Introdução alimentar: quatro métodos possíveis

Fase de transição começa a partir dos 6 meses de vida do bebê

Carolina Spinola de Almeida

Postado em 14/04/2022

A introdução alimentar infantil é recomendada a partir dos 6 meses de vida do bebê, após esse período o aleitamento materno não é capaz sozinho de fornecer os nutrientes necessários para uma vida saudável, segundo a OMS e o Ministério da Saúde. Existem quatro métodos que podem ser escolhidos pela família, junto à recomendação do pediatra: papinha/tradicional, Blw, Bliss e a abordagem participativa.

Foto enviada por Alexia, mãe do Davi, tirada no momento de sua primeira refeição.

A pediatra Andressa Cardoso comenta a diferença das possibilidades de introdução: “Na literatura encontramos mais estudos com o método tradicional, afinal ele é o mais antigo e por isso talvez uma segurança maior inclusive dos profissionais de saúde em recomendá-lo, mas já temos alguns estudos comparativos que mostram pouca diferença entre os métodos quando o assunto é a nutrição.”  

Os quatro métodos apresentados pela medicina começa com o tradicional, que é a papinha, onde os alimentos devem ser amassados e não passados no liquidificador. O Blw é a forma que permite o bebê de explorar os alimentos, pegá-los e ingerir apenas a quantidade que quiser,  o que deixa muitos pais aflitos com medo deles apenas brincarem com a comida. Já a abordagem participativa é uma opção que traz segurança para a família, pois une a forma tradicional e o Blw. E por fim a Bliss, que é como o Blw mas oferecendo apenas alimentos com uma tabela nutricional específica e a com menos chances de engasgo. 

Estudando os novos métodos e aliada às orientações do pediatra, Alexia Almeida, 28, arquiteta, mãe do Davi, de 2 anos e 10 meses, e do Bernardo, recém-nascido, escolheu a abordagem participativa, introdução alimentar com flexibilidade, misturando a Blw que permite a exploração dos alimentos com a tradicional. “Minha escolha foi para que ele pudesse comer alguma coisa, pois muitas vezes ele só explorava o alimento e não chegava a colocar na boca.”

A fase da introdução alimentar para famílias de classes socioeconômicas desfavorecidas é de difícil acesso e na maioria das vezes precária. “Sabemos que em nosso contexto nacional há uma grande defasagem no sistema de saúde. Acredito que nem todas as classes sociais têm acesso fácil, principalmente a atenção básica pois é um assunto que necessita de muita orientação , acompanhamento e atenção tanto do médico, seja ele pediatra ou médico de família, quanto da equipe multidisciplinar, como a nutrição”, declara Andressa.

Imagem da Lis de 10 meses, tirada pela mãe, na hora do seu lanche.

Amanda Rangel, 27, gerente de comunidade, mãe da Lis, de 10 meses, conta que em sua experiência a orientação por parte da pediatra não foi precisa. “ A pediatra deu uma leve introduzida dos métodos, mas não aprofundou muito, então fui na testagem no que dava certo com a Lis. Além disso, vi muito material na internet sobre ambos os métodos”. No seu caso ela escolheu o Blw, que explora os alimentos aliando a papinha com o uso de talheres.

Todos os métodos funcionam e são efetivos, cabe à família escolher aquele que lhe dá mais segurança. E é fundamental estar sempre atento aos sinais do bebê, como, por exemplo, se ele demonstra interesse pelos alimentos. Também é importante respeitar a sua saciedade e buscar orientação médica, caso não esteja funcionando.