Ações bem sucedidas na preservação de espécies em risco de extinção no Brasil

O Projeto Tamar apresenta uma das ações mais bem sucedidas na luta pela preservação. Graças a este programa 30.000 ninhos são protegidos a cada ano, e um total de 37 milhões de tartaruguinhas foram devolvidas ao mar

Leonardo Ramos de Moraes

Postado em 12/05/2022

O Projeto Tamar apresenta uma das ações mais bem sucedidas na luta pela preservação. Graças a este programa 30.000 ninhos são protegidos a cada ano, e um total de 37 milhões de tartaruguinhas foram devolvidas ao mar

O aumento na taxa de animais silvestres em risco de extinção, vem se tornando um problema recorrente no Brasil. O maior exemplo disso são as aves da espécie ararinha-azul, as mesmas que protagonizam os filmes Rio e Rio 2, com os personagens Blu e Jade. As ararinhas-azuis eram um dos principais alvos de caçadores ilegais, e foram declaradas extintas da natureza por volta de 2001, restando apenas alguns espécimes em cativeiro. O Instituto Chico Mendes em parceria com empresas e Ongs, tem um projeto que luta para recuperar a população desses animais.

Outro importante projeto de conservação, é o Tamar, ele apresenta uma das ações mais bem sucedidas na luta pela preservação. Dados recentes (2018-2022),  apontam que graças ao programa 30.000 ninhos são protegidos a cada ano, e um total de 37 milhões de tartaruguinhas já foram devolvidas ao mar em segurança. Esse é um exemplo exímio de como é importante preservar a fauna e flora brasileira.

Segundo a Lista Vermelha formulada pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), O Mico-leão-dourado se encontra na categoria “em perigo de extinção”. Na década de 60 restavam apenas em torno de 400 animais. Após diversos anos desenvolvendo e implementando métodos de preservação, a espécie se encontra com aproximadamente 2500 espécimes. 

Algumas das medidas mais recentes de proteção dos micos, foram a construção de passarelas e túneis, que passam respectivamente sobre e sob as ruas da BR-101. Os resultados já são notáveis, micos-leões-dourados e outros animais, como saguis, foram avistados utilizando as travessias, assim diminuindo o risco de atropelamentos. 

O biólogo Mateus dos Santos aponta vários aspectos positivos da proteção ambiental, segundo ele estes esforços são extremamente importantes para a ciência e medicina. “Diversos medicamentos são de origem animal, a cada espécie extinta, temos uma chance a menos de encontrar curas para doenças que ainda não as possuem”.

Mateus afirma também que todas as espécies têm um papel no ecossistema, e que a extinção ou qualquer desequilíbrio populacional, acarreta consequências negativas. “Se os predadores forem extintos, não haverá controle sobre a quantidade de presas, e isso faz com que elas se tornem uma praga. Se o contrário acontecer, os predadores que serão o problema, de qualquer maneira, saímos perdendo”.

O engenheiro ambiental Pedro Belchior diz que é de extrema importância a criação e implementação de medidas inovadoras a fim de preservar a fauna brasileira. “Em menos de um ano (entre 2020 e 2021), a floresta amazônica foi desmatada o equivalente a nove cidades do Rio de Janeiro (10.800km^2). Além de prejudicar espécies de plantas, muitos animais acabam perdendo seus habitats. Caso os devidos procedimentos não forem adotados a situação apenas regredirá”.

Queimada florestal – Foto Leonardo Ramos