Parques temáticos de Orlando: como visitar sem guias e pacotes turísticos

Com base em uma experiência real por cinco parques, saiba como organizar seu roteiro, escolher os ingressos certos e aproveitar cada minuto da viagem.

Júlia de Mesquita Ribeiro

Postado em 06/05/2025

Viajar para os parques temáticos de Orlando é um dos sonhos mais comuns entre os brasileiros que amam diversão, adrenalina e um toque de magia. Mas para transformar esse sonho em uma experiência realmente proveitosa (e sem dores de cabeça) é fundamental se organizar. A boa notícia é que você não precisa de pacote fechado ou guia turístico para curtir os melhores parques da cidade. Com as estratégias certas, é possível fazer muito, gastando menos e aproveitando mais.

Nessa viagem, conhecemos cinco parques diferentes: Magic Kingdom, Hollywood Studios, Universal Studios, Islands of Adventure e Busch Gardens, e reunimos tudo o que aprendemos na prática para ajudar quem está se preparando. A seguir, um guia completo com dicas e observações que vão fazer toda a diferença na sua viagem.

Descubra quais parques combinam mais com o seu estilo

A primeira coisa, antes mesmo de comprar passagens ou fechar hospedagem, é pesquisar bastante sobre os parques disponíveis em Orlando. Entender o estilo e a proposta de cada um ajuda muito a montar um roteiro mais assertivo, de acordo com os seus gostos e prioridades.

Os principais parques são:

Magic Kingdom: o parque mais famoso da Disney, repleto de nostalgia, personagens clássicos, atrações voltadas ao público infantil e o Castelo da Cinderela. Mesmo sendo mais “leve” em adrenalina, encanta todas as idades.

Animal Kingdom: mistura natureza e aventura. Lá, você encontra safáris com animais de verdade, shows ao vivo e atrações como o simulador do Avatar. É ideal para quem gosta de natureza e experiências imersivas.

Hollywood Studios: combina atrações radicais com áreas temáticas de filmes famosos, como Star Wars, Toy Story e Pixar. Destaque para a montanha-russa do Aerosmith e para a Tower of Terror, que mistura simulador, elevador e queda livre.

A Rock ‘n’ Roller Coaster, localizada no Hollywood Studios, lança os visitantes a uma velocidade que vai de 0 a 97 km/h em apenas três segundos. Foto: Júlia de Mesquita

Epcot: mais tranquilo e educativo, o parque tem um estilo futurista e cultural. Os pavilhões dos países oferecem comidas típicas e curiosidades culturais, enquanto outras áreas apostam em inovações tecnológicas.

Universal Studios: voltado para os fãs de cinema e adrenalina, com atrações de Harry Potter, Transformers, Os Simpsons e muito mais. É repleto de simuladores que impressionam pela tecnologia.

Islands of Adventure: é o parque da Universal mais radical, com montanhas-russas, áreas temáticas de heróis da Marvel e da franquia Jurassic Park, além do castelo de Hogwarts.

Busch Gardens: localizado em Tampa, é o parque mais radical da lista. Tem algumas das montanhas-russas mais intensas da Flórida, além de uma área com animais e atrações para todas as idades.

SeaWorld: mistura atrações com shows de animais marinhos e brinquedos emocionantes. Ideal para quem gosta de uma experiência mais contemplativa, mas com momentos de adrenalina também.

Se você estiver com crianças pequenas ou busca uma experiência mais mágica e leve, os parques da Disney provavelmente serão prioridade. Já se a ideia for encarar brinquedos mais intensos e simuladores modernos, os da Universal e o Busch Gardens são os melhores.

A Jurassic World VelociCoaster, atração mais radical do Islands of Adventure, é a montanha-russa de arremesso mais alta da FlóridaNos seus pontos máximos, alcança 47 metros de altura e 112 km/h. Foto: Júlia de Mesquita

Ingressos: onde comprar, quanto custa e como não errar

Depois de decidir quais parques visitar, o próximo passo é pensar nos ingressos. Essa é uma das partes que exige mais atenção, porque existem diferentes tipos de bilhetes, combos e promoções.

Os ingressos da Disney geralmente são mais caros e vendidos por dia, com opções de pacotes para múltiplos parques (o famoso “Park Hopper”, que permite visitar mais de um parque por dia). Já o Busch Gardens costuma ser o mais barato entre os grandes, especialmente se comprado junto com o SeaWorld em um combo promocional.

Uma decisão muito boa é comprar os ingressos por meio de uma agência de viagens confiável. Assim, é possível evitar cair em sites duvidosos, receber orientação sobre qual tipo de ingresso é melhor para cada parque e ainda ter suporte durante a viagem. Então, vale sim investir um tempo pesquisando agências com boas avaliações antes de fechar.

Organize o roteiro de acordo com o horário de funcionamento dos parques

Cada parque tem horários específicos de abertura e fechamento, e eles podem variar de um dia para o outro. Por isso, antes de comprar os ingressos, é recomendável consultar o calendário oficial de funcionamento de cada parque para montar seu roteiro da forma mais estratégica possível.

Por exemplo, se em um determinado dia o Hollywood Studios fecha mais cedo e o Islands of Adventure fecha mais tarde, vale priorizar o parque com horário estendido para esse dia. Assim, o visitante terá mais horas com o mesmo ingresso.

Outra dica importante é lembrar que alguns ingressos são válidos para datas específicas. Portanto, respeitar o cronograma é importante para evitar imprevistos. Planejar com calma evita dores de cabeça lá na frente.

De acordo com dados divulgados pelo Visit Orlando, órgão oficial de turismo da cidade, 696 mil viajantes brasileiros foram para Orlando em 2023. Foto: Júlia de Mesquita

Qual a melhor época para ir?

Nossa viagem aconteceu no final de janeiro e início de fevereiro, e não poderíamos ter escolhido uma época melhor. O clima estava super agradável, nem frio demais, nem aquele calor sufocante. Não choveu e os parques já estavam bem mais tranquilos do que nas primeiras semanas de janeiro, que costumam estar lotadas por conta das férias escolares americanas.

Evitar períodos como feriados americanos, spring break (março/abril), verão (junho a agosto) e fim de ano é o segredo para pegar filas menores e aproveitar tudo com mais tranquilidade.

Chegar cedo muda tudo

Chegar com 30 minutos de antecedência ao horário de abertura do parque faz toda a diferença. Nesse tempo, o visitante consegue estacionar com calma, passar pela revista de bolsas e já estar na fila da primeira atração quando os portões se abrirem. 

Logo nos primeiros minutos, os brinquedos mais disputados ainda estão com filas curtas, e essa é a chance de ir nas atrações mais concorridas sem perder horas nelas.

Aplicativos dos parques

Os aplicativos oficiais dos parques são extremamente importantes durante as visitas. Além de colocar seu ingresso no aplicativo, eles mostram o tempo de espera de cada atração em tempo real, ajudam a se localizar com um GPS interno e ainda oferecem serviços como reservas de restaurantes e pedidos de comida online (no Magic Kingdom, por exemplo, esse recurso agiliza muito).

Você pode selecionar a atração que quer visitar, e o app mostra o caminho certo a partir de onde você está. Como os parques são enormes e cheios de caminhos que se cruzam, isso poupa bastante tempo e energia.

O que vestir e o que levar: priorize o conforto

Passar o dia inteiro andando, pegando filas e encarando brinquedos exige conforto. Então, roupas leves, calçados fechados e confortáveis (de preferência tênis) são indispensáveis, pois estar bem equipado faz com que você aproveite mais sem se desgastar à toa. Também é recomendável levar uma mochila com itens essenciais, como:

  • Garrafinha de água (reabasteça nos bebedouros gratuitos)
  • Protetor solar
  • Boné ou chapéu
  • Lanches rápidos e nutritivos
  • Capa de chuva ou casaco leve

Como guardar seus pertences

Alguns parques, principalmente os da Universal e o Busch Gardens, não permitem entrar com mochilas ou objetos nas montanhas-russas. Por isso, é importante entender como funcionam os “lockers”, os armários temporários para guardar os pertences.

Na Universal, os armários próximos às atrações são gratuitos por tempo limitado e funcionam super bem. Já no Busch Gardens, os lockers são pagos e muitas vezes você precisa alugar um armário por um período maior, especialmente se pretende ir em várias atrações radicais seguidas. Se informe antes para não perder tempo, e nem dinheiro, na hora.

Baseado na temática de Hollywood, o Universal Studios Florida foi o primeiro parque do complexo a ser construído, com inauguração em 7 de junho de 1990. Foto: Júlia de Mesquita

Filas: inevitáveis, mas dá para amenizar

Mesmo nos dias mais vazios, as filas estão lá. Algumas atrações chegam a ter esperas de 60 a 120 minutos, especialmente as mais populares. Mas existem maneiras de contornar isso.

Uma das melhores estratégias é a fila “single rider”. Nela, você entra sozinho na atração, e os funcionários te encaixam em lugares vagos deixados por outros grupos. Ela anda muito mais rápido, mas não garante que você vá com alguém conhecido, o que, sinceramente, não atrapalha em nada.

Além disso, priorize as atrações que você mais quer conhecer no início do dia. Ir nas atrações favoritas logo cedo, quando ainda está animado e descansado, dá mais liberdade para aproveitar o resto do parque sem pressa ou frustração.

Comida nos parques: como economizar?

A alimentação dentro dos parques é, em geral, cara. Um combo simples pode sair por mais de 20 dólares. Para economizar, leve lanches rápidos e práticos na mochila. A maioria dos parques (com exceção do SeaWorld e Busch Gardens) permite a entrada com comida e bebida.

Alguns exemplos de lanches que funcionaram bem: frutas, barrinhas de cereal, biscoitos, sanduíches frios e salgadinhos. E como em todos os parques há bebedouros, uma garrafinha de água já resolve bastante coisa. Claro, tem quem goste de experimentar as comidas temáticas e, nesse caso, é recomendável separar um dinheiro específico para isso. 

Dicas extras

Além dos gastos com ingresso, comida e transporte, reserve um dinheiro para o estacionamento, que é pago por dia e não é barato, e para lembrancinhas e doces temáticos, porque é quase impossível sair sem comprar nada.

Alguns parques possuem shows de encerramento, e se possível, não vá embora antes. O mais famoso é o do Magic Kingdom, que acontece no final da noite, geralmente por volta das 21h. O castelo da Cinderela vira uma tela de projeções, com trilhas sonoras clássicas da Disney, fogos de artifício e muita emoção. 

Com duração de 18 minutos, o Happily Ever After é o espetáculo de fogos de artifício que usa luzes, lasers e efeitos especiais, além de uma trilha sonora com versões contemporâneas de canções Disney. Foto: Júlia de Mesquita

Outros parques, como o Hollywood Studios, também costumam ter encerramentos noturnos com luzes, água e projeções (o “Fantasmic!” é um clássico). Esses shows são muito concorridos, então vale a pena procurar um bom lugar com antecedência, de preferência com vista frontal para o palco principal.

Vale a pena?

Explorar os parques de Orlando exige preparo físico e um bom planejamento, mas com certeza compensa. Cada parque tem sua magia, suas atrações únicas e uma atmosfera envolvente que conquista desde crianças pequenas até os adultos.

Seguindo essas dicas, sua viagem tem tudo para ser mais leve, mais divertida e muito mais proveitosa. Então aproveite cada segundo, tire muitas fotos, ande até cansar e curta como se fosse a única vez, mesmo que você já esteja planejando voltar assim que for embora.