De acordo com uma pesquisa do Sebrae, o número de jovens empreendedores no Brasil cresceu 23% na última década, representando 6,8% do total de empreendedores. A maioria são homens (62,6%), e 57,7% se identificam como negros. A maior parte possui ensino médio (45,5%) e enfrenta desafios como falta de experiência (32%) e dificuldades financeiras (37%). Muitos buscam criar negócios com impacto social e sustentabilidade.

Se esses jovens enfrentam dificuldades como falta de capital e burocracia ao iniciar um negócio, eles tentam superar essas barreiras com criatividade e resiliência. A reportagem explora suas estratégias para crescer e as perspectivas para o futuro em um mercado dinâmico e tecnológico.

Samuel Magalhães, 20 anos, começou a empreender na escola vendendo din-din para arrecadar dinheiro para a formatura. Já tentou outros negócios, como vender brownies, bolos e camisas. Hoje tem uma agência digital em Brasília.

Ele enfrentou desafios como não estar preparado para prejuízos e a dificuldade de conseguir clientes que pagassem bem. “No começo, tive que trabalhar muito por pouco”, relembra. Apesar do apoio dos amigos, sua família preferia que ele seguisse a carreira pública.

Samuel aprendeu de forma autodidata, usando plataformas como YouTube e Instagram. “A internet tem tudo o que a gente precisa para evoluir”, afirma. Ele também lida com o medo de falhar, mas acredita que o segredo é manter o foco.
Hoje, prioriza seu negócio em vez da faculdade. “Meu maior foco é o meu negócio”, explica. No futuro, quer ajudar sua família e proporcionar mais conforto a todos. “Quero retribuir tudo o que minha família fez por mim”, conclui.

Lucas Gabriel e Guilherme Simmer são os sócios à frente da Taxquim, uma assessoria de Brasília de comunicação especializada em gêneros urbanos, como rap, trap e funk. Lucas começou a empreender após ser convidado por Guilherme, com quem estudou no IESB. “A gente começou fazendo pra depois aprender como trabalhar e se organizar”, relembra Lucas. Desde 2021, enfrentaram desafios como construir relações com veículos de imprensa e convencer artistas sobre a importância da comunicação estruturada.

Guilherme revela que sempre foi inquieto e viu no empreendedorismo uma forma de criar algo do zero. “Vi na união da música e do mercado de comunicação uma oportunidade para algo inédito no DF”, conta. No início, conciliou outros trabalhos enquanto lutava para estabilizar a Taxquim. “Sempre trabalhei com o objetivo de fazer a Taxquim virar, e agora estou focado totalmente nela.”

A inovação é um pilar importante para ambos. Guilherme acredita que “o que hoje é exemplo, amanhã é ultrapassado” e defende arriscar e testar novas ferramentas para crescer. Lucas complementa que estar atualizado é essencial. “Se você não sabe o que o cliente busca ou não entende uma tendência, já perde pontos.” Ele destaca a integração de estratégias como gestão de fãs, conectando artistas e consumidores, para se manter competitivo.

Momentos marcantes incluem a festa de três anos da Taxquim, que reuniu artistas e profissionais do mercado, e a participação em eventos importantes, como uma feira em São Paulo. Além disso, a indicação ao Prêmio Profissionais da Música representou um reconhecimento significativo. Apesar dos sucessos, Lucas reflete sobre a importância de aprender com os momentos difíceis. “Quando está dando certo, é porque tem muito trabalho por trás.”

Para lidar com a pressão, Guilherme afirma que é necessário apreciar os acertos e aprender com os erros. “Esses momentos de descanso são necessários para não se tornar escravo do próprio negócio.” Lucas reforça que organização é fundamental, tanto financeira quanto emocional. “É o nosso sonho trabalhar com os sonhos das pessoas, e isso nos motiva todos os dias.” Ambos destacam que o objetivo da Taxquim é continuar crescendo e conquistar mais relevância no cenário de gêneros urbanos.