Instagram vira vitrine virtual e ajuda empreendedores durante a pandemia

Jovens brasileiros utilizam a rede social como primeira experiência de emprego e como forma de se sustentar

Victória Cruz

Postado em 08/09/2021

O Instagram se tornou uma febre mundial desde o seu lançamento em 2010. A cada atualização, o aplicativo foi deixando de ser apenas para postar fotos, e foi se tornando uma potência para novos mercados.

Pesquisa realizada pela Opinion Box com mais de dois mil usuários mostra que o Brasil está em segundo lugar no ranking de usuários da plataforma digital, atrás somente dos Estados Unidos. Durante a pandemia da Covid-19 o tempo dos usuários na mídia aumentou 72%.

Com a pandemia do novo coronavírus, o mercado de trabalho ficou ainda mais concorrido, com o isolamento social e lojas fechadas por muito tempo. Muitas pessoas ficaram desempregadas e sem novas oportunidades de emprego. Para quem estava em busca de seu primeiro trabalho, não teve muita sorte ao buscar oportunidades.

Com a economia em baixa e a inflação em alta, muitos indivíduos começaram a procurar alternativas para ganhar dinheiro e ter uma renda mínima. Dessa forma, o Instagram se transformou em uma vitrine virtual para ajudar pequenos empreendedores em seus negócios.  

 A estudante de psicologia, July Anne Magalhães, que atualmente está no sexto semestre do curso, afirma que as poucas oportunidades de estágio em sua área fizeram com que ela buscasse outra alternativa de renda. Então surgiu a ideia de criar uma loja no Instagram. “Eu já conhecia pessoas que vendiam online e vi que deu muito certo e por ser um meio que temos através do celular, é muito mais fácil.”, afirma.

 July Anne criou sua lojinha em julho deste ano. Ela vende polaroids personalizadas de diversos tamanhos, que são feitas mediante encomendas. Os produtos variam de R$1,50 e R$ 2,20. Foto: arquivo pessoal

Ainda de acordo com a pesquisa, foi observado que 52% dos usuários já descobriram serviços e produtos para comprar. Além disso, 82% seguem alguma empresa ou marca e 16% usam a rede social para divulgar seu negócio. Dentre os usuários entrevistados, 84% eram jovens, com idade entre 16 anos a 29 anos. Dentro da faixa etária, 15% utilizam o aplicativo para fazer compras e 86% seguem alguma empresa.

Luana Costa, estudante de nutrição, possui uma loja online de temperos caseiros. Com a pandemia, ela observou que o preço dos produtos utilizados aumentou relativamente e isso afetou diretamente o custo de produção. Por consequência a procura pelos seus produtos, que variam de preços entre R$12 e R$14, caiu, o que fez com que a sua renda baixasse também. 

Luana Costa abriu juntamente com a sua irmã, Tathyanni Raquel, a Alecrim Temperos no início de 2020. Atualmente elas fabricam 5 tipos de temperos artesanais que são feitos por encomendas. Foto: arquivo pessoal

Luana decidiu abrir a loja na plataforma digital pela facilidade de comunicação. “Fica mais fácil alcançar mais pessoas e comunicar pelo direct e Whatsapp é bem mais simples”, diz ela.

Com esse novo jeito de vender, o Instagram se tornou uma vitrine virtual e possibilita aos empreendedores utilizar a ferramenta para fazer negócios e ter uma renda financeira. Muitos que durante a pandemia utilizaram as lojas online como um plano B e como uma forma de ganhar dinheiro, com os lucros obtidos, começaram a se aperfeiçoar e utilizar do seu empreendimento como sua renda principal.

Com isso, surgiram no mercado diversos cursos online voltados para esse público. O Sebrae oferece vários workshops gratuitos com certificação para os empreendedores, entre eles, o curso Up Digital: Marketing, que ensina ao indivíduo estratégias e ferramentas de marketing digital para o negócio. Além disso, o Sebrae também oferece diversas lives sobre assuntos relacionados ao meio digital.