A campanha Maio Amarelo deste ano traz como tema “Juntos Salvamos Vidas” e alerta a sociedade para um trânsito mais seguro nas estradas de todo o país. O departamento de Trânsito da cidade (DETRAN-DF), preparou uma programação durante o mês todo com ações educativas, blitz, palestras e atualizações de informações sobre o movimento em suas redes sociais para a prevenção e redução de sinistros e mortes no trânsito da capital do país.

Segundo o site da autarquia, a programação é destinada a todos os públicos e vai ocorrer em vias públicas, escolas, faculdades e empresas. Este ano as ações também alcançam motofretistas e motoristas do transporte coletivo e as ações do Maio Amarelo vai fazer parte da Feira do Livro e Cidade da Segurança Pública, em Sobradinho.

A campanha Maio Amarelo deste ano ocorrerá em várias regiões administrativas de Brasília e tem apoio de órgãos locais e federais com sentido de promover um trânsito mais seguro e responsável.

Acidentes

A artesã Ivanir dos Santos,  57 anos, contou que no final de 1995 sofreu um acidente grave com seus familiares na antiga pista sete Curvas, situada na BR-060, em Santo Antônio do Descoberto, em Goiás. “Quem dirigia o nosso veículo era meu marido e tudo aconteceu devido uma ultrapassagem perigosa de um segundo motorista que ao tentar ultrapassar um caminhão colidiu com nosso carro. A pista neste trecho na época não era duplicada,” diz.

O grave acidente deixou a família de Ivanir com várias sequelas físicas e traumas psicológicos. Ela teve várias sequelas por todo o corpo, seu marido quebrou costelas e o nariz. O casal tem quatro filhos que estavam com eles no carro. Três sofreram traumatismo craniano e escoriações pelo corpo, já o menor de idade, hoje com 28 anos, sofreu uma lesão na medula que o deixou paraplégico.

Em meio aos traumas vividos pela família de Ivanir todos sobreviveram, mas em 2003 ela passou por uma nova batalha psicológica ao perder mãe e dois irmãos que foram vítimas fatais no trânsito nas rodovias brasileiras. 

“Em 2003, minha mãe e meus dois irmãos morreram num acidente de carro também. Até hoje temos sequelas desses traumas, por mais que eu seja forte e anos se passaram, mas as marcas ficam”,conclui.    

Ivanir contou que as dores do acidente que sofreu com sua família há 27 anos deixaram marcas. “As sequelas com certeza são notáveis e irreparáveis em todos nós”.  Anos depois a artesã tirou sua carteira de habilitação, porém teve que buscar ajuda terapêutica para poder dirigir. “Tirei minha carteira CNH e fiquei um ano que não conseguia pegar no volante pra dirigir. Tive que fazer terapia[…]O medo é que a gente tentar fazer o certo, porém são tantas pessoas dirigindo de forma errada, que o medo fica.”

Em entrevista, Ivanir comentou que todos os seus filhos tiraram a carteira de motorista e dirige normalmente, até mesmo seu filho cadeirante adquiriu. Ela precisou fazer terapia para poder dirigir.  

A auxiliar administrativa Eloiza Barbosa, 42 anos, também lembrou com detalhes dos dois acidentes que sofreu quando viajava no carona de uma motocicleta. O mais delicado já completou 11 anos. Segundo ela todos os sinistros foram ocasionados pela imprudência do segundo condutor.

“A motorista era de menor e pegou o carro do pai para passear e não conhecia a cidade. Ela avançou a preferencial e bateu na nossa moto. Fui arremessada e bati forte minha cabeça e a sorte que estava de capacete, senão tinha morrido.”  

Eloiza fraturou a rótula, o maxilar e teve escoriações no corpo e até hoje sente dores no joelho devido ao impacto que sofreu. Ela precisou fazer fisioterapia na perna machucada. “Por alguns dias, após o acidente, tinha a sensação da batida e que o carro estava me levando. Foi complicado até passar o trauma”.

“Depois disso, em menos de um ano tive outro acidente de moto. O homem que me bateu estava no celular e encostou na moto em que eu estava e cai novamente, mas foi menos grave. Os meus dois acidentes que sofri a culpa era do segundo condutor”, comenta a auxiliar administrativa. 

Estatísticas

Dados divulgados no site da Agência Brasil informou que no primeiro trimestre de 2022, foram registrados 14.976 acidentes nas rodovias federais do Brasil, resultando em 17.115 pessoas feridas e 1.283 óbitos. E o estado de Minas Gerais lidera o ranking nacional com quase dois mil acidentes, seguido de Santa Catarina e Paraná. Os dados são da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Segundo dados do DETRAN-DF, dos 42 acidentes registrados, no período entre janeiro a abril deste ano, 24 foram ocasionados por colisões entre veículos seguido do atropelamento de pedestres.  O levantamento faz parte do estudo da série histórica de sinistros de trânsito fatais divulgados pelo órgão.  

Ainda uma das infrações recorrentes nos sistemas do órgão são condutores pegos dirigido com excesso de velocidade e embriaguez ao volante. De acordo com o DETRAN-DF somente no primeiro semestre de janeiro a abril foram 455.901 autuações de motoristas acima da velocidade permitida e 11.495 autuações de condutores dirigindo embriagados.

Campanha 2022

Criado em 2014 pelo Observatório Nacional de Segurança Viária a campanha Maio Amarelo visa chamar a sociedade para ter atitudes mais segura e desenvolva a educação e consciência para diminuir as estatísticas de mortes fatais e feridos no trânsito do mundo.

A cor amarela foi escolhida devido o símbolo significar, no semáforo de trânsito, advertência e o foco é fazer um alerta para a causa em toda a sociedade civil organizada. 

O evento faz parte de metas a alcançar das Organizações das Nações Unidas (ONU) e o mundo todo desenvolver ações neste mês. Aqui no Brasil até 2030 o alvo é reduzir para um percentual de 50% as mortes de violência no trânsito do país.

O movimento mobiliza Poder Público, Privado, órgãos ligados a mobilidade urbana, universidades e empresas, associações e federações para sensibilizar a sociedade civil para conscientização de práticas diárias por um trânsito mais seguro a todos. 

A programação da campanha Maio Amarelo 2022, com foco no tema “Juntos Salvamos Vidas” pode ser acompanhada pelo site do Detran-DF ou nas redes sociais do órgão e do governo do Distrito Federal.