Tal pai, tal pet

Segundo pesquisa realizada pela a empresa Petz, 88% dos entrevistados consideram seus pets como membros da família

Maria Eduarda Antunes

Postado em 22/05/2024

O tema “pais de pet” é algo que está em evidência atualmente nas redes sociais, propondo debates para descobrir se os tutores podem ou não serem considerados pais, afinal, cuidar de um animalzinho não seria o mesmo que cuidar de um filho humano. No entanto, Leonardo Costa, jornalista e pai do gato Dudenildo e do cachorro Theobaldo, discorda disso. Para ele os amores são semelhantes, já que ser tutor requer dar amor, carinho, cuidados com saúde, higiene, educação e alimentação. De acordo com a pesquisa realizada pela Petz, com 753 pessoas foram ouvidas, 88% dessas pessoas consideram seus animais de estimação como membros da família. 

Leonardo conta que decidiu ser pai de pet após passar a conviver com Theobaldo, o cachorrinho de sua esposa, que na época era apenas namorada, e acabou se vendo convencido a adotar um gato,o Gruguenildo, que estava em situação de rua. “ Depois da doação, ele acabou virando o xodó da casa”. A Petz destaca que, de acordo com o levantamento feito, 38% das pessoas consideram seus animais como uma das coisas mais importantes da vida.

O jornalista explicou que tempos depois, Gruguenildo havia sido atacado por um grupo de caẽs da região onde mora, que conseguiu tirar o gato do meio dos cachorros, mas que assustado, ele acabou se escondendo em um bueiro próximo de onde estavam. Em uma tentativa desesperada de resgatar seu pet, Leonardo levantou a tampa do bueiro e acabou rompendo o tendão do bíceps. “ Na hora não pensei que a tampa seria 60 quilos. Ele foi para o veterinário e eu para o hospital, ele quebrou a pata e eu rompi o tendão. Infelizmente ele veio a falecer dois dias depois”. 

“Foi o primeiro gato que tive e foi uma paixão muito forte, nunca pensei que fosse gostar tanto de um gato. Ele dormia na minha cama, ele escutava eu chegando e já ia para a porta, então é um verdadeiro filho… é um filho” definiu Leonardo ao ser questionado sobre o amor por seu animal de estimação.Tempos depois, o jornalista adotou o gato Dudenildo.

Rosana Baiocô, servidora pública, mãe de sete gatos e simpatizante das causas animais, revela que seu amor pelos bichinhos é algo que veio de família, uma vez que, desde pequena, ela era acostumada a criar gatos. Ela explica que gosta de contribuir para algumas ONGs independentes que possuem projetos de custeio de castração, já que ajudam a evitar ninhadas e reduzir o abandono, ou de reciclagem para montar casinhas de animais em situação de rua. 

Opiniões profissional

Fabiano Morais, médico veterinário, vê essa tendência como algo positivo para os animais de estimação, uma vez que, segundo ele, antes as pessoas não se preocupavam tanto com o bem estar de pets. “ Para a gente é ótimo, pois estão cuidando mais de seus bichinhos em relação a exames, raio X, ultrassom. Assumir essa responsabilidade de cuidar deles, não apenas ter, mas cuidar também, acho isso excelente”.

Legenda: Médico veterinário Fabiano Morais

Cleber Pires, psicólogo clínico, explica que os seres humanos buscam uma vida reforçada positivamente com prazeres e satisfação e isso pode ser através dos pets, já que os mesmo, por convivência, são capazes de despertar em seus tutores sentimentos de amor, carinho e bem estar, a ponto de serem tratados como filhos humanos, “Sem contar que eles nos oferecem lealdade, segurança, contribuindo, assim, para que tenhamos comportamentos psicologicamente saudáveis como ajudando a combater a ansiedade, estresse, depressão e nos fazem companhia” .

Legenda: Psicólogo clínico Cleber Pires

Para Aline Nerissa, estagiária de um pet shop há mais de um ano, a tendência é benéfica para os negócios voltados a esse nicho, já que são procurados por pessoas que querem cuidar da saúde de seu animal, comprar brinquedos, roupinhas, e vários outros mimos. “Creio que pet shop, hospitais veterinários e etc. se mantêm por conta disso, pois se as pessoas não tivessem tanto apego pelos bichinhos e não os considerassem ‘filhos’ não cuidariam tanto deles”, opinou sobre o assunto.