Brasília tem time de rugby em cadeira de rodas

Time tem apoio do programa DF Acessível, que garante o transporte dos atletas para os treinos

Maximus José Lavers Hernández

Postado em 06/05/2025

Um time de paratletas se tornou referência na prática do rugby em Brasília. O grupo surgiu em 2013 por iniciativa do atleta José Higino, que junto com o irmão Paulo, atual coordenador do projeto, viabilizou a realização dos treinos.

Aquecimento antes do jogo. (Crédito: Maximus Hernández)

Em fevereiro de 2015 o time se filiou à Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas (ABRC), o que permitiu sua participação nas competições de Rugby no Brasil.

O primeiro nome do time foi “Lobos Vermelhos”, referência ao Lobo Guará, animal típico do cerrado. E a estreia foi em maio de 2015, na 8ª edição do Campeonato Brasileiro de Rugby em Cadeira de Rodas, em Guaratuba, Paraná. A equipe ficou em terceiro lugar, conquistando o primeiro troféu.

Hoje, o time denominado Cetefe Lobos tem uma parceria com a Associação Cristã de Moços (ACM). O clube oferece estrutura esportiva para os treinamentos dos paratletas. Vaninho Rodrigues, um dos atletas, fala sobre a importância do projeto. “Pra mim é muito boa essa experiência; a gente não tinha muito lugar pra treinar, então quando conseguimos um espaço ficamos muito felizes”.

Tatiana Oliveira, estudante de educação física, conta como começou sua história no esporte em cadeira de rodas. “Depois do acidente que tive comecei a praticar rugby e bocha; como já havia começado a faculdade, dei prosseguimento”.

Paratletas do Cetefe Lobos. (Crédito: Maximus Hernández)

Eliane Alves é auxiliar do time há quatro anos, desde que conheceu o marido, que era atleta no grupo. “Comecei a acompanhar ele e acabei virando da equipe de suporte”.

Paulo Higino, coordenador do Cetefe Lobos, explica que conheceu o rugby depois que o irmão sofreu um acidente e ficou tetraplégico. “Ele me apresentou a modalidade e decidimos que iríamos organizar um time; desde então participamos de competições e tentamos mostrar que sempre somos capazes de ir além”.

Um programa que facilita a prática do esporte do Cetefe Lobos é o DF Acessível, gerido pela Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília. O objetivo principal é possibilitar o deslocamento das pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida severa. Além de auxiliar os que possuem dificuldade no uso do transporte coletivo convencional, as viagens são prioritariamente destinadas ao atendimento à saúde, seja com consultas e tratamentos médicos, ou com o incentivo ao esporte.

Veículo do DF Acessível. (Crédito: Maximus Hernández)

Sobre o programa, o coordenador do time comenta: “O DF Acessível auxiliou muito nos treinos, o GDF entrou com um pedido, junto do time e da associação, mostrando que esse trabalho que a gente faz também é de reabilitação. Então com essa parte inclusa no programa eles conseguem vir aos treinos.”