Quem planta, colhe

Horta comunitária do Guará proporciona aos moradores produtos sem agrotóxicos

Thalya Cunha

Postado em 21/05/2022

O projeto da horta comunitária surgiu em 2017 em um espaço antes abandonado, nos fundos da Unidade Básica de Saúde Nº 5, na QE 38, do Guará II. Com a revitalização, o espaço que antes era cheio de mato, entulho e inutilizado, tornou-se um local de utilidade para a comunidade. A ideia do projeto é produzir alimentos livres de agrotóxicos e incentivar a prática do plantio, colheita, e envolver a comunidade numa atividade prazerosa e que gerasse benefícios a todos.

“Aengenheira ambiental responsável pela horta tinha a ideia desse projeto comunitário para o Guará e com a devida autorização isso foi possível”, explica a líder de comunicação da horta, Ana Maria Oliveira. Um grupo que começou pequeno, hoje, após quatro anos, conta com mais de 200 colaboradores voluntários de várias partes do Distrito Federal que auxiliam nas diversas atividades que demandam a horta.

Benefícios para voluntários

Durante os encontros, que acontecem sempre aos sábados pela manhã, os voluntários ficam envolvidos no plantio de novos alimentos, colheita, distribuição das cestas e a manutenção e limpeza da horta. Com o propósito “Quem planta, colhe”, cerca de 25 famílias são beneficiadas com cestas de hortaliças a cada encontro.

A colaboradora Ana Cláudia Cunha, que está na horta há mais de três anos, explica que não tem sempre os mesmos produtos, na cesta, depende muito de como está o plantio e desenvolvimento dos alimentos. “A cesta é composta pelo que colhemos no dia, sempre é diferente. Pode ter alface, berinjela, mandioca, rúcula, couve ou quiabo, por exemplo. Depende se já está na época de colheita”, diz Ana Cláudia que vê a horta como uma forma de terapia.

Ana Cláudia no momento da colheita de hortaliças. | Arquivo Pessoal

A horta comunitária conta com um Centro de Educação Ambiental que foi construído com recursos de um prêmio da Secretaria de Meio Ambiente do Distrito Federal, que proporciona aos voluntários oficinas, cursos e palestras relacionados à sustentabilidade, meio ambiente e gastronomia. Além disso, a Administração Regional do Guará fornece auxílio de materiais, ferramentas, mão de obra e com o adubo, que é feito por meio de compostagem com os alimentos descartados da Feira do Guará.

Apesar de ter o propósito “Quem planta, colhe” o projeto disponibiliza aos moradores que não são voluntários a opção de comprar produtos orgânicos com um preço acessível. Por se tratar de um projeto comunitário e voluntário, a horta se mantem de doações, vendas dos orgânicos e ajuda do Instituto Arapoti, entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo apoiar causas e projetos sustentáveis.

Cerca de 30 pessoas participam dos encontros aos sábados. | Arquivo pessoal

Como participar?

Os encontros acontecem quinzenalmente, aos sábados pela manhã, das 9h às 12h e participam ativamente cerca de 30 pessoas. Para ter direito às cestas, basta participar ativamente dos encontros e assinar a ata de presença. De acordo com os levantamentos, mais de 3 mil pessoas já visitaram o projeto além de crianças, alunos de escolas e gincanas e mais de uma tonelada de cestas de hortaliças já foram distribuídas proporcionando bem-estar e segurança alimentar às famílias da comunidade e até de outras regiões do DF.

Ana Cláudia incentiva que mais moradores do Guará participem ativamente da Horta. “Apesar de ter pessoas de várias partes, têm poucos moradores do Guará mesmo. É algo tão simples, que traz inúmeros benefícios, como ter um alimento orgânico na mesa. Você entra em contato com a natureza, é uma terapia para mim”, finaliza ela.