Vale gás: como o benefício ajudou (ou não) em meio à crise

Em janeiro deste ano, mais de 5,5 milhões de pessoas foram beneficiadas

Victor Gabriel Duarte Bezerra

Postado em 29/03/2022

Desde março do ano passado até março deste ano, o gás de cozinha vem sofrendo reajustes significativos, totalizando mais de 23% de aumento. No início de 2021, as distribuidoras compravam por até R$ 50 o botijão de 13 quilos. Hoje o mesmo botijão é comprado por R$ 85 pelas distribuidoras e, então, repassado aos clientes. O preço subiu ainda mais com a guerra na Ucrânia, havendo um aumento de 16% nas distribuidoras, no dia 10 de março. Como meio de ajudar a população de baixa renda, o governo federal lançou um novo benefício: o cartão gás.

O auxílio bimestral é abastecido com 100 reais a cada dois meses. Para ser aprovado, precisa-se passar por uma série de requisitos, como: famílias de menor renda por pessoa, famílias com maior número de pessoas, entre outros. Apesar de haver uma série de requisitos para aprovação do cadastro, esses critérios não foram seguidos à risca. Assim como no auxílio emergencial, muitos burlaram as regras e receberam o benefício ilegalmente. Em consequência disso, alguns que precisavam dele acabaram ficando sem.

Gisele Ferreira, mora com o marido, e dois filhos, precisava receber o auxílio, mas não conseguiu, ela afirmou: “Tentei fazer meu cadastro no site mas já não dava mais tempo, eles disseram que tinha um prazo e as vagas já haviam sido preenchidas. Mas esse benefício me ajudaria muito, eu uso um gás por mês aqui em casa, isso me aliviaria bastante”.

Em outro relato que escancara isso, é o de Leone Marques de Lima, atendente de uma revenda de gás de cozinha “Eu recebo de 10 a 12 ligações por dia de pessoas que tem o vale gás. Isso foi muito bom, beneficiou muita gente carente. Mas também vejo clientes de carrão chegarem aqui, até os conheço pessoalmente e sei que eles tem uma condição financeira legal, mesmo assim eles utilizam desse benefício que pelo que sei era para ser usado com pessoas carentes”.

Revenda localizada em Taguatinga Norte aderiu ao programa do Alimenta Brasil. Crédito: Arquivo pessoal


Embora tenha essa parcela que acaba tirando o auxílio de quem necessita, também existem muitos beneficiados e que ajudou a aliviar as finanças dentro de casa. Como no caso da Cláudia Carvalho, mãe de uma menina de 6 anos: “Com certeza me ajudou demais, foi um grande desafogo (sic).” Rogério também falou sua versão e elogiou o programa feito pelo governo:“ Eu moro com 6 pessoas em casa, 4 adultos (contando com ele) e 3 crianças, o cartão gás nos ajudou demais, já que aqui em casa o consumo é grande e não dura mais que 1 mês e meio”.