Antes vista como charlatanismo, acupuntura ganha base científica
Prática foi implementada no SUS, e é reconhecida pela OMS como medicina
Postado em 25/03/2024
![Manequim com pontos de pressão. Foto tirada por Juan Antonio García-Filoso Rodríguez](http://jornalismo.iesb.br/content/uploads/2024/03/IMG-20240320-WA0017-1024x683.jpg)
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Nos anos de 1970 até 1980, a acupuntura chegou em peso no Brasil e, por boa parte da população, era vista como charlatanismo e sem nenhuma ciência por trás. Até que alguns médicos viram uma base científica que sustenta os argumentos da acupuntura para criar a Associação Brasileira de Acupuntura (ABA), que foi formada para fazer uma especialização na área, e foi uma vertente que defendia que somente profissionais poderiam exercer a prática.
Em contrapartida, existiam outras pessoas que faziam acupuntura que não eram médicos, e na época houve uma grande discussão, pois esses também queriam exercer a função de curandeiros. E no final, os dois lados saíram ganhando: o pessoal que não era formado continua podendo fazer acupuntura, porém os médicos da Associação Brasileira de Acupuntura ganharam a implementação da mesma no SUS.
Em 1988, por meio da Resolução Nº 5/88, da Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação (Ciplan), a acupuntura teve as suas normas fixadas para o atendimento nos serviços públicos de saúde, enquanto desde 1979, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda acupuntura no tratamento de diversas condições clínicas, mostrando que tem uma eficiência médica por trás do tratamento.
Pontos de experiência
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Danilo Máximo, fisioterapeuta desde 2015, decidiu iniciar sua pós-graduação em Acupuntura/Medicina Chinesa por volta de 2017, motivado pelo seu interesse na cultura oriental, especialmente na China. Antes de iniciar a pós-graduação, ele tinha um conhecimento limitado sobre a técnica e seus benefícios.
Durante o curso de pós-graduação, Danilo teve a oportunidade de observar a eficácia da acupuntura em casos graves, principalmente ao testemunhar o trabalho de seu professor no pronto-socorro do Hospital de Base. Ele presenciou a redução de dores intensas e também o alívio de distúrbios psicológicos, como ansiedade grave e crises de pânico.
Desde 2019, Danilo atua em clínicas de traumato ortopedia, onde contribui significativamente para o tratamento de problemas como crises de coluna, incluindo lombociatalgias e cervicobraquialgias, independentemente de serem causadas por hérnias de disco. Além disso, ele também trata ansiedade, distúrbios do sono, estresse, constipações e outros problemas de saúde.
“Após a experiência que tenho com atendimento ao público por convênios desde 2019, tenho me aprofundado a cada dia mais na resolução de distúrbios do sono, tema sobre o qual fiz um artigo científico na área. Mas assim como toda área da saúde, passamos a entender o específico de forma mais aprofundada. Entender o geral de forma profunda é bem mais complexo, ainda mais se tratando de uma medicina milenar, a qual muito me surpreende e com a qual continuo aprendendo todos os dias”, diz Danilo.
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Cleorismar Bezençon é outra médica fisioterapeuta que pratica acupuntura na sua clínica no Jardim Botânico. Além de tratar dores físicas, ela também se destaca no tratamento de distúrbios emocionais, como ansiedade e estresse. Sua abordagem visa não apenas aliviar os sintomas, mas também promover o equilíbrio em todo o corpo e mente de seus pacientes. “A acupuntura é uma ferramenta poderosa que pode trazer alívio e bem-estar para muitos”.
Débora Azeredo é uma jovem de 22 anos, que desde os seus 16 anos descobriu que sofria com fibromialgia, uma doença que normalmente não afeta pessoas mais novas, e ela começou a se tratar com Cleorismar. Hoje ela mora nos Estados Unidos, e diz que grande parte de suas dores foi tratada por conta da medicina oriental, que ajuda ela até os dias de hoje a não sentir mais as fortes dores que sentia.