Ovos artesanais são opção de produtos exclusivos e livre de conservantes

Produtores artesanais iniciam as produções dos ovos de páscoa, uma escolha alternativa para comemorar o feriado

Thalya Cunha

Postado em 31/03/2022

A tradição do ovo de Páscoa começa bem antes do que se possa imaginar. O ovo em si representa vida, nascimento. Anterior à ideia do chocolate, os povos egípcios, persas e germânicos tinham o costume de presentear com ovos de galinha coloridos, que eram pintados à mão. Já a cultura do ovo de chocolate tem uma grande influência francesa.

A poucas semanas da Páscoa, os produtores já estão a todo vapor nas encomendas e na confecção dos ovos de páscoa. A confeiteira e aluna do curso de gastronomia, Ana Livia Costa, lançou o cardápio de páscoa na segunda quinzena de março e espera superar as vendas em relação ao ano passado. 

O ovo de páscoa artesanal ou gourmet, como muitos chamam, atrai o cliente, segundo Ana, pela qualidade, pela exclusividade e por se tratar de um produto sem conservantes. Por muito tempo quem liderava esse mercado gourmet na Páscoa eram confeiteiros comuns, que faziam dentro da própria casa por inúmeros motivos: renda extra ou hobby, por exemplo. Em 2022, marcas tradicionais, como a Lacta e a Nestlé, investiram em ovos recheados também, com a intenção de diversificar o catálogo, disse Álvaro Garcia, vice-presidente de marketing da Mondelez, proprietária da Lacta em entrevista à Exame. 

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que, em 2021, houve uma queda de 2,2% em relação a 2020 nas vendas durante a páscoa, menor taxa desde 2008. Vale ressaltar que esses dados se referem aos ovos industrializados, pois segundo a estudante de gastronomia, a páscoa durante a pandemia foi excelente. “Superou todas as minhas expectativas. A minha meta triplicou”, diz Ana Lívia. Neste ano, com a flexibilização das medidas sanitárias e com o avanço da vacinação, o Instituto Fecomercio- DF, estima um aumento de 18% nas vendas.

A chef de cozinha, Laiane Leal, viu uma oportunidade de fazer uma renda durante a pandemia e afirma que, no começo, não foi fácil: “Por conta da pandemia fiquei desempregada e tive que me virar para ajudar no orçamento da casa, não foi fácil esse recomeço”. Já na primeira páscoa conseguiu faturar cerca de 15 mil reais, o que superou as suas expectativas. Neste ano ela pretende ultrapassar a faixa dos 500 ovos.

A confecção artesanal possibilita não somente o consumo de um produto livre de conservantes e aditivos, mas também fomenta o comércio local. “Eu faço questão de comprar ovos de colher de amigos e vizinhos. Não apenas pela qualidade, mas sim pelo cuidado, pela exclusividade daquele produto. É uma tradição que sigo à risca”, comenta Maria Fernanda Carvalho, estudante de psicologia.