Núcleo Bandeirante terá Avenida Central revitalizada

Projeto aprovado atende demanda antiga de moradores por mais segurança e acessibilidade

Gabriela Nogueira de Medeiros

Postado em 25/06/2025

A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) aprovou a segunda etapa do projeto de requalificação da Avenida Central, uma das principais vias do Núcleo Bandeirante, no Distrito Federal. A iniciativa, que contempla os trechos 2, 3 e 4 da via, prevê calçadas mais amplas, rotas acessíveis, readequação de estacionamentos e criação de novos espaços de convivência.  Com investimento de R$ 30 milhões e prazo estimado de um ano e meio para conclusão, a próxima fase será a elaboração dos projetos executivos, sob responsabilidade da Secretaria de Obras.

Larissa Cayres, arquiteta e urbanista, explica que o projeto combina revitalização e requalificação, já que não altera radicalmente a função do espaço, mas melhora sua acessibilidade e usabilidade. Ela destaca a importância da mobilidade urbana, que deve priorizar não apenas os carros, mas também pedestres, ciclistas e pessoas com mobilidade reduzida. “Calçadas contínuas, pisos táteis, rampas adequadas e faixas de pedestres elevadas são alguns dos elementos essenciais para transformar a experiência na avenida”, completa.

Falta de acessibilidade no Núcleo Bandeirante. Foto: Gabriela Nogueira

A arquiteta também comenta os desafios de cidades como Brasília, planejada originalmente para os carros, com grandes distâncias entre moradias, comércio e serviços. Requalificar esses espaços para torná-los mais caminháveis e inclusivos é um passo importante para melhorar a qualidade de vida. E complementa: “A participação da comunidade no planejamento é fundamental, pois os moradores conhecem as reais necessidades do local”.

Para Maria Helena Panquestor, 85 anos, que frequenta a região desde os anos 1970, as melhorias são urgentes. “As dificuldades diárias de locomoção pelas calçadas estreitas e esburacadas se tornam ainda mais perigosas em dias de chuva”,diz. A falta de rampas de acesso obriga muitos pedestres, especialmente idosos e pessoas com deficiência, a circular pela via, expondo-se ao risco de acidentes. 

Roberto Luiz Medeiros, 65 anos, que frequenta o local desde os anos 1990, reforça a necessidade urgente das intervenções. “Os problemas vão além da má conservação das calçadas, incluindo falta de sinalização adequada e iluminação precária, que transformam alguns trechos da avenida em áreas de risco, principalmente no período noturno”. O projeto busca garantir circulação segura e inclusiva para pedestres, ciclistas e pessoas com mobilidade reduzida, uma reivindicação antiga da comunidade.  

Apesar dos transtornos temporários que as obras podem causar ao comércio local, os habitantes enxergam benefícios a longo prazo. Eles acreditam que uma avenida mais organizada e segura tende a valorizar os estabelecimentos comerciais e melhorar a qualidade de vida de toda a comunidade.

Falta de espaço e acessibilidade nas calçadas do Núcleo Bandeirante. Foto: Gabriela Nogueira