Mobilidade avança no DF, mas desafios no transporte público ainda travam o progresso
A mobilidade urbana no Distrito Federal ainda enfrenta desafios, especialmente para os usuários do transporte público, que lidam com a desigualdade no acesso.
Postado em 21/04/2025

A mobilidade urbana no Distrito Federal (DF) tem sido um tema central nas discussões sobre qualidade de vida e desenvolvimento sustentável. Embora o governo local tenha implementado diversas melhorias nos últimos anos, os desafios persistem, afetando diretamente os usuários do transporte público.
O transporte público no DF, embora utilizado por cerca de 60% da população, enfrenta problemas como superlotação, falta de integração entre ônibus e metrô, e infraestrutura deficiente nos terminais. Estudos apontam que moradores de áreas mais pobres dependem quase exclusivamente do ônibus para deslocamentos limitados ao trajeto casa até o trabalho, evidenciando a desigualdade no acesso à mobilidade urbana.
A estudante de administração Ísis Nascimento Tapudima, moradora do Cruzeiro DF, diz que o acesso aos ônibus ainda é muito precário e enfrenta dificuldades com o acesso quando chove. Ela revela que se as vias fossem maiores e mais largas, os passageiros enfrentariam menos trânsito. “Eu acho que para facilitar minha mobilidade do Cruzeiro até no Plano, a melhor solução seria o aumento das faixas, que reduziria muito o trânsito e eu chegaria menos atrasada no estágio”, enfatiza a estudante.
Posição do governo
Em resposta a esses desafios, o Governo do DF diz que tem investido em melhorias. Em 2024, foram implementadas 62 novas linhas de ônibus e adicionadas 981 viagens diárias ao sistema, além da criação de rotas diretas para o Plano Piloto a partir de diversas regiões administrativas. A modernização do sistema de bilhetagem, com a implementação do pagamento 100% digital, também contribuiu para maior agilidade e segurança no embarque.
Porém, desafios como a falta de fiscalização adequada e a ausência de incentivos para a qualidade do serviço prestado pelas empresas ainda comprometem a eficiência do transporte público.
A expansão da malha cicloviária e a implementação de faixas exclusivas para ônibus, como os projetos BRT Oeste e BRT Norte, visam reduzir a dependência do transporte individual e melhorar a fluidez do tráfego. Investimentos na construção de novos terminais rodoviários e na modernização de espaços existentes também têm sido realizados para oferecer maior conforto e eficiência aos usuários.
Mesmo com as ditas melhorias, a população ainda enfrenta muitos desafios, como a técnica em enfermagem Luísa Medeiros Gonçalves, que diz precisar vez ou outra recorrer aos aplicativas de transporte, pois em dias chuvosos, é praticamente impossível chegar no horário em seu trabalho. “É terrível! Eu vejo que pouca coisa melhorou. Eles dizem fazer e melhorar, mas tem vezes que chegar ao trabalho em dias de chuva é uma burocracia. Cadê os nossos governantes?”, pergunta a jovem.
Pista . foto por João Guilherme Ônibus. Foto por João Guilherme