Segundo a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), o DF, por meio de editais do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) captou R$ 155 milhões para o setor em 2021. Desse aporte, R$ 3,6 milhões foram destinados ao projeto Cultura nas Cidades.

O projeto tem como foco a descentralização da cultura no Distrito Federal, facilitando o acesso a políticas públicas de artistas locais que estão buscando recursos para viabilizar seu trabalho.

Responsável por gerir essa verba, o Instituto Cultural e Social do Distrito Federal (InCS-DF) tem o compromisso de aplicar a quantia na capacitação dos artistas, na democratização dos serviços, recursos da Secec e no apoio às atividades culturais das Gerências de Cultura e das Regiões Administrativas (RAs) que demonstra um índice baixo de desenvolvimento humano.

O conselheiro cultural e músico Emerson Rodrigues cita a dificuldade atual da banda em que é vocalista, a Alcoostika. “Essa foi a primeira vez que nossa banda foi convidada para um evento público, fora a dificuldade em conseguir recursos para dar continuidade aos projetos”. 

Emerson menciona o que falta para os artistas terem mais oportunidades. “Os artistas em primeira mão têm de ser reconhecidos como um braço auxiliar do poder público, pois levam entretenimento para uma gama de comunidades que já estão sofrendo com a escassez de políticas públicas. O governo local precisa respeitar, distribuir as leis orgânicas da cultura”, disse.

O projeto Cultura nas Cidades tem a missão de nivelar as condições dos artistas no Distrito Federal, sob a prerrogativa de dar uma resposta aos conselheiros das regiões, cidadãos essenciais e que se identificam com a cultura, visando amparar todos os envolvidos no movimento cultural, a fim de deliberar e fazer uma espécie de ponte junto ao poder público para que as políticas culturais sejam mais plurais. O projeto é dividido em três eixos:

• Cursos de gestão cultural, acessibilidade cultural, captação de recursos etc. O workshop tem a carga horária de 20h;
• Descentralização: os serviços são itinerantes e visitam as cidades com orientadores para ajudar os agentes culturais;
• Apoio às atividades das gerências de cultura e fomento aos artistas da sua respectiva localidade.

O conselheiro cultural de Ceilândia, Alexandre Antônio, 44 anos, fala como foi o processo para a deliberação do projeto. “Teve início no mandato das atuais gerências que prestam apoio aos eventos de cultura, onde foram feitas formações para o acontecimento do projeto Cultura nas Cidades”, explica. 

A meta é passar por 15 regiões administrativas do Distrito Federal. O projeto começou por Ceilândia e Estrutural. Segundo Fabiano Castro, colaborador responsável por executar e monitorar o projeto pela InCS-DF, cerca de 90 pessoas foram aos cursos. “São cidadãos que fizeram a inscrição, sentiram vontade de fazer o workshop, foram até o local para serem orientadas em como ser MEI, sobre os documentos necessários para tocar um projeto, entre outras direções”, diz.     

Essas instruções são essenciais no sentido de ajudar os artistas a conseguirem capital para suas iniciativas. Elimar de Almeida, 41, é grafiteiro, e relatou como perdeu um edital por não fazer o processo de forma correta. “Em 2021 houve um edital para grafitar as paradas de ônibus da W3 Sul, foram selecionados 100 artistas e eu não fui escolhido porque falaram que faltava documentos. Os artistas beneficiados ganharam uma ajuda de custo”, completou Elimar.

Segundo a secretaria de cultura do DF com apoio das gerências de Cultura das Regiões Administrativas, o projeto tem a expectativa de atender 30 mil pessoas. O gerente de cultura de Ceilândia, Márcio Nunes, disse que o objetivo é atingir o maior número de pessoas possíveis, visto a estrutura que o projeto está proporcionando. “O plano é ter cinco dias de cursos e três de shows em cada cidade onde acontecerá o Cultura nas Cidades”, ressalta Márcio.