As plantas ornamentais, presentes em lares, escritórios e espaços comerciais, conquistaram um papel de destaque nas tendências de design de interiores. Mas essa popularização vai além do simples apelo estético. Em um mundo com crescente foco no bem-estar, as plantas não são apenas adornos, mas aliados na busca por uma vida mais equilibrada e saudável.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), em 2024 o cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil cresceu entre 6% e 7%, refletindo o aumento do interesse dos consumidores. Assim, o Brasil se torna um dos principais mercados de flores e plantas ornamentais, especialmente no Distrito Federal.

As plantas ornamentais como aliadas do bem-estar

Embora muitas pessoas escolham plantas ornamentais apenas pela beleza, cada vez mais elas se destacam como elementos capazes de proporcionar uma série de benefícios para a saúde mental. Estudos indicam que ambientes com vegetação contribuem para a redução do estresse, melhoram a qualidade do ar e até ajudam no controle da ansiedade. Para a professora e especialista em design de interiores, Roberta Costa, os benefícios psicossociais são claros: “Plantas melhoram a qualidade do ar, diminuem a poeira e proporcionam um ambiente mais tranquilo e saudável. As pessoas que se envolvem com a jardinagem, por exemplo, têm uma liberação maior de estresse”, comenta.

Com o aumento do tempo passado em casa após a pandemia, muitas pessoas começaram a perceber os impactos positivos do verde no ambiente doméstico. Para alguns, o cuidado com plantas passou a ser uma terapia natural. Maria de Fátima, dona de casa e ex-servidora pública, relata como a jardinagem se tornou uma prática essencial para o seu bem- estar. “É uma terapia maravilhosa. Entre as que tenho, a Zamioculca, por exemplo, melhora a qualidade do sono, e as Rosas do Deserto servem como uma linda decoração.”

O impacto econômico e o crescimento do mercado

O setor movimenta valores consideráveis, com o Distrito Federal se destacando como um dos maiores consumidores per capita do país. O segmento, que inclui não só flores, mas também plantas para jardinagem e arranjos decorativos, gerou cerca de R$ 100 milhões em 2024.

Elizeu Thiago, gerente da Transplantas Garden Center, em Vicente Pires, destaca a adaptação das floriculturas e lojas para atender a essa nova demanda. “O aumento da procura por plantas ornamentais exigiu mudanças no nosso processo de venda. Estamos investindo em plataformas online, como WhatsApp e Instagram, para alcançar clientes de todo o Brasil”. As vendas cresceram substancialmente logo após a pandemia, com algumas plantas tendo aumento de 200% no valor. As adaptações feitas pelas lojas, como o aumento das vendas online e a ampliação do sortimento de espécies, refletem esse crescimento.

O mercado de plantas ornamentais no Brasil se expande também pela diversidade de espécies disponíveis, com opções que atendem desde os iniciantes até os jardineiros mais experientes. “Entre as plantas mais procuradas estão as begônias, lírios e girassóis, que têm alta rotatividade, e as moréias, que são bastante procuradas para paisagismo. O cultivo de plantas medicinais, como o alecrim, também se tornou uma tendência”, explica Elizeu.

Acessibilidade

Uma das grandes vantagens é sua versatilidade e o fato de muitas delas serem fáceis de cuidar, o que as torna ideais para diferentes tipos de espaço. Para os moradores de apartamentos, que representam cerca de 30% da população do Distrito Federal, o cuidado com a escolha das plantas deve considerar a luminosidade do ambiente.

“Em apartamentos, é essencial escolher plantas que se adaptem ao espaço disponível. Plantas de sombra ou meia sombra são ideais para ambientes com menor incidência de luz, enquanto espécies que toleram o sol pleno são mais indicadas para varandas e coberturas”, esclarece a professora Roberta Costa.

Além disso, as plantas ornamentais têm ganhado espaço por sua contribuição para a sustentabilidade, algo cada vez mais valorizado pelos consumidores. A escolha por espécies que demandam menos água, por exemplo, tem sido uma prioridade para quem busca reduzir o consumo de recursos naturais em tempos de escassez.