Aulas particulares são aliadas no desenvolvimento educacional de jovens com deficiência
De acordo com o IBGE, pessoas com deficiência têm menor acesso à educação. Das crianças de 6 a 14 anos com deficiência, 95,1% frequentavam escola, abaixo dos 99,4% das sem deficiência
Postado em 23/04/2024
A educação inclusiva prepara os alunos para viver em uma sociedade diversificada e globalizada, onde a inclusão é cada vez mais valorizada. Dessa forma, professores particulares, além de oferecer suporte acadêmico, também ajudam os alunos a desenvolver habilidades sociais e emocionais, proporcionando um ambiente de apoio e compreensão. Eles trabalham em colaboração com os pais e outros profissionais de apoio, garantindo uma abordagem específica e integrada para o desenvolvimento do aluno.
Flora Campello, mãe de Cauã, que aos 7 anos possui laudo para Transtorno do Espectro Autista, conta que seu filho, estudante da rede pública, só conseguiu se desenvolver na escola após reforços escolares específicos e apoio psicológico. “O Cauã não conseguia assimilar as palavras como as crianças que não possuem transtornos, por isso o coloquei em aulas particulares, além de perceber que infelizmente não há muita presença de adaptações nas escolas.”
Para os pais de alunos com necessidades especiais, as aulas particulares oferecem uma alternativa flexível e personalizada ao ensino tradicional, proporcionando um ambiente de aprendizado adaptado às necessidades individuais de seus filhos. Essa abordagem tem sido elogiada por seu impacto positivo no desenvolvimento acadêmico e emocional dos alunos, capacitando-os a alcançar seu pleno potencial.
Graziela Alves, especialista e educadora particular de crianças com transtornos, conta como trata as aulas: “as aulas particulares tendem a facilitar esse aprendizado e entendimento de forma lúdica e com exemplos do cotidiano. Utilizando recursos e explicações fáceis de entendimento, muitas vezes mostrando algo de interesse desse aluno, como jogos, personagens, time, dentre outros”.
As aulas particulares, por serem individuais ou pequenos grupos, possibilitam ter uma percepção melhor em alguns aspectos (concentração, forma de aprendizagem, confiança e interação) “A educação inclusiva contribui de forma positiva, quando o ser é entendido em vários aspectos sociais. Contribui quando potencializa a capacidade de cada um de não ser visto apenas como um laudo, mas como alguém capaz de desenvolvimento ao seu tempo”, adiciona Graziela.
Carla Soares, professora de uma escola da rede particular, menciona algumas adaptações que faz em seu modo de educar dentro de sala: “Procuro adaptar todas as minhas atividades avaliativas de acordo com cada laudo. Geralmente utilizo mais imagens e menos textos, também reduzo o número de questões, uso mais cores e tirinhas. A escola não apresenta muito apoio nessas questões, porém muitos pais pedem auxílio diretamente para os professores.”
Apoio aos jovens
Em conversa com a psicóloga infanto-juvenil Marília Rodrigues, ela diz que a comunicação entre todos os incluídos (pais, educadores, psicólogos e alunos) deve ser pontual e contínua, em que todos falam a mesma linguagem, para que o objetivo principal possa ser alcançado. “Essa parceria poderia ajudar significativamente no desenvolvimento, pois são ambientes diferentes, mas que se completam. Além disso, a educação inclusiva prepara os alunos para viver em uma sociedade diversificada e globalizada, onde a inclusão é cada vez mais valorizada. Ao promover a aceitação da diferença desde cedo, professores particulares estão contribuindo para a construção de uma sociedade mais inclusiva e equitativa no futuro”, finaliza.