Brechós, reutilização e customização: Entenda a produção da moda sustentável

Tendências de consumo consciente estão ganhando cada vez mais espaço. Preocupação com o estilo e o meio ambiente são a nova moda do momento

Vivian Rodrigues

Postado em 28/04/2024

O brasiliense tomou gosto pela moda circular, isso é fato. Já virou tendência a preocupação com a imagem pessoal e a busca por novas peças de vestuário. Para quem aposta nos pequenos empreendedores e nos brechós, existem  várias opções, desde bazares locais e feiras que acontecem mensalmente.

A moda sustentável surge como uma alternativa para a tendência do consumo desenfreado, enquanto as pessoas que optam pela moda circular se preocupam em reduzir o impacto ambiental na produção de roupas, investem em tecidos orgânicos, como algodão, linho e bambu, que consomem menos água e não utilizam pesticidas em sua composição.

De acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), entre os primeiros semestres de 2020 e 2021, o número de brechós espalhados pelo Brasil aumentou em 48,5%, totalizando quase 120 mil comércios ativos pelo País.

Moda sustentável é tendência de consumo – Foto: Abílio Lucas

Luisa Silva, dona da Holly, marca de vestuário, se sentiu inspirada para confeccionar peças de maneira autoral e independente. Abusando da criatividade, ela explica que começa a produzir do zero, normalmente com tecidos e peças de roupas que recebe de doação. Para a estilista, o importante é prezar por bons materiais, que sejam duradouros e baratos.

‘’Gosto de mostrar que existem várias formas de se usar uma única peça de roupa. Meu estudo vem da curiosidade. Participo de palestras, assisto um vídeo tutorial de alguma peça de roupa, leio sobre moda e principalmente busco seguir novos perfis do mesmo nicho em que eu trabalho’’, comentou.

Estilista Luiza Silva e modelos em desfile – Foto: Arquivo pessoal

O espaço dos artistas e pequenos empreendedores

Para além da preocupação com o meio ambiente, o consumo da moda sustentável também impacta diretamente no bolso do consumidor. Maria Eduarda Couto, dona de um ateliê de upcycling (termo em inglês para reutilização), trabalha com roupas doadas ou ‘’garimpadas’’ – os famosos achados em brechós. Ela aplica a customização para a produção de novas peças feitas à mão, reutilizando bijuterias, pingentes, correntes e alfinetes.

‘’Para definir o meu processo de produção e ainda garantir que ele fosse sustentável, entrei em contato com brechós e conversei com outras pessoas que também promovem a moda rotativa. Não recebi nenhuma consultoria de fora, mas comecei a me inspirar depois de buscar maneiras de mudar o meu próprio estilo’’, diz a artista.