Inaugurado antes mesmo da própria cidade, em 1957, o Jardim Zoológico de Brasília acumula um histórico de diferentes animais ao longo de sua história. E para quem já visitou o local e acha que está familiarizado com todos os moradores, hora de retornar e conhecer os filhotes recém-chegados.

A tamanduá-mirim Pitica pode ser vista no recinto carregando seu filhote, um macho ainda não nomeado e nascido em 25 de janeiro. Ainda pequeno, ele se manterá agarrado às costas da mãe até os seis meses de idade. O casal de tamanduás já havia gerado um outro filhote no final de 2023, batizado de Amendoim, que atualmente divide espaço com o resto da família.

Uma filhote de macaco-aranha-da-cara-preta de poucos meses de vida encontra-se realocada após ser rejeitada pela mãe. Isso não a impede, porém, de se mostrar animada e ativa, interagindo com os brinquedos na gaiola e com os olhares curiosos de visitantes. Ela encontra-se em um local mais isolado, porém aberto para visitação, mesmo que a uma maior distância: o berçário do zoológico, localizado próximo à entrada. 

O espaço reservado para os bebês se encontra aberto para visitação desde 2016 e destina-se a receber filhotes oriundos de resgates, apreensões ou de situações mais específicas, como a da macaquinha.

Filhotes pop

Antigos e novos habitantes do zoo ocupam várias publicações nas redes sociais do local, mas aos filhotes é reservada uma forma especial de interação: a escolha coletiva do nome, que envolve tanto a equipe quanto os entusiastas do zoo.

Esse foi o caso de Amendoim, irmão do tamanduá recém-nascido, e de Atena, uma filhote de lobo-guará, ao terem seus nomes não somente sugeridos por seguidores na rede como também votados por eles. Nascida em maio de 2023, a lobinha conquistou as graças do público de tal forma que, também em votação, foi escolhida como a mascote oficial da instituição.

A veterinária Priscilla Crepaldi faz questão de visitar o Zoológico de Brasília pelo menos uma vez ao ano, e menciona ter um interesse especial pelos primeiros meses de vida de novos animais, coisa que, para ela, traz esperança quanto à preservação de espécies ameaçadas. “Eles (os filhotes) trazem uma certa alegria infantil para o ambiente”, acrescenta.

Com perfil ativo no Instagram, o Jardim Zoológico faz uso da tecnologia para apresentar os animais presentes no ambiente e também trazer curiosidades e informações a respeito da vida silvestre. Segundo Wallison Gomes, diretor presidente do Zoo, a troca virtual fortalece o vínculo dos visitantes com o trabalho da instituição.

Importância dos nascimentos

O zoológico de Brasília aproveita uma longa temporada de procriação, com pelo menos 13 nascimentos de espécies distintas em 2024. Mais do que rostinhos fofos para os visitantes, o nascimento de filhotes representa um avanço na conservação de espécies muitas vezes ameaçadas, como é o caso dos macacos-aranha. Wallison ressalta também que a reprodução indica um conforto dos animais com relação ao ambiente no qual estão inseridos.

Após o nascimento, a prole geralmente se mantém no recinto com a mãe, com logística para garantir bem-estar e um acompanhamento mais próximo e frequente. Esse cuidado é adaptado para cada espécie, que demanda dieta, temperatura e ambientes específicos.

A bióloga Jade Cristine Soares destaca que cada espécie de vida animal possui hábitos particulares, e a presença do filhote junto ao resto da família de imediato não é padrão entre todas. “Algumas espécies possuem cuidado parental, e caso não tenha os pais para fazer esse acompanhamento do filhote, a equipe de manejo precisa intervir para suprir essa falta. Outras espécies já não possuem esse comportamento inato”.

Funcionamento

O Zoo de Brasília é aberto para visitação de terça-feira a domingo, incluindo feriados, pelo horário de 8h30 às 17h. A entrada possui valores R$10 (Inteira) e R$5 (Meia), com isenção para pessoas com deficiência e acompanhantes e crianças de até 5 anos.