Brasília tem aumento de 505,2% em casos de dengue

A capital federal está em estado de alerta após alcançar 22.229 casos de dengue em quatro meses

Gabriel Pereira Guimarães Rocha

Postado em 23/04/2022

Segundo dados da Secretaria de Saúde do DF, houve um acréscimo de 505,2% no número de casos prováveis de dengue em residentes no Distrito Federal se comparado ao mesmo período de 2021, quando foram registrados 3.673 casos prováveis da doença. Com esse aumento a capital federal entra em estado de alerta após alcançar 22.229 ocorrências em quatro meses.

Em relação ao perfil dos casos prováveis de dengue por sexo e grupo etário entre os residentes no DF, a SES-DF (Secretaria de Saúde do Distrito Federal) alega maior incidência dos casos no sexo feminino, com 768,0 casos por 100 mil habitantes. O grupo etário com maior incidência de casos prováveis de dengue, em residentes no DF, está na faixa etária de 60 a 69 anos com incidência de 873,1 casos por 100 mil habitantes seguido pelos grupos etários de 70 a 79 anos e 50 a 59 anos, com 866,9 e 857,6 casos por 100 mil habitantes. A cidade mais afetada é a Ceilândia com 4.329 casos de dengue. Em seguida, vem São Sebastião com 1.840, e Samambaia com 1.747 casos.

Dengue é uma doença febril aguda, com sintomas similares a várias infecções virais. A maioria dos pacientes se recupera e apresenta sintomas autolimitados, mas uma pequena parte progride para doença grave que pode levar a óbito, com manifestações hemorrágicas. Era conhecida, no passado, como febre de quebra-ossos, por causa da dor articular e muscular intensa. Atualmente representa uma das mais importantes arboviroses (doença transmitida por artrópodes) que afeta o homem, sendo um sério problema de saúde pública no mundo.

Sintomas e prevenções

O propagandista de medicamentos Elimar Ribeiro, 35, fala sobre as dificuldades que teve quando foi diagnosticado com dengue. “Tive indisposição, dor no corpo, dor de cabeça, febre, vômito e falta de apetite. Nos últimos dias o corpo empolou e coçou muito, fora que o corpo fica fraco por vários dias. Demorei uns 15 a 20 dias para ter forças para jogar futebol”.

No Brasil, a dengue acaba sendo confundida com outras doenças com sintomas similares como: Zica, Chikungunya, Mayaro vírus, Febre amarela e inclusive a Covid 19. Por isso a necessidade de atenção na hora do diagnóstico. Alguns pacientes acabam sendo hospitalizados em unidades de cuidados intensivos, com fenômenos hemorrágicos de difícil controle. É uma doença muito prevalente e, com vários sorotipos circulando, o risco de complicações é maior.

“No caso da dengue o recomendado é fazer o diagnóstico precoce e vigilância com relação aos sinais de Alarme (dor abdominal, vômito persistente, sangramento gengival, entre outros). O ideal é não se automedicar, mas ficar atento aos sinais e sintomas”, diz Joana D’arc, 49, infectologista.

Para Joana o principal tratamento é a prevenção da doença com medidas não farmacológicas. “O uso de repelentes, telas em janelas, limpeza frequente no peridomicílio para eliminação de criadouros onde há acúmulo de água. E deve haver, sobretudo, fomento às políticas públicas de contenção de surtos e epidemias. Quem for elegível, deve tomar a vacina contra dengue disponível na rede particular”.

Precauções nas residências

As ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, ocorrem diariamente em todas as Regiões Administrativas. Semanalmente é realizada uma análise da incidência de casos por região e das cidades em que há maior presença do mosquito. Após essa análise, as regiões que apresentam maior aumento passam a receber uma intensificação das ações, inclusive com o uso do UBV Pesado (fumacê), que é apenas uma das estratégias utilizadas no combate ao mosquito.

A ação de combate ao Aedes é principalmente educativa e a população tem papel fundamental nessa ação, auxiliando a Secretaria de Saúde e fiscalizando o seu ambiente domiciliar também, não deixando nada que possa acumular água.

  • Manter caixas, tonéis e barris de água fechados com tampa;
  • Fechar bem os sacos plásticos com lixo;
  • Manter garrafas de vidro ou plástico sempre com a boca para baixo;
  • Encher os pratinhos ou vasos de planta com areia até a borda;
  • Limpar as calhas com frequência, evitando que galhos e folhas possam impedir a passagem da água;
  • Evitar qualquer recipiente que possa acumular água são algumas das ações que devem ser tomadas para evitar a água parada.