Idealizado por Lúcio Costa e localizado na entrequadra EQS 106/107, o Cine Brasília foi inaugurado em 1960: uma única sala com mais de seiscentos lugares. No cenário pós pandemia, os cinemas perderam força no mundo todo, mas aqui o espaço é simbolo de resistência e um dos últimos cinemas de rua brasileiro.

O público que frequenta o Cine Brasília tem vez não só nas sessões: na última terça-feira do mês o Conselho Consultivo se reúne em sessão aberta (presencial e também online) para debater assuntos relativos ao cinema e à programação, acatando sugestões dos cinéfilos.

Em março, foi realizada uma campanha via perfil do Instagram para que o público sugerisse um nome para a sessão das 10h. O horário foi criado para contemplar trabalhadores que tem as tardes e as noites comprometidas. A postagem recebeu duzentas e quarenta e cinco respostas, e o vencedor ganhou dois ingressos para a sessão inaugural de Ainda Estou Aqui, vencedor do Oscar na categoria de melhor filme internacional.

Tatiana Terra, artista plástica, frequenta o cinema desde criança. “Venho pela oferta de filmes interessantes, valor baixo do ingresso, localização perto do metrô e da parada de ônibus”.

Sobre o convite para participar das reuniões, Tatiana diz que se inscreveu e sua primeira pauta será sobre os filmes brasileiros. “Acho que seria mais democrático trazer primeiro eles, pois alguns estão passando em outros estados mas não passam aqui em Brasília. E depois trazer filmes estrangeiros”.

O estudante Akihito Sato também aprova a existência de um Conselho Consultivo. “Você acaba dando às pessoas a possibilidade de escolher o que elas irão assistir, isso num mundo onde a maioria dos cinemas tem ingressos muito caros”. Para eles, a partir do momento em que é criada uma política pública que reúne a população para tomar decisões, a difusão da cultura se torna mais democrática.

O Cine Brasília é administrado através de uma parceria do Box Cultural com a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal.