Festival Buraco do Jazz celebra nove anos e movimenta cena cultural de Brasília
O evento é gratuito e sazonal, ocorrendo durante a estiagem, com feira de artesanato, praça de alimentação e vinhos.
Postado em 29/05/2025
Comemorando nove anos de existência em 2025, o Buraco do Jazz se consolidou como um dos eventos culturais mais simbólicos de Brasília. Gratuito e realizado ao ar livre, o festival ocorre semanalmente durante a estiagem da capital, às quintas e sextas-feiras, das 18h à 0h, reunindo moradores e visitantes no gramado da Bandeira Nacional, próximo à Praça dos Três Poderes.
Criado em 2016 como uma ocupação artística no Eixão da 214 Sul, o evento precisou migrar para locais mais amplos como o Parque da Cidade e, mais recentemente, o Centro Cultural Três Poderes, devido ao crescimento constante do público. Em sua trajetória, mais de 70 bandas já passaram pelo palco do Buraco do Jazz, sendo 90% delas formadas por artistas locais. A curadoria privilegia a mistura entre jazz, blues e gêneros afins, abrindo também espaço para nomes internacionais como o grupo “Sabor de Cuba”, grupo musical formado por cubanos e brasileiros.
Foto: Ana Luísa Miranda Foto: Ana Luísa Miranda Foto: Ana Luísa Miranda
Para marcar os 65 anos de Brasília, a edição de 2025 começou mais cedo que o habitual. A abertura contou com shows das bandas Molinas e Procurados Blues Band, além de ações paralelas como concurso de cangas, feira de artesanato e uma praça de alimentação com diversos food trucks. O espaço ainda oferece venda de cangas, aluguel de cadeiras de praia e uma seleção variada de vinhos. Embora a entrada seja franca, o público pode contribuir de forma voluntária para apoiar a continuidade do festival.
Segundo Gustavo Frade, idealizador do projeto, o Buraco do Jazz nasceu com o propósito de abraçar a cidade e ocupar seus espaços públicos com arte. “Dos 65 anos de Brasília, há nove anos estamos ocupando os espaços públicos com cultura. Fizemos a nossa parte com muito cal e adubo, desde o começo das chuvas, para receber nosso público nesse gramado que tanto amamos”, afirma.
Valorização da cultura local e experiência imersiva
A iniciativa também fortalece a cadeia criativa local e proporciona aos músicos uma conexão diferenciada com o público. Para Rairy de Carvalho, integrante da banda brasiliense Black Blues, o ambiente influencia diretamente na performance: “É um lugar que você consegue expressar o som e o feeling em diferentes perspectivas. O público é receptivo e interativo, vai realmente para ouvir boa música e aproveitar a atmosfera do evento”.
Foto: Ana Luísa Miranda Foto: Ana Luísa Miranda Foto: Ana Luísa Miranda
Essa sinergia é sentida também por quem frequenta o festival. O visitante Guilherme Junqueira descreve a experiência como acolhedora e democrática. “É um ótimo lugar pra você levar seus amigos, beber vinho, conversar, confraternizar. O ambiente é confortável, qualquer pessoa pode chegar e escutar música ao vivo de graça, inclusive levando suas próprias bebidas”, relata.