Feiras abrem espaço para artesãos mostrarem trabalho exclusivo

São várias iniciativas na capital, como a Feira Vitrine Autoral

Luna Sardou Machado de Moura

Postado em 24/04/2025

A Feira Vitrine Autoral é uma das mais conhecidas do DF. Está presente tanto em shopping centers quanto ao ar livre. E é conhecida pela proposta de mostrar o talento de artesãos locais, promovendo uma experiência de compras repleta de produtos exclusivos e autorais.

A artesã mineira Luciana Lucas da Silva, 41 anos, atua há 15 anos em Brasília e há 5 anos na Feira Vitrine Autoral (realizada no Ernesto Cafés Especiais), onde apresenta seu trabalho artesanal e sua marca: Lislu Jóias Artesanais. Ela utiliza pedras brasileiras em técnicas de micro macramê com fios, metais, fibras e tecidos. “Sempre gostei mais do formato de feirinha menor”, conta. “Acho um formato mais acolhedor, de poder ter um contato direto com o cliente, explicar sobre como é feito o meu trabalho, principalmente no meu caso, que é um trabalho 100% manual”, acrescenta.

Luciana considera Brasília uma cidade acolhedora para sua arte, tendo recebido apoio desde o início da Secretaria de Turismo, onde realizou um cadastro e obteve a Carteira Nacional do Artesão. Isso permitiu que ela tivesse oportunidades para expor e vender em diversos locais. “Eu participei de uma curadoria lá, levei meu material de trabalho, consegui a carteirinha e comecei a apresentar os meus trabalhos nas feirinhas que eles disponibilizaram através do site, então eu fiz muitas feirinhas boas em Brasília e tive muitas portas abertas aqui”, diz Luciana.

Luciana trabalha como artesã há 20 anos.

“É uma experiência maravilhosa e gratificante ver os meus clientes olharem as peças, tocarem, experimentarem, elogiarem…além da experiência de conversar com outros artesãos e trocar experiências e informações”, diz a carioca Lilian Venzon Kraemer, 44 anos. Morando em Brasília há 24 anos, Lilian é formada em odontologia e viu no artesanato sua nova paixão.

Há 3 anos, com a mãe Regina e a prima Cláudia, artistas plásticas, ela abriu sua própria marca – Lilian Kraemer Acessórios – usando tecidos de diversas texturas para fazer laços, tiaras e broches ingleses, além de presilhas de cabelo. Ela faz parte da Feira Vitrine Autoral desde então. “A feira nos proporciona isso, e Brasília tem muitas feiras autorais que eu acho muito bacana mesmo, então eu só tenho gratidão por poder mostrar o meu trabalho para as pessoas e estar presente aqui”, expressa.

Lilian faz parte da Feirinha Autoral Vitrine há três anos.

Sobre as feiras de Brasília

Não demorou muito para que as feiras, sendo comuns em todas as regiões do Brasil, chegassem a Brasília. Algumas delas até mesmo precedem a fundação da cidade, como a do Núcleo Bandeirante, que desde 1957 é um ponto de abastecimento de víveres e de encontro para os primeiros migrantes que chegaram ao Distrito Federal vindo de outros estados do país. Um pouco depois, em 1964, foi inaugurada a Feira da Torre de TV (também conhecida como Feira da Torre), sendo um dos principais pontos turísticos de Brasília. Realizada de quinta a domingo, os feirantes presentes vendem uma variedade de produtos, desde artesanatos a estofados. A feira era conhecida também pelo nome Feirinha Hippie, fazendo parte do movimento hippie no Brasil nos anos 60 e 70.

Em 1990 é fundada a Feira dos Importados. Conhecida também como a Feira do Paraguai e sendo a maior do Distrito Federal, lá se pode encontrar 2080 bancas vendendo eletrônicos, perfumes e maquiagens importados, brinquedos, entre outros. Outras feiras populares da região são a Feira do Guará, a Feira Permanente do Cruzeiro, a Feira dos Goianos em Taguatinga e a Feira do Produtor em Vicente Pires.

As feiras culturais, apesar de terem chegado depois em Brasília, rapidamente se incorporaram à cultura local, especialmente devido à presença de pessoas de diferentes estados que se encontram aqui. Reunindo referências de todas as regiões do país e tambem de outros países, a cidade construiu uma identidade própria.