Covid-19: Com primeira dose aplicada, população de 18 a 25 se sente mais segura
Com recorde de doses aplicadas, grande parte da população jovem está parcialmente
imunizada. Infectologista alerta para a importância da segunda dose
Postado em 02/09/2021
A vacinação de jovens de 18 a 25 anos foi liberada no começo do mês de agosto, dando um suspiro de alívio para essa parte da população que aguardava ansiosamente a vez de receber a primeira dose do imunizante contra a Covid-19. Aplicada a primeira dose, muitos já se sentiram mais tranquilos para voltar a frequentar lugares fora de casa e finalmente enfrentar o “novo” normal, mas especialistas afirmam que ainda não é o momento de flexibilizar os cuidados.
Em 12 de agosto, primeiro dia de imunização de jovens de 20 anos, o Distrito Federal bateu recorde de aplicação, com 91.764 doses aplicadas em toda a região. Atualmente, com base nos dados fornecidos pela Secretaria de Saúde, pouco mais de 78% da população acima dos 12 anos está com a primeira dose de alguma das vacinas disponíveis, isso abriu margem para uma maior movimentação no comércio e áreas de lazer da capital.
O infectologista Hemerson Luz explica que há, sim, uma diferença na eficácia da primeira dose de algumas vacinas, mas que mesmo com uma dose aplicada, os cuidados precisam ser mantidos, em especial o distanciamento social. “Se nós compararmos a eficácia global da primeira dose da Pfizer, por exemplo, ela fica em torno de 60 a 70%, o que já ultrapassa a dose da Coronavac, que fica em torno 50%”. A estudante de fisioterapia Beatriz Justino, 21 anos, recebeu a primeira dose da Pfizer no primeiro dia de aplicação da sua faixa etária, ela conta que a ansiedade antes de receber a vacina era imensa e que agora a sensação de estar parcialmente imunizada é de esperança e de alívio. “Sinto que as coisas estão começando a melhorar”.
Sopro de alívio
Beatriz voltou a frequentar aulas presencialmente na faculdade e precisa estar no estágio duas vezes por semana e relembra que, antes de tomar a vacina, ainda estava apreensiva e com muito medo de ser contaminada com o vírus e acabar contaminando alguém de sua casa que ainda não recebeu o imunizante. Hoje, a sensação é outra, embora os cuidados de distanciamento social e higienização constante permaneçam, a jovem relata que já se sente um pouco mais tranquila ao sair de casa.
Mesmo com o avanço da vacinação, o infectologista Hemerson Luz observa que ainda não é o momento de retomar a vida normal, isso porque, segundo dados da Secretaria de Saúde, menos da metade da população recebeu a imunização completa, o que, segundo o médico, é o ideal para garantir uma segurança diante do vírus e das variantes. “A vacinação é uma estratégia que inclui várias medidas, nas quais é preciso ainda ter os cuidados de distanciamento; evitar aglomerações, para não ter contato com as variantes que são mais transmissíveis; ter o cuidado de usar máscara, que é uma barreira ainda muito importante que diminui a passagem aérea do vírus de uma pessoa para outra e a higienização constante das mãos. Ou seja, é preciso se vacinar, mas manter as medidas que garantem a distância do vírus, enquanto não houver a imunidade de rebanho, que é quando a disseminação é contida”, pontua.