Todo mundo pode ser ativista

Isadora Nakai passou da indignação para a ação: luta pelas causas ambientais é prioridade para essa universitária de 19 anos

Fernanda Rodrigues Ferreira

Postado em 11/05/2022

Os jovens podem se envolver em ações que irão transformar o presente e o futuro. O que é realizado hoje pode ter impacto em diversas gerações. Isadora Nakai, 19 anos, graduanda em Design Gráfico pelo Centro Universitário Iesb e Ciências Ambientais na Universidade De Brasília (UnB) conta nesta entrevista como exerce no dia a dia o protagonismo político.

“Em qualquer situação você pode botar a mão na massa, por qualquer causa que você acredite.”
Foto: Arquivo pessoal

Como você iniciou no ativismo?

Eu estava muito preocupada com tudo que estava acontecendo no mundo e vendo todas as injustiças que estavam acontecendo. Em 2020, no início da pandemia, todas as áreas praticamente estavam um caos. Eu comecei a pesquisar,  me inteirar mesmo das coisas e ver todos os absurdos que estavam acontecendo no meio ambiente, na saúde, na justiça das minorias. E aí foi quando eu comecei a me engajar, ver o que que eu podia fazer para mudar um pouquinho essa situação. 

Você é ativista pelo Greenpeace?

Também. Comecei no Greenpeace como ativista ambiental, ma, não tem como desprender o ambiental das esferas sociais, econômicas, políticas, então hoje eu digo que eu sou uma ativista socioambiental para além do Greenpeace.

Como faz para se inscrever no Greenpeace?

O Greenpeace tem a “Conexão Verde” que é tipo o “Facebook” do Greenpeace. Você entra lá, se inscreve e procura um grupo local da sua cidade e eles te colocam no grupo. Lá dentro você vai ver com qual grupo de trabalho você se identifica mais e vai fazendo o seu caminho. 

Qual atividade você exerce? 

Todo trabalho que eu faço no Greenpeace é voluntário. Eu trabalho no Projeto Escola, de educação ambiental. Eu faço algumas palestras nas escolas e quando a gente não podia alcançar as escolas por causa da pandemia a gente fez alguns projetos, como o podcast “Pintou um Climão”; eu ajudei na produção.

Como são decididas as pautas?

Nós, ativistas, temos muitas indignações, né? E a gente tem que sempre se organizar para não ser uma grande bagunça, pra que tudo que a gente queira falar, tudo que a gente queira denunciar, seja bem claro. Então a gente sempre tem algum plano de ação para comunicar, a causa que a gente quer defender, a denúncia que a gente quer fazer, sobre o que está acontecendo. A gente sempre está inteirado assim na pauta ambiental, na pauta política, tem várias manifestações, a gente sempre vê  quem está organizando, quais são as bandeiras que vão ser levantadas nessas manifestações para ver se faz sentido para gente estar participando.

Você está ligada a outras organizações?

Aqui em Brasília eu faço parte do Movimenta DF, um coletivo de ações pelas justiças sociais.

Como sua família lida com seu ativismo?

A minha família é super ativista, então super se inspira com as minhas ações de ativismo, então é tranquilo. 

Quanto tempo no seu dia você destina para seu ativismo?

É muito importante pro ativista sempre estar com os olhos bem abertos para saber tudo que está acontecendo na política, na Câmara dos Deputados e os projetos que estão tramitando para a gente ficar atualizado. Então eu sempre estou pesquisando, sempre  lendo as notícias e quando tem alguma coisa que chama atenção e que a gente possa pensar alguma ação e possa fazer alguma coisa sobre isso,  começa um trabalho de plano de ação. Então assim, eu diria que é um trabalho diário de olhar bem as pessoas, o que elas estão fazendo, se tem alguma coisa chamando atenção, olhar bem as fake news, que tem rolado muito e a gente fica de olho e aí quando aparece alguma coisa que possa gerar uma ação, manifestação,  a gente bota a mão na massa. 

Uma forma de se tornar ativista é começar pelo trabalho voluntário. Foto: Arquivo pessoal

Qual é o perfil para se tornar um ativista?

Ativista todo mundo pode ser; em qualquer situação pode você pode botar a mão na massa por qualquer causa que você acredite. Um bom caminho é o voluntariado, como eu encontrei.  Tem um site que se chama Atados; lá você pode encontrar muitas causas, muitas organizações que precisam de voluntários, e você pode achar a sua causa, a minha foi ambiental, mas existem várias

Como a área acadêmica influencia na sua vida?

O ativismo, ele é metade político, você precisa saber, ter conhecimento político, saber das coisas que estão acontecendo no mundo, saber os principais conceitos de política e a outra metade é criativa, artística. Então você precisa pegar esse seu conhecimento político e transformar numa intervenção artística criativa, não violenta, que chame a atenção das pessoas para sua causa, então os dois cursos complementam na minha vida.