41% das empresas no Brasil já implementaram uso da Inteligência Artificial
Pesquisa da IBM ainda mostra que mais empresas estão prensando em adotar essa nova tecnologia
Postado em 14/05/2024
O “boom” de uso da tecnologia nas empresas aconteceu muito por conta da pandemia de Covid-19. Como não era possível que o trabalho fosse feito presencialmente algumas empresas tiveram que adotar algumas ferramentas, como por exemplo: chatbots e atendimento virtual gerados por Inteligência Artificial (IA), segundo relatado pela Global AI Adoption Index em 2022 junto da IBM.
Ainda segundo a mesma pesquisa, no Brasil, 41% das empresas passaram a utilizar IA em suas operações e 34% relataram que estavam estudando e explorando para poderem também implementar o uso dessa tecnologia.
Já em 2024, a IBM atualizou esses números, incluindo países da América Latina além do Brasil. Argentina, Chile, Colômbia, Peru e México se juntaram ao Brasil numa pesquisa onde foi constatado que 67% das empresas desses países possuem a implementação da IA no seu quadro de ferramentas. Para se ter uma noção de quão grande é isso, a média global é de 59%, o que mostra que as empresas e organizações estão olhando cada vez mais para o avanço da tecnologia.
Inteligência Artificial em empresas do Brasil
No país esse crescimento se deu por conta da pandemia e também do tempo das empresas se adaptarem a essa novidade até se tornar algo popular demorou um tempo em que estudos e pesquisas foram feitos para poder entender a melhor forma de aplicar a IA. Como exemplo disso um projeto criado em 2014 pela Controladoria Geral da União (CGU) utilizando a Inteligência Artificial com o objetivo de analisar diariamente os processos de compras e contratações públicas, a Alice.
A ferramenta permite selecionar automaticamente editais para alertar a gestão quanto a riscos na contratação e evitar o dispêndio de recursos da União mediante cancelamento ou suspensões de pregões desnecessários e com fraudes.
Segundo a CGU, Alice analisou mais de 190 mil processos de compras e com base em seus alertas emitidos para cancelamento ou suspensão de compras que estavam em negociação, mas apresentavam fraudes ou riscos, totalizou uma “economia” de R$ 2.08 bilhões.
Carlos Alves, 50 anos, trabalha na empresa PPN Tecnologia, que tem pregões na sua lista de atividades e possui parcerias com grandes empresas do ramo tecnológico. “Quando vamos participar de um pregão olhamos primeiramente para o lucro que vamos ter em cima, para ver se vai valer apena. Depois vemos os requisitos pedidos pelo pregoeiro e aí nossa equipe começa a mobilizar esforços para pesquisar mais sobre”. Continuou dizendo que tudo isso não tem participação de uma IA para analisar a procedência do pregão, mas que ele é feito totalmente online e que, às vezes, o canal de atendimento do órgão é automático, ou seja, comandado por uma IA.
Paulo Braz, 45 anos, faz parte da equipe que está na procura e análise de pregões, e contou um pouco mais sobre o processo. “Todo processo tem um edital. É muito importante ler todo o documento porque nele é possível identificar algumas falhas na empresa organizadora e evitar que lá na frente a gente caia em um golpe e fique no prejuízo”. Finalizou dizendo que é bem difícil eles caírem em processo fraudulentos, mas destacou que isso pode acontecer.
Weudes Santos, 29 anos, trabalha na área tecnológica como analista de requisitos. “ Eu uso bastante a Inteligência Artificial, seja o ChatGPT entre outras. Porque além de eu achar que é uma ferramenta facilitadora em qualquer momento, também ajuda na hora do trabalho para ver em que pedidos confiar e em quais não confiar”. Weudes ainda disse que não usava muito a IA, mas que agora passou a confiar mais na ferramenta pois nos seus últimos dois trabalhos teve contato e aprendeu a usá-la ao seu favor.