Plataformas de ensino ampliam acesso à educação
Professor diz que internet de qualidade é fundamental para a democratização do ensino online
Postado em 20/05/2025
O uso de celulares e plataformas digitais tem se consolidado como uma importante ferramenta de aprendizado no Brasil. Com aplicativos como Duolingo, ClassApp, Google Classroom e YouTube ganhando popularidade, o país registra um crescimento expressivo no uso de tecnologias para educação.
Segundo o Porvir, plataforma de jornalismo e mobilização sobre inovações educacionais no Brasil, em 2022, os 50 maiores canais educativos do YouTube somaram 130 milhões de inscritos, refletindo a adesão crescente às plataformas de ensino digital. No entanto, a infraestrutura das escolas brasileiras ainda enfrenta desafios, com apenas 58% tendo acesso a recursos adequados, como internet de qualidade e computadores, para potencializar o uso dessas ferramentas. Apesar disso, o celular tem se mostrado uma solução acessível, trazendo novas oportunidades de aprendizado para alunos de diferentes regiões.

Redes sociais como aliadas da educação
O professor de Filosofia Luan Moraes é um exemplo de como as tecnologias podem ser aliadas da educação. Criador de conteúdo no Instagram, ele utiliza a plataforma para compartilhar videoaulas curtas, dicas e explicações acessíveis sobre temas escolares. A iniciativa surgiu da percepção de que muitos estudantes já utilizam o celular como principal ferramenta de acesso à informação, e da sua vontade de estender o ensino para além da sala de aula tradicional.
Com uma linguagem visual, simples e direta, Luan escolhe os conteúdos com base em dúvidas frequentes dos alunos, temas de vestibular e atualidades, buscando engajar quem o acompanha. O professor já conta com mais de 17 mil seguidores nas redes sociais, e estudantes de diferentes regiões já relataram que aprenderam mais com suas postagens do que em semanas de aula convencional. “Não é só entregar conteúdo, é ensinar os alunos a consumirem esse conteúdo de forma crítica, de forma leve, simples e próxima da realidade digital em que os jovens estão inseridos”, destaca o professor, que também aponta o papel do educador como mediador no uso responsável do celular.
Apesar do impacto positivo, Luan reconhece que ainda há desafios, especialmente em relação à inclusão digital. O acesso à internet de qualidade é limitado em muitas regiões do país, o que dificulta a democratização do aprendizado via redes sociais. Para ele, é fundamental que políticas públicas ampliem a conectividade nas escolas e comunidades. O professor acredita que o celular seguirá como peça-chave no futuro da educação, ao lado de outras tecnologias promissoras como plataformas e inteligência artificial.

Foto: Arquivo pessoal
Como a tecnologia atua na comunidade escolar
Sirleide Neris também é uma educadora que utiliza a tecnologia para ensinar: a professora de ciências possui um canal no YouTube com mais de 2 mil inscritos. Ela produz videoaulas didáticas e acessíveis de acordo com as demandas de sua sala de aula, servindo como conteúdo educacional não somente para seus alunos, mas também para todos os outros que precisem. O canal surgiu durante a pandemia, quando ela percebeu que muitos alunos tinham dificuldade para acompanhar as aulas online. Desde então, ela vem aprimorando a produção de conteúdos com o objetivo de facilitar o aprendizado.
Para Sirleide, o celular e as plataformas digitais ampliam o acesso à educação, permitindo que os alunos aprendam no seu ritmo. “O aluno pode rever quantas vezes quiser, pausar, anotar com calma… isso ajuda muito quem tem dificuldades ou não tem tempo para estudar. O mais gratificante é receber mensagens de estudantes dizendo que meus vídeos os ajudaram em provas ou trabalhos”, afirma a professora.

Foto: Arquivo pessoal
A estudante Manuela Feitosa, do 9º ano do Ensino Fundamental, é um exemplo de como as tecnologias digitais têm contribuído para a aprendizagem de forma acessível e eficaz. Com dificuldades nas aulas, ela utiliza frequentemente o celular para assistir a videoaula e reforçar o aprendizado. Para Manuela, os conteúdos online ajudam a complementar o que aprende na escola e facilitam a compreensão de temas que antes pareciam difíceis. “As videoaulas me ajudam bastante nas matérias em que tenho mais dificuldade. Já aconteceu de eu entender um assunto só depois de ver a explicação em vídeos no YouTube, e isso fez muita diferença no meu desempenho”, relata a estudante.