Escolas da rede pública e privada no DF retomam as aulas de educação física
Instituições adaptam o formato das aulas de educação física para incluir alunos com aulas presenciais e remotas.
Postado em 20/09/2021
O segundo semestre de 2021 marcou o retorno às aulas para as escolas públicas e privadas, do ensino infantil ao médio em todo o Brasil. Nesse cenário, com a vacinação contra a Covid-19 para menores de idade sem comorbidade ainda em discussão pelo Ministério da Saúde, a segurança de crianças e adolescentes no âmbito escolar continua sendo de grande importância.
Diante disso, além das medidas protetivas e de distanciamentos que as escolas tiveram que tomar, outro desafio esteve presente: as aulas de Educação Física. Caracterizada pelo contato físico e por esportes grupais, a disciplina foi a que mais sofreu adaptações durante as aulas online e com a volta presencial.
A orientadora educacional, Elissandra Bueno, de 38 anos, explica que as aulas do colégio, desde o início da pandemia, funcionam no formato híbrido. Aos alunos presenciais, as aulas de educação física acontecem ao ar livre, com espaço arejado e amplo, que permite que as crianças mantenham o distanciamento. E, para não haver desfalque educacional, os que optam pela segurança do online recebem vídeos gravados pelo professor com a mesma proposta de atividade que será realizada com os alunos em quadra.
Com a importância do retorno das atividades físicas no desenvolvimento emocional e físico para crianças e adolescentes, o Ministério da Educação, em parceria com o programa Impulsiona, disponibilizaram o guia “O papel da atividade física no retorno às aulas presenciais”, de forma gratuita, abordando recomendações e alternativas para um retorno efetivo e seguro.
Diante de diversas preocupações, a professora de educação física, Camilla Grabrielle Rocha, de 31 anos, salienta a importância da volta das atividades presenciais. “Eu como professora senti que o comportamento dos meus alunos mudou muito, os alunos ficaram mais apáticos, mais quietos, eles introverteram. Porque não tinham mais essa conexão de encontrar os amigos, de conversar. A gente vai para a escola também para socializar. A educação física ajuda, pois eles participam muito”, observa.
Interclasse, uma jogada além
O Instituto de Educação Fênix (Insef) está com o sistema híbrido de educação. A professora Camilla faz a chamada em sala com os alunos presenciais juntamente com os que estão em casa, de forma online, e realizam o alongamento para dar início às atividades. O diferencial acontece quando os alunos presenciais vão para a quadra com a professora e os que assistem a aula remotamente recebem um vídeo com o passo a passo da proposta pedagógica.
Com a maior parte dos alunos no formato presencial, Camilla, juntamente com o colégio, resolveu organizar a volta dos jogos interclasses para o Fundamental II. Com a proposta de os alunos colocarem em prática tudo que aprenderam durante o ano, o projeto procura incentivar os jovens no esporte e resgatar a euforia que possuíam antes da pandemia.
A competição, que acontece na última semana de setembro, além da segurança básica, como o uso da máscara e álcool 70%, terá esportes com revezamento de equipamento, luvas cirúrgicas para evitar o contágio. Com a adaptação dos jogos tradicionais de competição, os esportes coletivos foram reformulados para serem jogados de maneira individual ou ter a quantidade mínima presente no mesmo campo para não haver contato.
O Interclasse terá práticas de: arremesso de cesta, no lugar do basquete; chute ao gol, atividade de circuito, tênis de mesa individual, totó, jogo de artilheiro para o futsal, queimada com cinco integrantes, entre outros. Para que todos os alunos tenham chance de jogar, dentro da mesma turma foram montados vários times que podem competir entre si. A estudante do 8º ano, Isabela Vitória, de 14 anos, comenta: “O Interclasse esse ano vai ser bem diferente dos outros por conta da pandemia, mas estou animada para ele. Vou participar do ping-pong, queimada, jogos de tabuleiro, líder de torcida e circuito”. Para os alunos que não tiverem autorização dos pais para participarem, como alternativa, receberão um trabalho para realizarem em casa, devido ao interclasse ser um projeto anual da disciplina de educação física que vale nota.