Os brechós não são nenhuma novidade, mas esse tipo de comércio vem conquistando a juventude brasiliense, seja na internet ou nas ruas.

O brechó como conhecemos hoje surgiu no século XIX devido às crises econômicas causadas pela primeira Guerra Mundial. O modelo se fortaleceu e foi se espalhando por todo o mundo até chegar ao Brasil ainda no século XIX, fundada por um comerciante português chamado Belchior, no Rio de Janeiro. 

Hoje os brechós são um refúgio para aqueles que querem um estilo mais vintage, acessível e que ajude a preservar o meio ambiente. Victor Bussolaro, de 21 anos, afirma que já teve problemas para encontrar roupas do seu estilo e tamanho em lojas convencionais, mas que nos brechós é muito difícil sair sem algo que o agrade. “Comecei a comprar neles por encontrar peças vintage e diferentes, além do preço mais acessível e a pequena ajuda ao planeta, fora que dificilmente alguém consegue encontrar peças iguais por se tratar de garimpo em vários locais aleatórios”.

Lorena Castro, co-fundadora do brechó Las Hermanas, afirma que é muito fácil encontrar peças de segunda mão que ainda são tendência e afirmou ainda que os brechós são um ótimo lugar para testar seu estilo, já que você encontra roupas variadas em um só lugar. 

Ainda existem pessoas resistentes aos brechós, por acreditarem que as peças não são de qualidade ou ultrapassadas, mas esse preconceito vem diminuindo cada vez mais, principalmente depois que os brechós viraram tendência nas redes sociais. Jonelise Lima, de 19 anos, comenta que sua mãe sempre comprou nesses locais, mas que ela começou a frequentar mais depois que desenvolveu uma independência de estilo. Ela afirma ainda que um dos fatores para ela preferir os brechós é a qualidade das roupas: “Geralmente uma peça que chega a um brechó já viveu uma vida, tem um estado de conservação bom, mesmo depois disso mostra o quanto ela vai continuar durando”, afirmou. 

Além do estilo e preços mais acessíveis, os brechós se mostraram uma ótima alternativa para aqueles que buscam um consumo consciente. Guto, proprietário do brechó @gutoriks, afirma que além de dar visibilidade para peças que seriam descartadas, o brechó também influencia a forma que as pessoas compram roupas. “Elas começam a olhar mais o seu consumo, pensam mais no meio ambiente antes de comprar várias peças que talvez usariam uma ou duas vezes. Estamos mudando isso nas pessoas sem elas mesmas perceberem.”