Programa Reflorestar incentiva produtor rural a recompor vegetação de áreas degradadas

O reflorestamento também é importante para a questão hídrica no Distrito Federal

Fernanda Ferreira de Matos

Postado em 10/06/2022

Por meio do Programa Reflorestar, milhares de mudas de diversas espécies do Cerrado foram plantadas em diferentes regiões do DF e do entorno com o objetivo de revitalizar áreas ambientais e proteger os recursos hídricos. O projeto foi criado em 2011 pelo governo do Distrito Federal. As mudas são cultivadas em estufas no Granja na Ipê, localizada no Park Way.

“O Projeto Reflorestar vem para incentivar o produtor rural a recompor a vegetação de áreas degradadas na sua propriedade.  O produtor adere, voluntariamente, ao programa, e após a vistoria que é realizada, ele pode receber gratuitamente as mudas nativas indicadas para a área de replantio”, explica Ângelo Costa, gerente de Tecnologia Agropecuária da Secretaria de Agricultura do Distrito Federal. Ele acrescenta ainda que qualquer produtor rural pode procurar a Seagri-DF, desde que ele tenha pelo menos um módulo rural mínimo de dois hectares. O produtor não pode estar sofrendo nenhum processo judicial ambiental. “Ele precisa procurar o reflorestamento antes de ser autuado”.

“Conheci o programa na Seagri e já peguei mudas uma vez, essa é a segunda vez que eu pego aqui Granja do Ipê. Estou levando 200 mudas”, conta Luiz Carlos Costa, produtor rural.

Ação de plantio de mudas do programa Reflorestar. Foto: Agência Brasília

O técnico da Secretaria de Agricultura do DF,  Cláudio Silva,  é o responsável pela produção das mais de 60 mudas de espécies diferentes. “Hoje a gente trabalha com em torno de 65 espécies. Tem meses que tem mais, tem meses que tem menos, vai de acordo com a coleta. São mudas produzidas para área seca, mata de galeria, área inundável. Nós fazemos duas a três coletas de semente por ano fora do DF, nós fazemos no Goiás, em Minas, e coletamos também no DF e no entorno. Essas mudas não são para fazer paisagismo, são apenas para recuperação de área”, explica Cláudio.

No espaço (Granja modelo do Ipê) também é possível encontrar mudas frutíferas o que, além da restauração ambiental, pode vir a gerar renda aos produtores.

“Além do produtor estar fazendo um reflorestamento, cuidando do meio ambiente, também pode ser uma geração de renda, pois muito dessas mudas são frutíferas. O produtor pode, depois que ela começar a produzir os frutos, comercializá-los. E também muita gente tem procurado mudas nativas para fazer sistema de agrofloresta, produção orgânica, etc”, diz Ângelo.

O exemplo da importância e do sucesso desse programa foi a revitalização da Bacia Hidrográfica do Alto Rio Descoberto, no ano passado.

“Além do benefício ambiental que o produtor proporciona, tem a questão da produção de água, pois quando é feito o reflorestamento nas áreas de nascentes, a água volta a brotar, porque as árvores protegem o terreno, não causa erosão e volta a brotar água nessas nascentes. O reflorestamento é importante até para a questão hídrica no Distrito Federal. Um exemplo disso foi o reflorestamento que foi feito em 223 pontos de nascentes na Bacia do Alto Descoberto, com cerca de 80 mil mudas que foram plantadas na região, com certeza beneficiando o retorno na água para o reservatório que vai abastecer as casas do Distrito Federal”, finaliza Ângelo.

A bacia hidrográfica do Alto Descoberto. Foto: Seagri-DF

Como participar

Basta o interessado procurar algum escritório da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) para avaliação das características da propriedade.

Concluída essa etapa, o pedido é encaminhado à Secretaria da Agricultura. Depois de a pasta definir quais são as espécies adequadas, as mudas são cultivadas no Viveiro da secretaria, na Granja do Ipê, no Parque Way.

Assim, a tendência é que mais pessoas procurem o fornecimento com o objetivo de recuperar áreas degradadas. Cada produtor retira, no mínimo, 200 mudas por vez.

Atendimento

Presencial ou por telefone. O acesso ao programa se dá durante todo o ano.

Seagri: (61) 3051-6360

Emater: (61) 3311-9330

E-mail: gaa.seagri@gmail.com