Cinebeijoca: sessões gratuitas e mensais agitam o Cine Brasília
Projeto é conduzido por alunos de Audiovisual da UnB
Postado em 26/06/2025
Desde sua remodelação e troca de gestão em 2022, o Cine Brasília, único cinema de rua em atividade na capital, implementou uma série de novidades em sua programação; dentre estas, o retorno da parceria com o Cinebeijoca, projeto de extensão composto por estudantes de Audiovisual da Universidade de Brasília (UnB).
Criado por integrantes do curso de Filosofia e reativado em 2023 pela ação conjunta de professores e alunos de Audiovisual, o cineclube foi batizado em homenagem ao Beijódromo, como é carinhosamente chamado o Memorial Darcy Ribeiro, onde antes se realizavam as sessões e que se localiza no campus Asa Norte da instituição.
Com a parceria proposta pelos professores coordenadores, o Cinebeijoca destina-se a realizar sessões gratuitas e mensais no espaço do Cine Brasília, através de apoio da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) e da organização Box Cultural, que atualmente executa parte da gestão do cinema. Para além das exibições, são realizados debates com nomes do audiovisuval brasileiro e distribuídas zines e panfletos que detalham as obras assistidas.
Ângelo Pignaton é estudante de audiovisual na UnB e integrante do Cinebeijoca desde sua retomada. Participar do grupo é a realização de uma “vontade antiga”, em suas palavras, após outras tentativas de criar um cineclube ligado ao curso não terem tido sucesso.
“Temos um público já cativo, que sempre comparece, e também uma presença forte de universitários, mas percebemos uma diversidade de faixas etárias e outros recortes. Apesar de ser um cinema localizado no Plano [Piloto], conta com a estação de metrô e ponto de ônibus próximos”, conta.
O universitário Otávio Barbosa busca comparecer às sessões e vê no projeto a fomentação de um senso de comunidade a respeito da cultura audiovisual brasiliense. “É nítido o esforço dos participantes em tornar o evento mais do que só uma sessão – não digo nem só o catálogo, tanto cheio de clássicos quanto de escolhas não tão convencionais, nem os debatedores diversos, nem a montagem adorável que fazem no começo, mas principalmente as zines que distribuem”, comenta.
Exemplo de zine distribuída pelo coletivo | Foto: Débora Sobreira Os impressos contam com contextualização do longa e textos dos membros | Foto: Débora Sobreira A equipe se encarrega de um trabalho de pesquisa, redação e design | Foto: Débora Sobreira
A estudante de Letras Júlia Caldas começou a acompanhar as exibições do Beijoca no ano passado e tem no cineclube uma porta de entrada para muitos títulos até então desconhecidos por ela. “Pelas sessões serem gratuitas, qualquer um pode comparecer e participar. Os debates e a curadoria também são diferenciais para mim”.
Acompanhe o cineclube
A curadoria do cineblube, segundo Ângelo, é construída de forma coletiva e nasce de ideias dos docentes e alunos. Anteriormente focada em filmes brasileiros dos anos 70, hoje se expande também para obras internacionais e varia de acordo com os recursos disponíveis (ressaltando o impacto de iniciativas de financiamento). Suas exibições prévias contam com títulos como “Tudo Bem” (1978), de Arnaldo Jabor; “Bang Bang” (1971), de Andrea Tonacci; e “Ladrões de Cinema” (1977), de Fernando Coni Campos.
Para os interessados em comparecer às sessões, a programação do Cinebeijoca pode ser acessada tanto nas redes sociais do projeto (@cinebeijoca no Instagram) quanto nos perfis oficiais do Cine Brasília nos mesmos canais. Há também a possibilidade de comparecer ao “Selinho”, nome do subprojeto do clube que realiza sessões de cinema em espaços da Universidade de Brasília.