A 135ª edição do Jungle Fight, realizada no final de março (22/3) no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, coroou dois novos campeões e reafirmou a capital federal como um dos grandes palcos do MMA na América Latina. O evento, considerado a principal liga da modalidade no continente, atraiu fãs e autoridades, entregando combates eletrizantes e fortalecendo ainda mais o esporte no cenário nacional e internacional.

O grande destaque da noite foi a brasiliense Carol Foro, que protagonizou uma das entradas mais icônicas da história do Jungle Fight. Inspirada no universo das bonecas, ela chegou ao palco dentro de uma imponente caixa cenográfica, arrancando aplausos do público presente. Representando o Brasil em um duelo contra a argentina Esquer Sofia, Carol não deu tempo para a oponente se ajustar. Em apenas um minuto e meio, após uma tentativa de chute mal defendida, ela acertou um cruzado de esquerda que derrubou Sofia e garantiu o nocaute técnico, coroando-a como a nova campeã da divisão peso-mosca feminino.

Ao receber o cinturão, a lutadora manifestou sua ambição por novas conquistas. “Estou sempre pronta, não importa quem apareça. Eu quero o cinturão 52kg também. O 57kg não é suficiente”, afirmou.

No card principal masculino, o brasiliense João Pedro Saldanha, ex-campeão peso-galo (61kg), encarou o mineiro Wagner Reis, ex-campeão peso-mosca. Com um cartel impressionante de 14 vitórias, sendo mais de 70% por finalização, Saldanha buscava consolidar seu nome na categoria. Reis, por sua vez, entrou no octógono com um histórico de oito vitórias e um estilo agressivo, com a maioria de seus triunfos conquistados por nocaute.

No confronto, Saldanha teve um momento decisivo no terceiro round com um mata-leão, mas o cenário mudou no penúltimo assalto, quando Reis acertou um chute certeiro na panturrilha. O golpe derrubou o brasiliense, que não conseguiu se recuperar, garantindo ao mineiro, a vitória por nocaute técnico e o retorno ao posto de número 1 da divisão até 57kg.

Outros destaques da noite

Além das disputas de cinturão, o evento contou com outros combates. Entre os destaques, Laura Fontoura estreou no evento com uma vitória rápida sobre Carol Rissato na categoria peso-palha (até 52kg). Em apenas 47 segundos de luta, Fontoura finalizou a adversária com um armlock.

A brasiliense Ramana “Little Fox” Toscanelli também manteve sua invencibilidade ao derrotar Taynara Farias por finalização (katagatame) aos 2m03s do segundo round na categoria peso-galo. Após a luta, emocionada, Ramana celebrou a vitória em sua cidade natal:

“Quero agradecer primeiramente a Deus por tudo. Eu já esperava uma luta assim e tinha confiança em conseguir mais uma finalização, porque só o jiu-jitsu salva. Lutar no maior evento da América Latina, eu achei que ia ficar mais nervosa. Mas pedi a Deus que me desse forças e muita fé. É muita pressão estar aqui, no lugar em que nasci”, declarou a atleta.

Já Pabllo Côrte teve uma estreia de impacto no Jungle Fight ao vencer Clauber CJ na divisão dos penas (até 66kg). Com um início de luta equilibrado, Côrte aplicou uma joelhada voadora e finalizou o combate com um triângulo de mão nos segundos finais do primeiro round.

O evento também contou com um show do rapper Tony Mariano, autor da música “Filhos da Selva”, que homenageia o Jungle Fight.

Apoio

O Jungle Fight 135 teve apoio da Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal (SEL-DF), reforçando o papel da capital como um polo esportivo nacional. Para o secretário Renato Junqueira, a realização de eventos como esse contribui para a valorização dos atletas locais e a popularização do MMA no DF.

Wallid Ismail, fundador do Jungle Fight e ícone do MMA, enfatizou a importância do apoio de autoridades e patrocinadores para o sucesso do evento, e destacou ainda que o suporte financeiro e estrutural é fundamental para o crescimento do MMA. “Esse evento mostra a força do MMA e abre portas para que novos talentos da região possam brilhar no cenário nacional e internacional”, afirmou.

Fã assíduo de MMA, o brasiliense Lucas Menezes, 28 anos, marcou presença no Jungle Fight 135 e destacou a importância do evento para a cidade. “Brasília sempre teve muitos fãs de luta, mas nem sempre temos oportunidades de ver eventos desse porte por aqui. É uma chance incrível para os atletas locais se destacarem e para o público se conectar mais com o esporte”, afirmou.