Exposição Brasilidades Pós Modernismo fica no CCBB até primeira semana de junho

Com o objetivo de celebrar o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, a exposição conta com diversos artistas brasileiros

Giovanna Veloso Reis

Postado em 23/05/2022

Imagens da parte interna da exposição | Foto: Giovanna Veloso Reis

Até o dia 5 de junho é possível visitar no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) a mostra de arte moderna Brasilidades Pós Modernismo. As obras expressam a necessidade de evocar todas as conquistas que a Semana de Arte Moderna de 1922 trouxe para o cenário artístico e cultural brasileiro.

As principais características da arte contemporânea brasileira se devem ao legado da ousadia proposta pelo modernismo e é exatamente este fator que é exaltado durante a experiência da visitação.

Semana de Arte Moderna

O evento de 1922 se tornou referência cultural a partir do século XX. Através da busca por uma nova experiência artística na necessidade de novas linguagens, a Semana de Arte Moderna se tornou um símbolo de ruptura com o passado, transicionando da vanguarda para o atual modernismo.

As características principais do pós-modernismo são a imprecisão, a pluralidade e uma mistura do real com o imaginário gerando valores como liberdade de expressão pela ausência de regras e exaltando a espontaneidade.

O evento 

As obras são compostas por autorias de 51 artistas brasileiros de gerações diversificadas, como Adriana Varejão, Anna Bella Geiger, Arnaldo Antunes, Cildo Meireles, Daniel Lie, Ernesto Neto, Ge Viana, Jaider Esbell, Rosana Paulino e Tunga. 

A estrutura do Centro Cultural foi dividida em três espaços com seis núcleos temáticos: Futuro, Natureza, Liberdade, Poesia, Estética e Identidade, que expõem diferentes experiências de acordo com as obras. 

Há a presença tanto de quadros como de esculturas de diversos materiai,s como porcelana, madeira e bronze, fotografias enquadradas e também impressas em papéis diferentes. Há também documentos escritos, objetos planejados e restritamente posicionados e conta com experiências audiovisuais como músicas e vídeos.

De acordo com o estudante de artes Gabriel Chaves, de 19 anos, as obras provocam diferentes sensações a cada observação. “Cada vez que eu olho para alguma escultura eu consigo vê-la de uma forma diferente, a minha favorita é a a “Esfera Invisível”, do artista Cildo Meireles, que mostra a relação entre visível e o invisível. É uma esfera, porém ninguém nunca poderá realmente vê-la pois ela está em um meio vazio”, explica.

Dentre os artistas e seus conceitos, encontram-se produções de artistas de diferentes etnias, com enfoque à diversidade cultural brasileira, como é o caso do artista Jaider Esbell, artista, escritor, geógrafo e curador indígena falecido em 2021, e também de Gê Viana, uma artista indígena que trabalha com a produção de colagens decoloniais analógicas e digitais.

Segundo palavras da curadora Tereza Arruda, para o portal do Banco do Brasil, a exposição não foi idealizada com um olhar histórico mas sim com o intuito de focar na atualidade ao expor obras produzidas desde os anos 60 até a atualidade evidenciando o distanciamento histórico entre primórdios da modernidade brasileira e a contemporaniedade. “Não é uma mostra elaborada como um ponto final, mas sim como um ponto de partida, assim como foi a Semana de Arte Moderna de 1922, para uma discussão inovadora a atender a demanda de nosso tempo, conscientes do percurso futuro, guiados por protagonistas criadores” diz.