo de terapia que utiliza os animais de estimação para ajudar na recuperação das pessoas que passam por problemas emocionais ou psicológicos. “Quando em contato constante com um animal de estimação, pacientes que possuem doenças emocionais apresentam uma melhora significativa e conseguem também evoluir na criação de vínculos”.

A convivência com os pets influencia diretamente no organismo de seus donos. De acordo com a psicóloga Gabriela Bessa, a proximidade com os animais ajuda na liberação de hormônios que atuam de forma positiva no organismo, como a endorfina e a ocitocina.

Teresa percebe a alteração de humor de sua tutora e faz de tudo para chamar a atenção (imagem: arquivo pessoal)

O sentimento de utilidade é fundamental

Outro ponto muito positivo onde entra a colaboração dos animais é na rotina. Como os donos precisam se ocupar dos cuidados básicos como oferecer comida, água, passear, entre outras tarefas, isso também acaba interferindo de forma positiva no tratamento.

Sentir-se útil para outro ser vivo tem uma grande influência nas pessoas. Nas palavras de Gabriela, “o ser humano precisa se sentir vivo, certo? Precisa sentir que é útil e os animais dóceis tem o poder de transmitir alegria, bem-estar e qualidade de vida”.

De acordo com as psicólogas, é possível notar uma melhoria no aspecto emocional dos pacientes logo nas primeiras semanas da adoção e os cuidados diários tem influência direta nesses resultados. A experiência da estudante Ana Vitória corrobora com a opinião das profissionais.

Segundo Ana, durante o período do tratamento contra a depressão, uma de suas alegrias era levantar para brincar com sua cadelinha e ela notou então o quanto esse interação estava sendo positiva. “Eu percebi que meu momento de alegria era a hora de brincar com ela e quando ela me lambia até eu parar e começar a rir”.

Porém, uma boa convivência não é regra. Não são todas as pessoas que se adaptam às obrigações referentes ao cuidados diários com os pets. E este pode ser um ponto negativo, como explica Sabrina. “Por mais que existam estudos científicos que comprovem os benefícios do auxílio de um animal de estimação no tratamento de transtornos psicológicos é possível encontrar pacientes que não se adequam a esse tipo de tratamento”.

Ela também afirma que o animal de estimação exige atenção, cuidado e, principalmente, rotina. Portanto, é necessário ressaltar que esse tipo de auxílio é válido quando o paciente gosta e aceita ter um “pet”, porque se for algo forçado, dificilmente trará o resultado positivo que se espera”. Gabriela lembra que a adoção também não é recomendada caso existam restrições fisiológicas por parte do paciente.