Mesmo sem carnaval, ARUC mantém atividades

O tripé samba, esporte e cultura é a receita da associação para seguir de portas abertas e com importante papel no Distrito Federal

Rosilene Maria de Oliveira

Postado em 31/03/2022

Batuques de bateria, cores, passistas incríveis. Mesmo estando no mês de  março, e depois de amargar um longo período sem desfile de carnaval, a ARUC, Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro,  mantém acesas suas atividades.  

A agremiação, que surgiu na década de 1960 como uma escola de samba idealizada por pessoas transferidas do Rio de Janeiro para o projeto de ocupação da nova capital do país, se equilibra no tripé samba, esporte e cultura. Ir além das fronteiras do samba e do carnaval é a receita  para seguir de portas abertas e com importante papel na região. 

No esporte, como explica o vice-presidente, Paulo Cesar Bulhoes, a ARUC é filiada à Federação Brasiliense de Futebol de Salão, disputando em várias categorias. Ela tem presença marcante no beach soccer (futebol de areia)  com um  time que chegou ao vice-campeonato em 2021,  e também  faturou o campeonato de mundial de handebol feminino master, na Croácia, no mesmo ano.

Na cultura, “a ARUC foi palco para bandas como Aborto Elétrico, Mel da Terra, dando espaço para artistas que conguistaram importância nacional. Entre os nomes estão Renato Russo e Cássia Eller”. Preservar esta memória e continuar trabalhando para ser uma entidade multifacetária é, para Robson Silva, diretor do Departamento de arte, a grande missão da ARUC nesta área.  

Ele ainda explica que as atividades culturais são formas  de entrelaçamento da ARUC com a comunidade por meio de aulas de danças (forró e outros ritmos),  teatro, literatura e cinema, com cine clube. Estas atividades acontecem durante todo ano, juntamente com a escolinha de percussão, aberta a todas as pessoas. 

Os desafios com a pandemia e as soluções

Os desafios vindo com a pandemia estão sendo contornados também por meio do apoio governamental. Na tentativa de fortalecimento do setor carnavalesco, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa-SESC lançou em dezembro de 2021 o  projeto “Cultura Carnavalesca”, que por meio de lives transmitidas pelo Youtube mantém o contato da população  com o samba. Nos dados publicados pela SESC são apresentados investimentos de 3,95 milhões de reais no projeto. 

Ainda como parte das iniciativas do poder público existe a Escola de Carnaval,  lançada em fevereiro deste ano.  O projeto visa capacitar e articular a cadeia produtiva das escolas de samba, que envolvem cerca de sete mil trabalhadores no Distrito Federal, de acordo com dados da SESC, de forma a torná-las mais profissionais.

Outra fonte de manutenção da ARUC  é por meio das cotas de contribuição de  seus sócio- fundadores. De acordo com o diretor de carnaval, Cleuber Oliveira,  hoje a ARUC conta com a doação de 230 sócio-beneméritos. Também recebe contribuições das atividades que desenvolve, embora muitas delas tenham cunho essencialmente social. Tudo isso, para “manter os eventos ativos, pois a chama não pode se apagar”, como afirma Cleuber Oliveira.