Jogos de simulação auxiliam na organização da vida e na educação, dizem especialistas e jogadores

The Sims, Avakin Life e Minecraft estão entre os mais jogados da categoria

Vinicius Vicente

Postado em 28/04/2022

O número de jogadores no mundo vêm crescendo e os adeptos da prática se profissionalizando cada vez mais durante os anos. Jogadores profissionais faturam no mercado, enquanto os casuais usam aquela diversão como uma inspiração para a vida. Dentro dos jogos, existe a categoria de simulação, que usa como base rotinas de vida, como os famosos The Sims, Avakin Life e Minecraft. Jogadores dessa categoria dizem que os jogos auxiliam na organização e no planejamento de vida.

Uma pesquisa realizada pela revista Forbes revela que o mercado de games e suas categorias irão ultrapassar o faturamento de 200 bilhões de dólares até o final de 2023. No mercado de simulação não é diferente. Na última reunião fiscal da Eletronic Arts, desenvolvedora do The Sims 4, foi constatado que o jogo possui mais de 20 milhões de seguidores. Já o estúdio Giants Software, responsável pelo Farm Simulator 22, disse que o jogo, que simula uma fazenda, alcançou mais de 90 mil jogadores nas primeiras 24h do lançamento e a Mojang, desenvolvedora da franquia Minecraft, revelou ter mais de 141 milhões de jogadores em agosto de 2021.

Captura de tela do jogo Minecraft

Mariana Carvalho, psicóloga pelo Iesb e pós graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental, afirma que os jogos de simulação auxiliam no entendimento e desenvolvimento do jovem, pelo fato de estar no controle e conseguir lidar com as situações adversas nas simulações, podendo aplicar esse aprendizado na vida real. “Os jogos podem estimular e quebrar barreiras do imaginário, favorecendo a criatividade, dando forma aos desejos da imaginação, motivando sonhos e proporcionando uma experiência que fuja da realidade”, explica a psicóloga.

A importância dos jogos para os jogadores

De acordo com Mariana, os jogos de simulação podem ser utilizados na psicoeducação, análise de comportamentos e emoções e auxiliando em diversos processos. Ingrid Osni, jogadora de simulações, afirma que os jogos ajudam-na a ultrapassar dificuldades, organizando alguma situação que foi semelhante no jogo. Ingrid, que hoje cursa Gestão da Tecnologia da Informação, conta: “vejo que jogando, nos projetamos no personagem. Quando tive dúvidas sobre qual curso escolher, percebi que meus personagens eram da área de T.I., por isso escolhi essa faculdade e hoje me identifico muito”. A jogadora ainda brinca: “A minha segunda opção era ser treinadora Pokémon, mas infelizmente não é possível”.

Jogadora em uma gameplay de The Sims 4

A população que joga no Brasil é de cerca de 75% da população e a maior parcela está entre os jovens entre 10 e 19 anos (24%) de acordo com a Pesquisa Game Brasil 22. De acordo com Raysa Fonseca, professora do ensino infantil, as crianças de 4 anos já recebem muita influência dos irmãos e pais nos jogos, sendo um dos primeiros o Minecraft. “Jogos de simulação ajudam as crianças a entender dinâmicas e enigmas propostos através do pensamento lógico e matemático, ajudam a processar e entender sentimentos de frustração, que são constantes também na educação e também na interpretação de texto, escrita e leitura”, explica Raysa.